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centro de documentação e informação desportiva de moçambique

Este blog tem como objectivo difundir a documentação de carácter desportivo

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MAXAQUENE, 1 - UNIÃO DESPORTIVA DO SONGO, 3: Entre ofertas e perfeição

 

A VITÓRIA da União Desportiva do Songo sobre o Maxaquene foi corolário de ofertas como consequência de fragilidades denunciadas logo de início pela sua defensiva e a qualidade técnico-táctica evidenciada pela equipa visitante, que, com muita tranquilidade, controlou a ansiedade que dominou fortemente as hostes “tricolores” à entrada para este duelo titânico.

 

Sobre forte domínio do meio-campo adversário, a equipa do Songo soube posicionar-se no terreno, dando o gosto ao pé com jogadas de tirar o chapéu, isto na primeira etapa da contenda, período durante o qual os “tricolores” estiveram totalmente irreconhecíveis e desnorteados.

 

Aliás, as contas ficaram tão cedo feias para o Maxaquene, que em dois momentos misteriosos sofreu dois golos infantis. Primeiro, foi Bernardo a marcar na própria baliza, na tentativa de desvio ao centro de Cremildo, pela direita. O central “tricolor” projectou a bola para as alturas e o guarda-redes Guirrugo estava um pouco adiantado dos postes, portanto, sem hipóteses para alcançar o esférico, que se foi anichar no fundo das malhas. Foi balde de água fria nas hostes “tricolores” e estavam jogados apenas 12 minutos.

 

Este foi o prenúncio de um dia negro para o Maxaquene, pois, dois minutos depois, Guirrugo fez uma oferta a Luís Miquissone, como se de dia de bonança se tratasse, quando em jogo estava o segundo troféu mais valioso do futebol moçambicano. Foi na sequência de uma bola atrasada que o guarda-redes “tricolor”, ao invés de aliviar o perigo, congelou o esférico e na tentativa de contornar o astuto Luís Miquissone este desarmou-o, endossando de seguida o esférico para a baliza desguarnecida (2-0). Foi mais um golpe para o desespero dos “tricolores”, que, depois de perderem a final da Taça da Liga BNI, lutavam, à semelhança do adversário, pelo único título que lhes sobrava. E este lance aconteceu curiosamente numa altura em que o Maxaquene reagia ao primeiro golo, com Danilo a ser derrubado pelas costas por Sataca Jr. quando se preparava para testar a baliza do Songo. Na conversão do livre, o artilheiro Isac atirou contra a barreira próximo da meia-lua.

 

Portanto, os “tricolores” sofreram dois golos num momento em que procuravam assentar o seu jogo. Porém, foi a União Desportiva a protagonista do primeiro lance do jogo, com Chereque a falhar o “chapéu” a Guirrugo, após a assistência de Cremildo. Do centro do meio-campo “tricolor”, Cremildo projectou o esférico para o isolamento do avançado de Songo, que, vendo o guarda-redes “tricolor” a sair para o alívio, tentou o “chapéu”, mas Guirrugo pulou e travou o esférico com o peito e lançou o Maxaquene para o jogo, ganhando aplausos de pouca duração, pois acabaria sendo conotado como o mau da fita neste embate.

 

Foi difícil conter a velocidade com que os tetenses se desdobravam no terreno. A isto esteve ainda, para além do brio colectivo, a capacidade individual de alguns jogadores, que, com muita mestria, fizeram a diferença na produção de jogadas que conduziram a União Desportiva à almejada vitória. São eles o trinco Zê Luís, que, como comandante das operações, soube conduzir o barco a bom porto, tanto na distribuição, bem como em missões defensivas; o ala Cremildo, que, com muito calculismo, galvanizou o ataque tetense pelo corredor direito, chamando com alguma frequência a atenção da dupla do ataque constituída por Luís Miquissone e Chereque. A este dueto vão também as merecidas considerações pela capacidade de antecipação e fuga, confundindo a defensiva “tricolor”, que, já sem o controle de policiamento, teve de correr muitas vezes atrás do prejuízo e obrigada a cometer faltas.

 

Aliás, a defensiva “tricolor” estava trémula, a ceder muito a pressão e a não articular. Nito era o mais inseguro da defensiva, enquanto Wisky, na posição de trinco defensivo, não fez valer a sua experiência, facto que permitiu penetrações pelo corredor central até junto da grande área. Foi assim que foi substituído por Dangalila, aos 33 minutos, isto após o terceiro golo da União Desportiva, apontado por Kambala, numa outra assistência (centro) de Cremildo. Do primeiro poste e sem cobertura, não fez muito esforço senão colocar a bola para o ângulo mais distante da baliza de Guirrugo, para o 3-0. Aos 37 minutos, Luís Miquissone foi projectado para a entrada da grande área pela esquerda e, depois de se isolar, antecipou Guirrugo, mas o ângulo para a colocação ficou apertado, daí que a bola tenha saído a rasgar a boca da baliza e quase a roçar o segundo poste. 

 

O Maxaquene permaneceu sem grandes revelações, enquanto a União Desportiva, muito calma e com muita frieza, foi fazendo o seu jogo com colocações certas. Do miolo, Zé Luís continuou a fazer o papel que lhe convinha como um excelente distribuidor e fazia a cintura para estancar, com apoio de Kambala, as tentativas de progressão do Maxaquene pelo corredor central, enquanto Cremildo se revelou pela positiva na transposição do ataque do Songo, pela direita, com excelentes colocações e assistências para os homens mais adiantados. Valeu também a capacidade técnica e a mobilidade que com que os seus avançados, nomeadamente Luís Miquissone e Cherreque se desdobravam, surpreendendo a defensiva tricolor com excelentes desmarcações e posterior isolamento, chamando Guirrugo para saídas em apuro.

 

A segunda parte começa com o Maxaquene a procurar redimir-se e já com o futebol assente ao chão, que lhe é característico, chegou com muito perigo ao reduto do Songo. Foi na sequência disso que, numa jogada de insistência, Tobías, que entrou a substituir ao “problemático” Nito, cabeceou para trave, dois minutos depois do reatamento.

 

Fruto do seu empenho, os “tricolores” reduziram para 3-1, aos 70 minutos, na sequência de um pontapé de canto. O guarda-redes Swin saiu para o desvio e, na disputa para o alívio, o “central”  Bernardo empurrou o esférico para o fundo das malhas, redimindo-se do erro fatal que levou a Uniao Desportiva a estar em vantagem muito cedo no marcador . Dois minutos depois, Fachy, de longe, atirou quase a surpreender Swin, desenquadrado com baliza, mas a bola saiu centímetros ao lado. A dupla de ataque constituída por Isac e Luckman estava mais activa.

 

 

Aliás, a entrada do dinâmico Tobias galvanizou o ataque “tricolor” e Swin foi chamado a algumas intervenções de risco. Aliás, na estratégia de “queimar” o tempo, o guarda-redes da equipa de Songo foi punido com cartão amarelo. Isto aconteceu numa altura que a UD Songo já fazia o jogo de contenção e estava, pelas circunstâncias, mais recuada, partindo em contra-ataques que, porém, foram pouco produtivos, porque o Maxaquene continuou a fustigar a sua defensiva com ataques consecutivos. Na sequência disso, Luckman, com um golpe de cabeça, obrigou Swin a esticar-se para, com a mão, afastar o esférico da trajectória do golo, aos 86 minutos, e na insistência Isac fez a bola passar ligeiramente ao lado. Nem os sete minutos de compensação ajudaram os “tricolores” ao almejado empate para o qual incansavelmente lutaram.

 

 A  equipa de arbitragem, liderada por Sérgio Rumbane, esteve à altura do jogo.

 

FICHA TÉCNICA

 

ÁRBITRO: Sérgio Rumbane, auxiliado por Arsénio Marrengula e Osvaldo de Jesus. O quarto árbitro foi Celso Alvaçao.

 

MAXAQUENE – Guirrugo; Butana, Nito (Tobías), Bernardo e Paíto; Wisky (Dangalila), Fachy, Bruno e Danilo (Mayunda), Lukman e Isac.

 

UD SONGO– Swin; Sataca Jr., Mano, Mucuapel e Tony; Zé Luís, Cremildo, Kambala (Tchitcho) e Banda (Jacob); Chereque (Bongani) e Luís Miquissone.

 

DISCIPLINA: cartões amarelos para Nito, Lukman e Isac, todos do Maxaquene; Swin, Sataca Jr. e Luís Miquissone, da União Desportiva.

 

 

Fonte:Jornal Noticias