PR indignado com gestão das infra-estruturas
O PRESIDENTE da República, Filipe Nyusi, manifestou a sua indignação perante o estado de degradação em que se encontram as principais infra-estruturas desportivas na cidade de Lichinga, dizendo mesmo que ia tentar perceber melhor o que realmente está a acontecer.
A inquietação do Chefe do Estado foi tornada pública num encontro que manteve segunda-feira com os desportistas daquela região do país no âmbito da visita de trabalho que vinha realizando à província do Niassa.
Na ocasião, os desportistas acusaram o Conselho Municipal local de não estar a gerir devidamente o estádio municipal, por exemplo, onde os residentes já tiveram muitas alegrias principalmente aquando da passagem do Futebol Clube de Lichinga pelo Campeonato Nacional de Futebol, o Moçambola, em que a equipa deu muita conta do recado, chegando mesmo a ocupar os lugares cimeiros da prova.
As outras infra-estruturas que estão a degradar-se cada vez mais são a pista de atletismo construída aquando da realização dos Jogos Escolares e o pavilhão que acolhia jogos de basquetebol.
Sobre esta última, uma das atletas que usou da palavra disse mesmo que o pavilhão estava a ser vandalizado. Pediu então ao Chefe do Estado que intercedesse no sentido de ser construído um novo recinto para a prática do basquetebol no Niassa, onde, conforme suas palavras, já nasceram verdadeiras estrelas da modalidade, como os irmãos Manave; Anibal e Aurélia.
Outra preocupação apresentada pelos desportistas do Niassa ao Presidente da República está relacionada com os patrocinadores.
Os desportistas do Niassa acham que o empresariado local não apoia o desporto, razão pela qual muitos dos talentos que nascem acabam por não prosseguir com as suas carreiras por falta de incentivos.
Em resposta, o Presidente da República começou por dizer que ia inteirar-se junto do Governo provincial e do Conselho Municipal sobre o que realmente está a acontecer com as infra-estruturas desportivas na província do Niassa, particularmente na cidade de Lichinga.
“Não entendemos como é que o Conselho Municipal não tem sensibilidade pelo menos para manter o estádio”, afirmou o Presidente da República.
Acrescentou que ia tentar perceber também como é que o Fundo de Promoção Desportiva funciona.
No seu entender, o Fundo devia priorizar as regiões onde há mais dificuldades.
Por outro lado, o estadista moçambicano afirmou que não gostaria que a província do Niassa se sentisse vítima, mas que se sentisse igual às outras províncias do país.
A propósito da intervenção do empresariado, o Presidente da República explicou aos desportistas do Niassa que não era correcto pensarem que é obrigatório as empresas apoiarem o desporto, pelo que encorajou-os ao associativismo.
“Temos que sair da caixa. Não há obrigatoriedade de as empresas apoiarem o desporto porque elas já pagam impostos ao Estado. Outra coisa é que muitos clubes falham porque gerem mal os seus recursos”, apontou o Chefe do Estado.
ELISEU BENTO
Fonte:Jornal Noticias