REFORÇOS OU “ESFORÇOS”?
QUANDO se fala do melhor básquete mundial, vem logo à cabeça um país: Estados Unidos da América. É lá onde moram e cintilam as maiores “estrelas”. Sempre foi assim. Por isso, quando a Direcção do Ferroviário anunciou as americanas Rachel Mitchell e Brea Edwards como reforços para a Taça dos Campeões não houve quem não pensasse. “Bravo! Temos jogadoras, estas duas vão fazer a diferença”.
A verdade é que todos fomos enganados, principalmente os que apostaram na contratação destas basquetistas americanas. A Brea Edwards, a base, ainda anotou algumas exibições positivas, mas nada por aí além. Falta-lhe fulgor e dinâmica de jogo. Já Rachel Mitchell foi um fracasso total. Não soube ou não sabe tirar proveito do seu 1,90 metros. É muito má tecnicamente. É capaz de fazer o mais difícil, lançar a bola ao lado sem sequer acertar na tabela em situações em que tem o cesto bem à sua frente. Esta não percebe mesmo de basquetebol!
Na final, as duas juntas não marcaram um ponto sequer, enquanto do outro lado, as americanas Italee Lucas (26 pontos) e Siquoia Holmes (13 pontos) e a congolesa, Pauline Akonga (18), estas sim, reforços no verdadeiro sentido da palavra, apontaram ao todo 57 pontos, dos 69 do Interclube.
Ora bem, quando se vai aos Estados Unidos da América (fica do outro lado do mundo) buscar-se jogadores, a quem chamamos de reforços, estes devem ter no mínimo o mesmo valor que as nossas. Estas mostraram ter muito a aprender, pois o investimento, se calhar de milhares de dólares que o Ferroviário fez, caiu em saco roto. Seria melhor ir ao ninho do “canário”, por exemplo, negociar Deolinda Ngulela, Deolinda Gimo, Katia Halar ou mesmo Filomena Micato. Não sou vidente, mas me parece que o Ferroviário estaria a festejar o título africano, uma vez que ficou claro que faltou banco à equipa de Leonel Manhique. Faltou quem substituísse à altura jogadoras como Anabela Cossa, Odélia Mafanela, Inguivild Mucauro ou Ornélia Mutombene.
Fonte:Jornal Noticia