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centro de documentação e informação desportiva de moçambique

Este blog tem como objectivo difundir a documentação de carácter desportivo

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Momento ímpar e inesquecível

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DEZENAS de personalidades ligadas ao desporto lotaram ontem uma das salas da Universidade Eduardo Mondlane para assistirem a homenagem a José Magalhães, um dos melhores atletas moçambicanos de todos os tempos.

 

A cerimónia, que durou pouco mais de duas horas, decorreu sob emocionantes mensagens de agradecimento dirigidas a José Magalhães, que deixou a sua marca nas pistas de atletismo nas décadas 60 e 70, batendo vários recordes nacionais nas provas de 100, 200, 300, 400 metros e estafetas.  

 

Para além do cheque de 400 mil meticais que lhe foi oferecido pela Universidade Eduardo Mondlane (UEM), através da Escola Superior de Ciências do Desporto (ESCIDE), e do lançamento do seu livro “Uma vida épica no atletismo”, de 180 páginas, deu-se quando o homenageado José Magalhães, 73 anos, discursou para uma plateia que se emocionou com as breves, mas sábias e humildades palavras do “sprinter”.

 

Quero agradecer a todos que tornaram este momento possível. É um momento ímpar e inesquecível da minha vida.Gostaria que este grande gesto fosse o primeiro de muitos porque há mais pessoas que devem merecer esta homenagem. Aliás, todos devem lutar para merecer esta homenagem”, disse.

 

José Magalhães fez um agradecimento especial ao ministro da Juventude e Desportos, Alberto Nkutmula, presente na cerimónia, a Universidade Eduardo Mondlane e ao mentor da promoção desta homenagem, Cremildo Gonçalves.

 

No rol de agradecimentos, o velocista do Ferroviário de Maputo não esqueceu o amigo Victor Pinho (colega de pista na era colonial), que, nos momentos maus da sua vida, lhe ajudou a reerguer-se.

 

Os meus agradecimentos vão para o Víctor Pinho que nos momentos difíceis da minha vida organizou um movimento de solidariedade em Portugal para ajudar-me”, afirmou.

 

ATLETISMO “MORREU

 

Quando questionado sobre o estágio actual do atletismo foi peremptório em responder: “o atletismo morreu! Tem se feito pouco pelo atletismo. É preciso trabalhar mais na formação. Acredito que surgirão mais José Magalhães”, revelou.

 

Coube a Alberto Nktumula fechar a cerimónia com um discurso igualmente emotivo e galvanizador para os mais novos.

 

A história de José Magalhães confunde-se com a história do desporto em Moçambique. Ele foi um dos maiores impulsionadores do desporto. Entre outros grandes feitos notabilizou-se por ter sido um dos melhores atletas de sempre, tendo sido atleta do ano 1967 e do século em 2000.

 

Nktumula não poupou elogios a José Magalhães ao firmar que travou lutas dentro e fora da pista. “Ele foi um talento excepcional não só pela sua prestação desportiva, mas pela intensa luta que travou contra o colonialismo português”, arrematou.

 

Falando sobra a obra, disse que esta é de capital importância pois serve de guia para outros desportistas atingirem o sucesso.

 

Na sua intervenção, Orlando Quilambo, reitor da UEM, apelidou a cerimónia com um momento revestido de simbolismo. “Este momento reveste-se de um valor simbólico particular, pois através dele reconhecemos a figura de um homem, cujo valor extravasa a dimensão nacional.

 

José Magalhães ajudou a quebrar barreiras raciais. Rompeu com a discriminação racial com um recorde na década 60, onde ombreou com atletas de outras raças consideradas superiores à sua”, disse.

 

Cremildo Gonçalves frisou que mais personalidades desportivas devem ser homenageadas.

 

 

Fonte:Jornal Noticias