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centro de documentação e informação desportiva de moçambique

Este blog tem como objectivo difundir a documentação de carácter desportivo

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SUSTO E REACÇÃO IMEDIATA

 

A partida teve vários momentos, com destaque para a postura ofensiva evidenciada pelos “Mambas” do início até ao fim. Contudo, foram os sul-africanos que deram o pontapé de saída nas investidas ao ataque e, logo no primeiro minuto, Ramahlwe Mphahlele arrancou um centro pela direita para Thuso Phala dominar com o pé direito, antes de atirar para Guirrugo ceder canto. Esta foi uma demonstração de que estavam no terreno para fazer vincar a sua supremacia, que ainda predomina em termos estatísticos relativamente aos “Mambas”, e deixar o charme do seu futebol mais directo e objectivo. 

 

Foi assim que foram dando alguns sinais, ainda no primeiro quarto da contenda, com maior abertura de jogo, que lhes permitiu chegar por três vezes, ganhando dois pontapés de canto, um levando muito perigo. Mas a grande chamada de atenção veio do cabeceamento de Lars Weldwijk, quase a roçar o poste, aos 10 minutos, a corresponder  a mais um centro de Ramahlwe Mphahlele. 

 

Antes, os “Mambas” haviam dado um grande susto aos “Bafana-Bafana”, com o “capitão” Dominguez  a solicitar Telinho, que inteligentemente se desmarcou dos centrais, mas sem conseguir bater o guarda-redes sul-africano, que arrancou uma defesa incompleta. Próximo, Clésio também não acertou na emenda, atirando ao lado.

 

Fruto do seu empenho, e porque era nesse período a mais produtiva, a equipa moçambicana conseguiu o merecido golo, aos 25 minutos, apontado por Clésio. Foi num contra-ataque rápido que o meio-campista Geraldo chamou ao isolamento de Dominguez e o guarda-redes sul-africano sai para a antecipação, mas o menino maravilha contornou-lhe e, com um defesa já na dobra, atirou sobre o poste. Na sobra, Clésio encostou o esférico para o 1-0.

 

Quatro minutos depois, o mesmo Clésio, que actuava um pouco inclinado para a direita do ataque, arrancou em velocidade, tirou pela frente alguns oponentes e, à entrada da grande área, centrou para, incrivelmente, Telinho cabecear ao lado na boca da baliza. Este lance foi antecedido por uma jogada que levou Guirrugo a testar os seus reflexos, quando, do corredor central para a entrada da grande área, May Mahlangu desequilibrou a defensiva moçambicana e colocou Thuso Phala em vantagem sobre os “centrais”, mas o “keeper” moçambicano foi inteligente na antecipação e evitou o chapéu com o corpo. 

 

Nesta altura, duas pedras se revelavam com maior ênfase no conjunto. São eles o “maestro” Dominguez, que, com a sua astúcia, carregou os “Mambas”, empurrando a defensiva sul-africana para o seu reduto, com jogadas que criaram muitos calafrios junto da baliza defendida por Ronwen Williams; e o médio-ofensivo Clésio, que, encostado à direita do ataque, confundindo-se muito com a posição de ala, desdobrava-se com muita velocidade e explorando, com muita classe, a sua capacidade de drible, procurando colocar o esférico na zona de rigor em chamamento a Telinho e Sonito, que actuavam muito junto da grande área. Pela sua capacidade de leitura de jogo e na estratégia de confundir o adversário, Dominguez e Clésio desciam à busca do jogo e, a partir do meio campo, desdobravam-se com muito vigor, estremecendo sempre que estivessem na posse de bola a defensiva sul-africana. 

 

 

A segunda parte inicia com os sul-africanos mais ousados e a fazerem circular mais a bola e com as jogadas a incidirem muito para o ataque, mas a turma moçambicana reagia pelos flancos. Porém, para a sua maior surpresa, os “Mambas” sofreram empate numa jogada que confundiu a defensiva moçambicana, que, mais para além da grande área, não viu a desmarcação rápida de Ramahlwe Mphahlele a corresponder  a um chamamento a partir do meio campo. Guirrugo saiu, mas não foi à altura de evitar que o defesa sul-africano ganhasse a bola que sobrou para Bradley Grobler, que, com a baliza escancarada, atirou para 1-1, aos 57 minutos. O golo foi mais consentido do que conseguido pelos sul-africanos, numa altura em que os “Mambas” davam réplica e desciam também com perigo. Numa dessas vezes, em mais um cruzamento pela direita, Telinho, ao invés de encher o pé, quis amortecer o esférico e perdeu o seu controlo. 

 

Mas tentou redimir-se de seguida, numa  jogada rápida e bem articulado em mais um contra-ataque. Um pouco encostado à esquerda, fez assistência a Dayo, que acabado de entrar rematou para o travessão, aos 69 minutos. Nesse período, os sul-africanos já dominavam o terreno e, com jogadas rápidas e um futebol de pé para pé, chegaram muitas vezes junto à grande área moçambicana, já com a defensiva um pouco baralhada. Aliás, a vontade de vencer fez com que os “Mambas” se aventurassem à busca do segundo golo, mas já não havia calma e frieza suficientes para concretizar o seu objectivo. A ansiedade e a vontade de ganhar dominaram a capacidade de raciocínio nos momentos determinantes. Dominguez continuou à frente do combate, mas não foi devidamente correspondido até que foi substituído na etapa final.

 

FICHA TÉCNICA

 

COMISSÁRIO: António Caetano.

 

ÁRBITRO: Mbongiseni Fakutdze; auxiliado por Petros Mbingu e Sifiso Nxumalo. O quarto árbitro foi Samango Nheko, todos da vizinha Suazilândia.

 

MOÇAMBIQUE– Guirrugo; Bhéu, Zainadine Jr., Jeitoso e Edmilson; Geraldo, Dominguez. Lóló e Clésio; Telinho e Sonito.

 

ÁFRICA DO SUL – Ronwen Williams; Thulani Hlatshwayo, Ramahlwe Mphahlele, Erick Mathoho,  Clayton Daniels, Daine Klate, Tiyani Mabunda, Hlompho Kekana, Thuso Phala, May Mahlangu e Lars Weldwijk.

 

Jogaram ainda Elias, Dayo, Raul e Avelino, pelos “Mambas”; Thulani Serero, Bradley Grobler, Asavela Nbekile, Brighton  Mhlongo, pela África do Sul. 

 

DISCIPLINA: cartão amarelo para Guirrugo.

 

SALVADOR NHANTUMBO

 

 

Fonte:Jornal Noticias