Textáfrica e Sporting da Beira voltam a sonhar
A ESCASSOS dias da realização da primeira “mão” (domingo) da final do apuramento ao Moçambola-2017, na zona centro, o Textáfrica de Chimoio e o Sporting da Beira reavivam os ânimos com a esperança de regressar, anos depois, ao maior convívio futebolístico nacional.
O Textáfrica, por sinal o primeiro campeão nacional de futebol, quer quebrar o jejum que dura há seis anos. Aliás, a sua presença no Campeonato Nacional deixou, há muitos anos, de ser regular, o que tem vulgarizado o seu estatuto como um dos clubes históricos do país.
Já o Sporting da Beira não consegue regressar ao Moçambola desde a sua primeira presença em 2011.
O técnico “fabril”, Abdul Omar, diz que só situações extrajogo podem colocar a sua equipa fora da rota do Moçambola porque, no seu entender, é a equipa mais organizada e sólida para lograr tal objectivo.
Abdul Omar justifica a sua posição com o facto de os “fabris” do planalto terem transitado da primeira fase de forma impecável, portanto sem derrota, dominando por completo uma série onde estava o rival e também histórico Têxtil, que igualmente procurava o caminho de regresso ao Moçambola, depois da sua última presença em 2014.
O Textáfrica ganhou três dos quatro jogos que corporizaram a fase de grupos, empatando um, conquistando desse modo a Série A, com 10 pontos, contra apenas quatro do rival Têxtil. Venceu os “fabris” da Manga nas duas voltas (2-1 e 2-0), bateu o Sporting de Quelimane, na primeira, por 2-0, empatou na segunda (0-0).
Estes resultados são, segundo o técnico, corolário de um processo que começa quando pegou na equipa a quatro jornadas do término do Campeonato Provincial de Manica, depois de perder a batalha na luta pela transição ao Moçambola à frente do Matchedje, isto na Poule de Apuramento da Zona Sul.
“Se jogarmos o futebol de verdade, penso que o Textáfrica é sério candidato ao Moçambola. Ganhámos três jogos e, uma vez que já tínhamos assegurado a transição para a final, refrescámos ontem (terça-feira) a equipa com a utilização de jogadores mais jovens ou menos usados. Mesmo assim, empatámos, o que já é bom”, comentou.
Quanto ao adversário, Abdul Omar anotou que o Sporting, clube pelo qual curiosamente passou quando treinou a equipa em 2011, tem um conjunto jovem e flexível, e admite que a missão não será fácil. Frisou, porém, que se o jogo for limpo o Textáfrica vai ganhar com uma boa margem em Chimoio. Aproveitou a ocasião para se queixar das perseguições de que é alvo.
“Não irei à Beira porque prometeram matar-me. Fui assistir ao jogo entre o Sporting da Beira e o Ferroviário de Quelimane, e os adeptos e pessoas ligadas ao Sporting e Têxtil perguntaram o que ia lá fazer. Tive de ser escoltado para sair da Beira e prometeram matar-me se lá regressar. Aliás, foi o mesmo que aconteceu aqui em Chimoio quando ganhámos ao Têxtil por 2-0. Também saí do campo escoltado pela Polícia”, contou, salientando, contudo, que a final terá o sabor agradável porque estará à frente de um adversário cujo treinador foi curiosamente seu adjunto quando treinou os “leões” beirenses em 2011.
Já o treinador do Sporting da Beira, Rogério Chapo, disse que chegada a esta fase a expectativa dos “leões” é também de regressar ao Moçambola. E acredita nos seus jogadores, apesar das limitações no seu plantel.
“Estamos focados para este desafio, apesar de termos apenas 18 jogadores. Mas é com eles que ganhámos o Campeonato Provincial e chegámos a esta fase. Por isso, conto com eles. Felizmente, a equipa está clinicamente bem e estamos a trabalhar afincadamente para batalha final”, anotou.
Refira-se que o Sporting da Beira venceu a Série B com sete pontos, mais um que a Universidade Pedagógica (UP) de Chimoio, fruto de duas vitórias, um empate e uma derrota. Bateu o Ferroviário de Quelimane (2-1) e perdeu pelo mesmo resultado com a UP de Chimoio, isto na primeira volta. Na segunda, derrotou a UP (1-0) e empatou com o Ferroviário de Quelimane (1-1).
Fonte:Jornal Noticias