Restos mortais de JJ vão a enterrar amanhã
OS restos mortais do ex-futebolista moçambicano Joaquim João, falecido na última sexta-feira em Inhambane vítima de doença, vão amanhã a enterrar às 14.00 horas no Cemitério de Lhanguene, em Maputo. O funeral será antecedido de velório a partir das 9.00 horas no Paços do Conselho Municipal da Cidade de Maputo, onde colegas, desportistas, amigos, dirigentes e governantes prestarão o último adeus ao ex-capitão do Ferroviário de Maputo e da Selecção Nacional.
Joaquim João perdeu a vida aos 64 anos, 20 dos quais como jogador activo no Ferroviário de Maputo, tendo ostentado durante metade da sua carreira a braçadeira de “capitão” pelos “locomotivas” da capital e da Selecção Nacional. Nascido na Zambézia a 1 de Outubro de 1952, particularmente no distrito de Mopeia, Jota-Jota, como era sobejamente conhecido nos meandros futebolísticos, começou a jogar pelo Ferroviário de Quelimane, tendo a partir da década de 70 representado o Ferroviário de Maputo até ao fim da sua carreira. Aliás, teve uma curta passagem (um ano) pelo Maxaquene, regressando de seguida às hostes “locomotivas”.
Jota-Jota ainda orientou os “locomotivas” da capital, antes de rumar para Beira, onde treinou o Ferroviário local. Treinou também as selecções de Sub-17 e Sub-20, antes de juntar-se ao Ferroviário de Inhambane.
O “ex-central” do Ferroviário de Maputo foi 42 vezes internacional ao serviço da Selecção Nacional, maior parte das quais como “capitão” e a sua liderança e personalidades exemplares foram notáveis dentro como fora das quatro linhas.
Jota-Jota encontrou a morte em Inhambane, onde residia nos últimos anos ligado ao Ferroviário local, clube que vinha assessorando desde que rescindiu do cargo de treinador da equipa principal. Foi numa cerimónia marcada de muito simbolismo e profunda dor que companheiros de carreira, atletas, amigos e dirigentes se despediram sábado de Joaquim João na sede do Clube Ferroviário de Inhambane.
Na ocasião o governador da província, Daniel Chapo, enalteceu os feitos de Jota-Jota na descoberta e lapidação de talentos, alguns dos quais representam a equipa sénior do Ferroviário local e outros militando em grandes clubes, e vincou que devem ser imortalizados. Alguns desses jogadores, presentes na cerimónia de despedida ao “mestre”, prometeram seguir os seus exemplos e conselhos, porque viam nele, para além de treinador, um pai e professor.
Entretanto, a Direcção do Ferroviário de Maputo informa que se encontra aberto, na sede do clube, o livro de condolências para qualquer interessado prestar homenagem a Jota-Jota, bem como está reservado, no mesmo local, espaço para a deposição de flores e o acender de velas.
Fonte:Jornal Noticias