Ode ao “Homem Elástico”
A nação ainda luta por se recompor do profundo abalo causado pelo desaparecimento físico do ex-internacional moçambicano Joaquim João, a 8 de Abril. A monstruosidade do finado é inquestionável. Esteve patente em toda a extensão da cerimónia fúnebre e não só. Desafio recupera, nestas páginas, na íntegra, a última entrevista concedida por JJ ao desafio, no longínquo ano de 2004, em que fala do seu percurso futebolístico.
Desafio conversou com o “Homem Elástico”, um dos mais destacáveis futebolistas que o país já viu nascer. Já foi deputado da Assembleia Popular, foi membro da AMASP (Associação de Moçambicana de Amizade e Solidariedade para com os Povos).
A sua fama foi transportada para um livro de estudo, neste caso da 4.ª classe. No livro BIP (Bureau International Public), partilha as páginas com biografias de várias personalidades importantes deste país. Foi um dos convidados de honra no regime do saudoso Samora Machel para a cerimónia de assinatura do Acordo de Inkomati. É membro do Conselho Nacional de Desporto. Estamos, pois, perante um histórico que pode morrer feliz porque se confunde com a história do futebol moçambicano.
O nosso entrevistado é um homem de mil e uma histórias. O que tem a dizer é muito e não caberia neste espaço. Partimos para a conversa sabendo disso. Com o “Homem Elástico” – como era conhecido nos seus tempos de jogador, devido à flexibilidade e capacidade de elevação que subsidiavam a sua imbatibilidade nas disputas de bola com os adversários – lutámos, desesperadamente, pela contenção da conversa. Debalde. Por culpa da inspiração do grande Jota. Falava sem freios. E no fim o repórter e o entrevistado riram-se da “maratona” e “assinaram” um acordo.
Fonte:Desafio