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centro de documentação e informação desportiva de moçambique

Este blog tem como objectivo difundir a documentação de carácter desportivo

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Prova arranca com claras diferenças de potencial

 

INICIA amanhã a disputa do Moçambola-2016, com a abertura da prova a acontecer na vila do Songo, em Tete. No terreno há uma clara diferença de forças entre as 16 equipas, com algumas a mostrarem-se bem preparadas e outras nem tanto.

 

Em Maputo o Estrela Vermelha, o Desportivo e o Costa do Sol parecem ter muito caminho por percorrer. O 1.º de Maio de Quelimane, Chingale e o Desportivo do Niassa dão mostras de estar menos preparados para as exigências de uma prova da envergadura do Moçambola.

 

No lote das equipas com possibilidades de atingir melhores resultados estão o Ferroviário de Maputo, a Liga Desportiva, o Maxaquene, o Ferroviário da Beira e de Nampula, bem como a União Desportiva do Songo. As restantes irão se bater pelo que der e vier.

 

Entretanto, baseado naquilo que foi a prestação das equipas na Taça de Honra na cidade de Maputo, bem como a organização da respectiva pré-época, a equipa mais consistente, com ideias mais claras e que joga um futebol mais alegre, com boas ligações defesa-ataque, é o Ferroviário de Maputo.

 

 Em termos de reforços a equipa foi ao mercado buscar aquilo que não tinha no ano passado, para a defesa, meio-campo e para o ataque.

 

Só para se ter uma ideia, Elísio, ido do Ferroviário de Nacala, ingressou no sector defensivo. Carlitos (ex-Desportivo) dá mais consistência ao meio-campo, ao lado de Sassi, e o camaronês Miamy reforça o ataque.

 

A equipa não deixou sair nenhum jogador importante no mercado de transferências, o que explica a coesão, pois a espinha dorsal que foi campeã nacional manteve-se. Na Taça de Honra a equipa apresentou-se em bom plano, tendo ficado em segundo lugar na classificação final. O Ferroviário mantém a velha máxima, o campeão é sempre principal candidato a revalidar o título.

 

Já a Liga Desportiva de Maputo, equipa que mais investiu nos reforços, parece não estar ainda entrosada, mas não deixa de ser uma equipa que merece o respeito de todos.

 

O técnico Dário Monteiro continua a trabalhar para encontrar a melhor equipa dentro de uma constelação de “estrelas”. Há boa matéria-prima na equipa da Matola “C” e a qualidade dos jogadores é inquestionável.

 

 Mas Dário Monteiro pode ser vítima de pressão, num plantel com bons jogadores, pois deslizes serão pouco tolerados. A Liga quer recuperar o título perdido no ano passado para os “locomotivas”.

 

Quem tem um grupo de trabalho de trazer glória é o Maxaquene. A equipa parece muito unida e entrosada, diferentemente daquilo que foram os últimos anos, em que se exigia muito ao treinador, mas sem jogadores à altura.

 

Já disse o seu treinador, Chiquinho Conde, que este ano o plantel é relativamente equilibrado. As entradas dos experientes Paíto, Dangalira e o regresso de Guirrugo para a baliza só enfatizam as palavras do técnico “tricolor”.

 

Mas nem tudo é um mar de rosas na cidade de Maputo. O Estrela Vermelha, Desportivo e Costa do Sol também preocupam. O Estrela subiu este ano e a sua Direcção aposta em consolidar a equipa definitivamente na prova, mas a matéria-prima, que é indispensável para isso, ainda não existe!

 

O Estrela apresentou jogo muito pobre na supramencionada Taça de Honra. Mostrou ser uma equipa inferior, sem jogadores de qualidade para ombrear no Moçambola.

 

O clube não investiu e deixou sair os jogadores que foram determinantes na campanha de qualificação para o Moçambola, casos de Fanuel, Danito Parruque, entre outros. Os “alaranjados’’ prescindiram ainda dos préstimos do treinador responsável pela ascensão, Manuel Casimiro.

 

Chaquir Bomat, antiga glória do clube, regressou ao comando técnico e está a começar tudo de zero. Só para se ter ideia, na Taça de Honra esta equipa marcou apenas um golo e sofreu oito.

 

Outra equipa que não transmite muita confiança é o Desportivo. Apesar de não estar a jogar mal, ao Desportivo parece que falta um “matador”, mas também alguma consistência defensiva. A equipa sofreu razia no fim da época passada, com a saída de quase todos os jogadores, excepto Sidique, Infren e Henriques.

 

Uzaras Momed, que iniciou a preparação da época com muitos jogadores, tem agora pouco mais de 30, mas dá sinais de ainda não ter definido a equipa-base para atacar o ano 2016, que, segundo a Direcção “alvi-negra”, o objectivo é lutar pela manutenção.

 

Do outro lado temos o Costa do Sol, vice-campeão nacional, que no mercado de transferências perdeu boa parte dos jogadores, que quase conquistavam o 10.º título no ano passado.

 

Sem muito dinheiro para boas contratações, os “canarinhos” optaram por construir um plantel barato, com um treinador nacional, Sérgio Faife, algo que não faziam desde a saída de João Chissano, em 2010.

 

O Costa do Sol terá de lutar por outros objectivos esta temporada. Seria exagero falar da manutenção, mas talvez para estar entre os cinco primeiros, pois equipa para atacar o título parece não ter.

 

Entretanto, fora de Maputo é de salientar que a União Desportiva do Songo (UDS) é que mais se apetrechou, mas o Ferroviário da Beira e de Nampula não ficam atrás. Ou seja, em 2016 teremos pelo menos seis a sete equipas a lutarem directamente pelo título.

 

O treinador da UDS, Artur Semedo, diz que o plantel está preparado para melhor competir no Moçambola, embora alguns jogadores ainda não tenham assimilado a 100 por cento a sua filosofia de jogo.

 

A UDS terá a honra de fazer o jogo inaugural do Moçambola, frente ao Desportivo de Nacala.

 

Outra equipa da província de Tete é o regressado Chingale, que faz uma parte da pré-época no vizinho Malawi. Os “canarinhos” de Tete voltam à prova máxima três anos depois, com objectivo claro de lutar pela manutenção.

Sem grande pujança financeira, os “canarinhos” recorreram a alguns jogadores dispensados de algumas equipas da capital do país para formar o grupo de trabalho às ordens de Abdul Omar, técnico experiente, com um curriculum recheado de momentos polémicos.

 

Em Sofala o Ferroviário da Beira continuará como único representante da província. Apesar de terem perdido algumas pedras basilares, casos de Mário e Reinildo, os “locomotivas” da Beira continuarão uma equipa temível em 2016, no que esperam finalmente conquistar o Moçambola. Tarefa difícil, mas não impossível dos “locomotivas”, que normalmente têm dado muita conta de si na prova que arranca amanhã.

 

Voltando para o sul, em Gaza temos o Chibuto, que este ano faz a sua quinta época consecutiva no Moçambola, sendo para já uma das equipas que ganhou o seu lugar na prova. Os gazenses perderam o fulgor das duas primeiras épocas, nas quais até chegaram a espreitar os lugares cimeiros, sendo que actualmente se limitam a evitar a descida.

 

 Em 2015 a equipa escapou por um triz da descida, mas a sua Direcção aposta que este ano é para melhorar consideravelmente a classificação, para não ter de chegar à última jornada com a máquina de calcular nas mãos. Lucas Bararijo continuará no comando técnico da equipa.

 

Em Inhambane o ENH de Vilankulo olha para 2016 como um ano de afirmação no Moçambola. Começou mal no ano passado, mas com a chegada do croata Boris Pusic a equipa melhorou significativamente, ao ponto de conseguir a permanência relativamente cedo. Este ano a aposta da Direcção dos “hidrocarbonetos” é pelo menos o quinto lugar.

 

Na Zambézia teremos o repescado 1.º de Maio de Quelimane, que sem capacidade financeira para segurar as suas “jóias” viu o seu plantel, que tanto encantou no ano passado, a ser arrasado pelos “tubarões” do futebol nacional. É neste contexto que os “operários” voltam a apostar forte na manutenção, mesmo cientes do quão será dura a missão.

 

Em Nampula o Ferroviário local é sem dúvidas um candidato ao título. Este ano a equipa trabalha sob ordens do experiente Arnaldo Salvado, que tentará levar os “locomovias” à glória de 2004, ano que conquistaram o único título nacional.

 

A equipa verde-e-branca fez uma parte do estágio na África do Sul, onde conseguiu alguns resultados animadores. O Ferroviário de Nampula tem ombreado com os grandes do futebol nacional.

 

 Em 2014 foi vice-campeão nacional. Ainda em Nampula teremos o Ferroviário e Desportivo, ambos de Nacala. Trata-se de duas equipas que bater-se-ão pela manutenção. O Ferroviário fez uma época sensacional em 2015, sendo que o Desportivo só permaneceu devido ao alargamento do número de equipa na prova, de 14 para 16. Todavia, espera-se uma cidade de Nacala onde é quase impossível sair com os três pontos no bolso, como aconteceu em 2015.

 

O Desportivo do Niassa é a equipa que se apresenta pior preparada das 16 que tomarão parte do Moçambola. A equipa de Lichinga só na semana passada é que contratou um treinador, Luís Mayamba, que foi adjunto de Chiquinho Conde no Vilankulo FC. Respescado depois da desqualificação dos Ferroviários de Pemba e de Lichinga por combinação de resultados, o Desportivo do Niassa terá de aguentar o Moçambola com os mesmos jogadores que utilizou na época passada, embora com alguns emprestados por alguns clubes do norte do país.

 

O Desportivo ainda não tem campo para os seus jogos, o Estádio Municipal de Lichinga ainda está em obras, para além de os atletas estarem pouco rodados. Não se sabe ao certo o que traz o representante do Niassa, mas as possibilidades de sucesso são escassas.

 

São estas as 16 equipas que a partir de sábado irão ombrear, numa prova que ganha cada vez mais prestígio. Seis destas equipas irão bater-se directamente pelo título.

 

 

Fonte:Jornal Noticias