Sem cor, Maxaquene fora do Moçambola
Os “tricolores” venceram o Ferroviário de Maputo por uma bola sem resposta, mas não atingiram o objectivo de garantir a manutenção, sendo relegados à segunda divisão, juntamente com o Clube de Chibuto, Desportivo de Nacala, Baía de Pemba e Têxtil de Púnguè, que não conseguiram pontos suficientes para se manterem. O fim do Moçambola 2019 foi marcado pela coroação do Costa do Sol como campeão nacional
O Maxaquene vai a segundona! É uma realidade que se viveu na tarde de hoje, domingo, no campo do Afrin, mesmo depois de vencer o Ferroviário de Maputo, por uma bola sem resposta. Os “tricolores” fizeram a sua parte, mas não tiveram a ajuda necessária das restantes equipas de Maputo para conseguir a manutenção, nomeadamente do Desportivo Maputo e do Costa do S0ol, que perderam nos jogos com outros dois aflitos, nomeadamente a Liga Desportiva de Maputo e Ferroviário de Nampula.
O Maxaquene entrou para o embate com Ferroviário de Maputo sabendo que não dependia somente de si para garantir a manutenção, mas de uma série de resultados dos outros jogos. O seu papel fê-lo bem, logo aos 14 minutos, quando Domingos marcou o único golo do jogo, dando a vitória aos “tricolores”, mas uma vitória com sabor amargo, tendo em conta que no final da jornada não valeu de nada.
Facto mesmo é que até ao final da primeira parte o Maxaquene ainda podia sonhar, uma vez que os “alvi-negros” venciam a Liga Desportiva por duas bolas a uma, embora o Ferroviário de Nampula e o Desportivo de Nacala estivessem em vantagem. Mas pouco tempo depois chegava a notícia de que o Têxtil de Púnguè empatava com o Desportivo de Nacala e só precisava de mais um golo para virar o resultado e garantir a manutenção dos maxacas.
Mas no campo de Hanhane havia muita incerteza em relação ao resultado final, uma vez que a Liga Desportiva de Maputo e o Desportivo Maputo marcavam muitos golos, com os “alvi-negros” sempre na frente. Mas a triste notícia chegou mesmo no final dos 90 minutos, quando a Liga Desportiva de Maputo virou o resultado diante do Desportivo Maputo, de 1-3 para 5-4, enquanto em Nampula o Ferroviário local continuava a vencer o Costa do Sol, por 2-1 e na Beira o empate a um golo teimava em se manter.
De Gaza chegava a notícia de que o Clube de Chibuto já vencia a União Desportiva de Songo e alcançava os “tricolores” na pontuação, o que também baralhava as contas. Mas tudo ficou esclarecido com o término dos jogos em todos os campos. E realidade era uma: o Maxaquene, histórico do futebol moçambicano, descia de divisão, pela primeira vez, acompanhado pelo Clube de Chibuto e Desportivo de Nacala, que terminaram com os mesmos pontos dos “tricolores”, 37. Estas três equipas acompanham o Têxtil de Púnguè e o Baía de Pemba.
Há que destacar o facto desta última jornada ter trazido uma festa de golos em vários campos, com destaque para os nove golos apontados num jogo grande e de risco, entre a Liga Desportiva de Maputo e o Desportivo de Maputo, que terminou com 5-4 a favor dos donos da casa.
Consagração do campeão foi com derrota
Em Nampula, no jogo de consagração do título de campeão nacional ao Costa do Sol, houve festa. Festa para dois lados da moeda em campo. Ao Ferroviário de Nampula a festa era pela vitória que garantia a salvação, ou seja, a manutenção na prova máxima do futebol moçambicano, e do lado do Costa do Sol era festa pelo “canecão” que iam receber.
O resultado, esse, foi de vitória dos “locomotivas” de Nampula, por duas bolas a uma, sendo por isso a última equipa a manter-se na prova.
Foi uma festa que contou com a presença de várias figuras do panorama desportivo e político moçambicano, desde a presença da Vice-ministra da Juventude e Desporto, Ana Flávia Azinheira, que foi quem entregou a taça de campeão, o presidente da Liga Moçambicana de Futebol, Ananias Couana, do Governador da província, presidentes dos clubes e outros convidados. Foi uma festa que teve muita cor, entre o amarelo e azul dos “canarinhos”, passando pelo verde e branco, dos “locomotivas”.
Era o encerramento do Moçambola 2019, que consagrou o Costa do Sol como campeão nacional, a União Desportiva de Songo, como vice-campeã nacional, e o Ferroviário de Maputo, que fechou o pódio, mas também confirmou a descida de divisão de cinco equipas, com destaque para o Maxaquene, histórico do futebol moçambicano, Clube de Chhibuto, que deixa a província de Gaza sem representante na prova máxima do futebol moçambicano, o Desportivo de Nacala e os primodivisionários Baía de Pemba e Têxtil de Púnguè, que foram ao Moçambola 2019 espreitar e regressar à segundona.
Para o ano há mais Moçambola para os que ficam, e muito futebol “nos bairros” para os descem.
Fonte:Opais