Maxaquene queixa-se de ser vítima de má fé
O MAXAQUENE veio a público queixar-se de ser vítima duma campanha visando prejudicar a equipa sénior de futebol, que lidera o Moçambola e assume-se como um dos fortes candidatos ao título. A direcção do clube considera-se vítima de má-fé da arbitragem, que, de forma recorrente, tem estado a lesar os “tricolores”.
A denúncia foi feita em conferência de imprensa realizada ontem, na sua sede, para falar sobre os últimos acontecimentos registados no fim-de-semana em Nacala, onde os “tricolores” defrontaram o Ferroviário local e foram prejudicados pela arbitragem, que acabou influenciando na sua derrota, por 1-0.
O presidente do clube, Ernesto Manhiça Júnior, disse que se reuniu terça-feira à noite com a equipa logo que regressou de Nacala, tendo como objectivo moralizar os jogadores e chamar-lhes à razão sobre os objectivos que o Maxaquene persegue.
Afirmou que a mensagem foi entendida, salientando que em mais de 90 anos da existência do clube, nunca foi cultura do Maxaquene pautar em comportamentos inadequados e sempre optou pela verdade desportiva interna e intramuros. Isso porque o clube entende que o desporto é um elemento aglutinador, que permite as pessoas fazerem amizades, para além de ser um meio fundamental para a unidade nacional.
“Constatámos que a equipa de arbitragem agiu de má-fé contra a nossa equipa e isso acontecesse de forma recorrente. Não me refiro exclusivamente ao lance do golo. O que nos leva ao repúdio são os factos registados ao longo do jogo, desde o primeiro momento que a equipa da arbitragem entendeu que não devíamos explanar o nosso jogo ofensivo. Assistiu-se a situações de intimidação, cargas e sobrecargas sobre os nossos atletas, sem que houvesse reacção da equipa da arbitragem”, acusou Júnior, chamando atenção para o facto de o jogo ter sido interrompido 10 minutos, que não foram totalmente compensados.
Sem querer defender a ninguém, o presidente “’tricolor” anotou que perante a actuação tendenciosa e claramente para prejudicar o Maxaquene, houve descontrolo emocional de alguns atletas.
“Existem aqueles cuja estrutura emocional é boa e outros que não. E aconteceu o que aconteceu”, elucidou.
O Maxaquene foi longe ao referenciar que apesar da inércia da equipa, a classificação do ano passado deveu-se à arbitragem.
“Não queremos assumir que os campeões do Moçambola não sejam resultado da verdade desportiva, porque não temos como provar isso e não cabe a nós o fazer, mas gostaríamos de deixar ficar que temos sido vítimas de má-fé da arbitragem e de forma recorrente”, desabafou, ajuntando que se trata de uma situação crítica que desacredita o futebol, salientando que os clubes gastam muito dinheiro para pôr as suas equipas a competirem com a esperança de obter resultados que reflictam a verdade desportiva, ou seja, que compensem o investimento que é feito.
“Há muito dinheiro envolvido no Moçambola. Os clubes investem à busca de resultados desportivos dentro da verdade desportiva”, comentou, convidando a Imprensa a continuar a fazer o seu papel para a moralização do desporto, trazendo a informação e imagens que legitimam os factos que se registam nos campos, de modo a credibilizar o futebol moçambicano. Aliás, Júnior recordou o discurso de um dos dirigentes que não mencionou, dando conta da necessidade de credibilização do futebol. “Esta mensagem é muito forte”, concluiu.
Agi de cabeça quente - Zabula, defesa central “tricolor”
O DEFESA central do Maxaquene, Artur Zabula, não escondeu o arrependimento na sua intervenção para dar esclarecimento sobre a agressão ao árbitro António Munguambe, que dirigiu o jogo entre os “tricolores” e o Ferroviário de Nacala, no último fim-de-semana.
Zabula disse que agiu de cabeça quente, pedindo desculpas ao árbitro, à direcção, massa associativa e simpatizantes do Maxaquene pelo sucedido.
“Estou muito arrependido”, disse sem adiantar mais pormenores.
Fonte:Jornal Noticias