SÓ MAIS ORGANIZADOS PODEMOS CHEGAR LONGE
A ELIMINAÇÃO precoce das selecções nacionais de futebol de formação das competições africanas é motivo de constantes lamentações, e o cenário desolador desde que os “Mambinhas” de sub-17 lograram qualificar-se para o CAN-1998, nas Ilhas Seychelles, exige uma estratégia de trabalho diferente para mudar a situação.
Depois do afastamento, em Junho último, dos sub-20, da corrida para o CAN-2017, a vez foi dos sub-17, recentemente. Os sub-20 ainda tiveram a sorte de chegar à segunda eliminatória, na qual foram afastados pelo Lesotho, o que não aconteceu com os sub-17, vergonhosamente afastados na estreia pelas Ilhas Comores, com um agregado de 5-1.
Em entrevista à nossa Reportagem, o seleccionador nacional dos sub-17, Nasser Amade, disse que só com organização e trabalho permanente os “Mambinhas” poderão lograr sucesso nas competições africanas. Revelou que a nova estratégia, curiosamente aprovada pela direcção da FMF, e na base de qual serão orientados os trabalhos das selecções de formação, tem em vista a criação de um banco de dados dos potenciais atletas que serão identificados em todo o país. Esses talentos deverão ser encaminhados à Academia Mário Esteves Coluna, que será preparada para atender a demanda, e, se possível, colocá-los em centros de alto rendimento no estrangeiro.
Aliás, alguns dos países da região, incluindo as Ilhas Comores, já trabalham dessa forma na formação. Nelinho contou que grande parte dos jogadores da selecção das Ilhas Comores está nas academias francesas e tem um acompanhamento permanente dos respectivos técnicos, para além de que as Ilhas Comores já dispõem de uma academia de outro nível, com instalações invejáveis e campos (2) de treinos, onde estiveram hospedados para esta eliminatória.
“Alguns desses jogadores juntaram-se em Joanesburgo, onde tiveram um pré-estágio antes de virem jogar em Maputo. Teremos de mudar de estratégia e nos organizarmos mais se almejarmos sucesso. Não podemos continuar a brincar porque os outros estão a levar a formação a sério, e corremos o risco de ficar atrás de alguns países da região que nunca foram referência no futebol. Aliás, é o que está a acontecer”, lamentou o antigo trinco dos “Mambas”.
SALVADOR NHANTUMBO
Fonte:Jornal Noticias