Técnicos confiantes
A POUCOS dias da sua estreia nas Afrotaças, a Liga Desportiva de Maputo e o Ferroviário da Beira continuam sem pistas dos adversários nas Afrotaças. Porém, nutrem alguma confiança na luta pela transição da primeira eliminatória, cuja primeira “mão” se realiza este fim-de-semana.
As duas formações partem para as Afrotaças após a disputa, no último domingo, da Supertaça, a primeira prova oficial da época e que envolve o campeão nacional e o vencedor da Taça. A Liga Muçulmana sagrou-se pela segunda vez consecutiva vencedora da prova e curiosamente diante do mesmo adversário. Bateu o Ferroviário da Beira por 1-0. Ao fim do jogo, que serviu igualmente de avaliação do nível de preparação das duas equipas para a primeira eliminatória das Afrotaças, a Liga e os “locomotivas” beirenses deixaram algumas impressões positivas relativamente aos encontros deste fim-de-semana.
O técnico da Liga, o português Litos, queixou-se do estado do recinto onde decorreu a Supertaça, curiosamente onde a sua equipa receberá domingo o APR do Ruanda. Segundo o técnico, o estado do relvado não permitiu à Liga jogar o que sabe e, no seu entender, só pode beneficiar uma equipa que joga para defender. Contudo, regozijou-se com o comportamento da equipa dentro das quatro linhas, salientando que a conquista da Supertaça abre boas perspectivas para os compromissos que a Liga tem pela frente.
O técnico da Liga disse adiante que a sua equipa está clinicamente bem e que os reforços disponíveis estão a dar conta de recado.
“Queremos ir mais longe na Taça dos Campeões Africanos. Não é uma competição fácil, são equipas extremamente fortes. Mas vamos tentar fazer o melhor”.
O técnico manifestou receio em relação ao campo onde o jogo terá lugar. “Tenho mais uma vez receio e as pessoas por vezes pensam que é uma desculpa. Vamos realizar este jogo neste recinto com um terreno muito duro e irregular, no qual só jogam bem as equipas que defendem. Tentámos toda a semana organizar aquilo que é a nossa forma de trabalhar, no sentido de praticar bom futebol, criar boas situações de golo e este campo não ajuda. Vamos ter que nos adaptar mais uma vez a esta situação”, lamentou, ajuntando que mesmo dentro das dificuldades que o campo do Afrin apresenta, a Liga e o Ferroviário fizeram bom trabalho na Supertaça.
“Não conseguiram naturalmente demonstrar, nesta fase da época, o seu valor total, mas acho que a minha equipa jogou bem e o Ferroviário também. Fomos justos vencedores por aquilo que criámos e pelo grande golo que fizemos. Estão de parabéns os meus jogadores, porque vamos começar mais uma época difícil, com jogos importantes como em todas (outras) épocas. Espero que esta vitória venha também dar um tónico importante à equipa, conferindo maior desconcentração aos atletas, pois estavam algo muito nervoso. Acredito também que isto lhes vai dar mais uma dose de confiança frente à equipa do Ruanda”, anotou.
O técnico-adjunto do Ferroviário da Beira, Valy Ramadane, manifestou, por seu turno, preocupado com o nível de concentração da equipa frente à Liga, mas destacou o nível de entrega e a capacidade ofensiva dos “locomotivas”, que, na sua óptica, só não ganharam porque não conseguiram marcar. Prometeu muito trabalho a anteceder a deslocação às Maurícias com vista a conseguir um resultado que lhe permita discutir a eliminatória em casa. Porém, depara-se com algumas baixas, mas que, no entender da equipa técnica, poderão estar aptos para o jogo de sábado. Trata-se do guarda-redes Willard, que deu muita falta no jogo da Supertaça, do “central” Cufa, o meio-campista Reinildo e o avançado Nelito. Estes dois últimos alinharam de forma condicionada na Supertaça e agravaram a sua situação com as lesões sofridas frente à Liga. Todos viajaram com a equipa para o estágio de alguns dias na vizinha África do Sul, antes de seguirem viagem para as Ilhas Maurícias.
“Apesar de não conhecermos o adversário, vamos tentar fazer melhor resultado fora para podermos decidir a eliminatória em casa”, prometeu, realçando que, apesar das baixas, o Ferroviário da Beira foi superior diante da Liga na Supertaça.
“Perdemos mal se termos em conta aquilo que fizemos ao longo dos 90 minutos. Jogámos bem, tivemos uma boa abordagem. Sofremos o golo mais com sentido do que mérito. A Liga foi única vez na nossa baliza e marcou. Nós não ganhámos porque não marcámos”, lamentou.
Fonte:Jornal Noticias