Xadrez vai aos clubes
O XADREZ poderá ser praticado nos clubes com a promessa deixada pela academia da modalidade na Matola de colocar à disposição das colectividades material adquirido na China no âmbito das parcerias estabelecidas com instituições financeiras colectivas e pessoas singulares e que já contribuíram com grandes quantidades de equipamento para aprendizagem e prática da modalidade.
A promessa foi feita recentemente pelo director da academia, Domingos Langa, durante a entrega de parte do material ao Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano para a aprendizagem e massificação da modalidade nas escolas públicas, como forma de despertar, por um lado, as faculdades mentais da pequenada e, por outro, o interesse pela prática de xadrez.
A Academia de Xadrez da Matola vai convocar, provavelmente no próximo mês, os clubes para incentivá-los ao projecto. Afirmou que o material é muito e vai ser distribuído gratuitamente.
“Vejo que há muita juventude e os clubes só movimentam futebol, basquetebol e outras modalidades, sobretudo colectivas, quando têm infra-estruturas para albergar outras práticas desportivas como o xadrez e que não estão a ser bem aproveitadas. Sinto também que há jovens que querem estar nos clubes, mas que não podem jogar futebol ou basquetebol. O xadrez não é caro e temos clubes com centros sociais e outros espaços que podem servir para a sua prática. Portanto, é possível através dos clubes massificar o xadrez e também promover o xadrez federado”, observou.
Domingos Langa destacou que nenhum país africano já investiu no xadrez como Moçambique e, para provar isso, revelou que estão neste momento à disposição 15 mil tabuleiros de mesa, aproximadamente 500 de parede, que é para o ensino, 150 gigantes para o chão e 400 relógios. Para promover o ensino de xadrez nas escolas públicas e aprendizagem individual, a Academia da Matola recebeu recentemente 10 mil livros para a iniciação. Para além dos aspectos inerentes à prática, nomeadamente movimentos de captura e tácticas, o livro traz a história de xadrez em Moçambique, dos grandes mestres, campeões mundiais, africanos e nacionais. Traz também ensinamentos de planificação e avaliação de jogo, testes, aberturas e muito mais.
“Portanto, é um investimento único em África para o lançamento do xadrez em grande no país. O nosso objectivo é aumentar o número de praticantes, porque nem todos têm a possibilidade de estar na sala de formação e com o livro é possível que alguém, tendo o tabuleiro pela frente, aprenda sozinho. O livro estará em todo país, porque a Fundação Chissano vai igualmente apoiar-nos na sua reprodução”, disse Langa.
A Academia de Xadrez da Matola já promoveu formações nas quatro províncias do sul do país, nomeadamente Maputo província e cidade, Gaza e Inhambane.
“Estamos a falar de 860 atletas/monitores de xadrez já formados. Cada instrutor tem obrigação de ensinar 30 crianças por ano. O que nós nos propusemos é massificar o xadrez nas escolas públicas, mas, pela grandeza do projecto, já estamos a ser solicitados para introduzir o xadrez nas academias militares e policiais, bem como nos institutos de formação de professores”, acrescentou.
A academia está igualmente a preparar o primeiro simpósio de xadrez em Moçambique, bem como a formação de jornalistas desportivos em matéria da modalidade. Aliás, confiou a responsabilidade à Universidade Eduardo Mondlane, um dos seus parceiros no projecto.
Fonte:Jornal Noticias