MAXAQUENE, 2 – COSTA DO SOL, 1: Pequeno Isac faz cair um gigante
O HERÓI, como de costume, Isac foi a imagem da reacção pronta do Maxaquene após sofrer o golo de empate (1-1). É caso para dizer feriram o búfalo, já que Isac tratou de pôr os pontos nos ii aos 73 minutos.
Mas vale a pena contar o filme do Maxaquene-Costa do Sol do início. A primeira parte foi jogada a um bom ritmo e com o Maxaquene a ser perspicaz e eficaz no ataque. Com uma linha do meio-campo melhor organizada e mais esclarecida nos processos defensivos e ofensivos roubou muitas vezes a bola ao seu adversário em zonas capitais e depois lançava a velocidade de Isac ou Lukman. Não estranhou por isso que o primeiro sinal de perigo tenha sido protagonizado por Isac que com um gesto técnico consegue tirar Dário Khan do caminho e servir Lukman que atirou ao lado.
Aos 17 minutos surge o golo de Muniz aproveitando uma defesa incompleta de Soarito a remate de Lukman. Diga-se que este golo foi fruto do trabalho individual de Lukman, que após tirar dois defensores do caminho ainda sentou o guarda-redes.
Uma fífia de Simplex que deixou passar a bola que nem manteiga derretida no Verão entre as mãos valeu o corte pronto de Moniz quase em cima da linha de golo.
O Maxaquene, com mais perigo, até porque tirava proveito do adiantamento do bloco defensivo dos “canarinhos”, para em contra-ataque fazer estragos, ficou perto de marcar por Lukman que não conseguiu acertar no alvo após assistência primorosa de Okhan.
O Costa do Sol tinha pouco espaço para atacar e de longe tentava a sorte. Numa dessas tentativas Ussama quase marcava muito por culpa de mais uma intervenção desastrada de Simplex que deixou fugir a bola, sorte que esta foi embater no poste para alívio dos adeptos “tricolores” que já temiam o pior.
A segunda parte começa com Isac a aquecer as luvas de Soarito com um excelente remate em jeito.
Os “tricolores” estavam mais perto do segundo golo, minutos depois, mas valeu uma grande defesa de Soarito com os pés para evitar que o cabeceamento de Butana transpusesse a linha de golo. Mas lá está, o futebol não é uma ciência lógica e quando nada fazia prever, o génio de Mfiki soltou-se, arrancou um passe de trivela para Parkim que cara-a-cara com Simplex rematou certeiro.
O empate, aos 58 minutos, trouxe mais vibração e emoção à partida, já que os pupilos de Chiquinho Conde, que, depois de entrarem num período de sonolência, passaram a atacar novamente e a verdade é que sempre a dupla Lukman e Isac combinava muito bem e criava enormes dores de cabeça à defesa “canarinha”. Foi visível no passe de ruptura de Lukman para Isac que com um toque de classe tirou Soarito do caminho mas com o seu pior pé, o esquerdo, fez um remate sem nexo quando tinha toda a baliza à sua mercê. Mas estava reservado para o minuto 73 o grande momento para o melhor goleador moçambicano.
Isac, ao seu estilo, sempre no momento certo, introduz a bola dentro da baliza depois de uma assistência de cabeça de Butana. Até ao fim, o Costa do Sol tentou restabelecer a igualdade, mas Simplex mostrou-se seguro a duas tentativas de Ruben.
Simões Guambe, embora tenha cometido alguns erros técnicos, merece nota positiva.
FICHA TÉCNICA
ÁRBITRO: Simões Guambe, auxiliado por João Paulo e Ivo Muiambo. Quarto árbitro: Felisberto José.
MAXAQUENE: Simplex; Butana, Zabula, Nito e Mayunda; Whisky, Okhan, Moniz e Fachi; Isac e Lukman
COSTA DO SOL: Soarito; João Mazive, Dário Khan, Gerson e Dito; Ussama (Dainho), Chimango e Elias (Rodrigues); Paulo (Ruben) e Parkim
DISCIPLINA: “Amarelo” para Moniz, Isac e Nito, todos do Maxaquene; João Mazive, do Costa do Sol
Ivo Tavares
Fonte:Jornal Noticias