Ubisse devolveu o título à Beira
Elton Ubisse, que na última época esteve ao serviço de Ferroviário de Maputo, foi determinante na noite de hoje, para que o Ferroviário da Beira erguesse o troféu nacional, duas épocas depois. No quinto jogo do "play-off" da final, os "locomotivas" do Chiveve venceram por 69-58, depois de uma derrota ontem, segunda-feira, que igualara a eliminatória.
Com 27 pontos, Ubisse foi o "cestinha" de uma partida em que a sua equipa esteve sempre em vantagem: (15-18), (28-30), (36-56), (58-69).
Canivete foi quem abriu as hostilidades, com dois lançamentos livres (0-2). O Ferroviário de Maputo cometeu dois "turnovers" e cedeu um afundanço de Canivete (2-4). Milagre mandou parar o jogo. Os campeões nacionais continuavam com dificuldades e viram Nurmamade a lançar uma "bomba" (2-7).
Com a entrada de Baggio, os campeões nacionais reduziram significativamente (10-13). Mas foi o Ferroviário da Beira a vencer o primeiro período (15-18), numa primeira etapa em que Elton Ubisse foi bastante eficaz, assinalando quatro dos cinco lançamentos consecutivos à média distância.
No segundo período, houve mais disputa e rotação, mas sem lançamentos convertidos. Ainda assim, o Ferroviário de Maputo conseguiu passar para a frente, com um triplo de Álvaro Maso (20-18), à entrada da metade do período. Contudo, pela primeira vez, o encontro esteve empatado (28-28), por meio de um triplo de Elvas "Stam" Honwana, faltando dois minutos e 29 segundos para o intervalo. Ivan Machava depois deu vantagem à sua equipa (28-30). E foi assim que as duas formações foram ao intervalo.
O terceiro período começa mesmo com um triplo "limpinho" de Stam (28-33). Os "locomotivas" do Chiveve criaram rapidamente a maior diferença pontual do jogo, até aquele momento (28-41). O público ficou eufórico. Não se imaginaria que a vantagem pudesse chegar aos 16 pontos (29-44). E pode ser naquele instante que o jogo ficou definido.
Com um público insuportável, o Ferroviário de Maputo não conseguia fazer o seu jogo. Milagre Macome chegou a tirar Custódio Muchate, para a entrada de Carlos Chirindza, que se estreava neste "play-off" da final, mas os anfitriões não desaceleraram (28-48). Elton Ubisse esteve mais uma vez inspirado e puxou a sua equipa a terminar o terceiro período com uma confortável vantagem de 20 pontos (36-56). Nurmamade era um desequilibrador sem oposição à altura.
Só havia 10 minutos para o Ferroviário de Maputo tentar buscar os 20 pontos e revalidar o título, daí que defendeu a todo campo, desde o início da última etapa. Nasir Salé viu os seus pupilos ansiosos em resolver o encontro e pediu um desconto de tempo, quando ainda tinha sete minutos e 17 segundos pela frente. Mas o Ferroviário de Maputo reduzira para 15 pontos (41-56). Alguma tensão tomou conta do pavilhão.
A pressão alta dos "locomotivas" da capital estava a surtir efeito (43-56). O jogo entrou para uma fase bastante emocionante. Com três minutos e 36 segundos (51-62). O marcador oscilava, mas com uma clara aproximação do Ferroviário de Maputo (56-62), a dois minutos e 37 segundos. Nasir Salé não se fez de rogado e pediu um desconto de tempo. Os seus pupilos perceberam o que ele pretendia e conseguiram 10 pontos de vantagem (56-66) a um minuto e 29 segundos do título.
No pavilhão já se cantava vitória e ninguém conseguia permanecer sentado. "Ferro, Ferro, Ferro..." é o que se ouvia na nova catedral. Custódio Muchate é desqualificado a um minuto e oito segundos do fim. Loucura no pavilhão. Stam ainda fez dois lançamentos livres com sucesso. Com 15 segundos para o fim (59-69) os técnicos abraçaram-se, numa clara demonstração de "fair-play", confirmando uma clara vitória (58-69) dos anfitriões.
Sem os lesionados Pio Matos e o espanhol Sérgio, o Ferroviário de Maputo teve que se contentar com os 100 mil meticais, troféu e medalhas, bem como os títulos de Melhor Marcador e Melhor Triplista de Álvaro Maso.
Na qualidade de campeão, o Ferroviário da Beira ficou com 200 mil meticais. Os seus atletas, Ismael Nurmamade e Octávio Magoliço, foram MVP e Melhor Ressaltador, respectivamente.
Deanof Potompuanha/António Gombe
Fonte:Desafio