Morte de Cândido Coelho: “Família” do desporto consternada
A MORTE de Cândido Coelho, cujos restos mortais serão cremados esta tarde no Cemitério de Lhanguene (zona hindu), é uma perda irreparável para o desporto moçambicano. Este é o sentimento manifestado por várias figuras e instituições que acompanharam a vida do finado.
Paulo Sunia, secretário-geral da Federação Moçambicana de Atletismo (FMA), que chegou a ver Cândido a correr nas pistas do Parque dos Continuadores, considera-o um atleta completo e que sempre amou a modalidade, mesmo tendo depois embarcado para outros desportos.
“Ele nunca se desligou do atletismo, mostrou-se disponível sempre que foi chamado. Lembro-me dos Jogos da CPLP, em 1997, nos quais desempenhou um papel importante para a terceira posição alcançada pela nossa selecção”, comentou.
Por sua vez, o Vice-Ministro da Juventude e Desportos, Carlos de Sousa, destaca o seu bom desempenho nas mais variadas vertentes. “Cândido Coelho trilhou quase todos os caminhos do desporto moçambicano. Foi um atleta polivalente. Destacou-se mais no atletismo, onde detém o recorde do salto à varra e decatlo, mas evidenciou-se como treinador, tendo sido campeão nacional no Desportivo e como dirigente mostrou qualidades no Estrela Vermelha e finalmente como presidente da Federação Moçambicana de Patinagem. Foi com ele, enquanto secretário-geral, que o Estrela sagrou-se campeão africano de clubes de hóquei e a Selecção Nacional conquistou o Campeonato Mundial do Grupo B”, sublinhou. Foi igualmente um dos pioneiros do Torneio Bebec, do qual viriam a sair muitos jogadores para a Selecção Nacional de Futebol.
Miguel dos Santos, a treinar actualmente o Mahafil, recorda com muita emoção os tempos em que foi campeão nacional, em 1983, sob a batuta de Cândido Coelho. “Cândido Coelho era como um pai para mim. Eu não via a ele como um treinador. Ensinou-me muita coisa enquanto jogador e pessoa. Perdeu-se um bom treinador, um homem do desporto”, frisou.
A FederaçãoMoçambicana de Patinagem (FMP) manifestou, por seu turno, muita dor e consternação pelo desaparecimento físico de Cândido Coelho e destacou o bom trabalho realizado por ele enquanto presidente da FMP entre os anos de 2005 e 2010.
GOVERNO REAGE

O Ministro da Juventude e Desportos, Fernando Sumbana Jr., disse que é com profunda mágoa e consternação que o Governo tomou conhecimento da triste notícia da morte de Cândido Coelho.
“Triste e chocante porque veio-nos tirar um homem cuja vida esteve intimamente ligada ao desporto, como praticante, treinador e dirigente, e que com o seu dinamismo, patriotismo, perspicácia e amor ao desporto contribuiu sobremaneira para o seu engrandecimento na nossa jovem república.
Atleta de eleição, treinador vitorioso, dirigente abnegado, cultor e defensor dos princípios e valores desportivos, Cândido Coelho granjeou uma grande estima e admiração no seio dos desportistas moçambicanos, pelo seu eclectismo e exemplo de dedicação e paixão por tudo quanto fazia e fez pelo desporto.
São disso exemplo os históricos triunfos e recordes no atletismo, cujo reconhecimento lhe valeu a distinção como Atleta do Século XX. São igualmente exemplo os sucessos como treinador de futebol no Desportivo de Maputo, Clube de Gaza, Estrela Vermelha de Maputo e Selecção Nacional”, frisou.
Fonte:Jornal Noticias