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centro de documentação e informação desportiva de moçambique

Este blog tem como objectivo difundir a documentação de carácter desportivo

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“Mambas” com triste desenlace

A SELECÇÃO Nacional de futebol perdeu a oportunidade de erguer pela primeira vez o troféu da Taça COSAFA ao perder com a Namíbia, por 2-0, na final disputada sábado em Moruleng Stadium, Rustenburg, na vizinha África do Sul.


É a segunda vez que os “Mambas” perdem na final. A primeira foi em 2008, diante da África do Sul, por sinal anfitrião do evento, que teve início a 15 deste mês.


Para o apuramento do terceiro lugar, Madagáscar venceu Botswana, por 2-1, surpreendendo a tudo e todos, enquanto uma selecção sem história neste evento. Aliás, o torneio foi marcado por surpresas com a queda das selecções mais cotadas e tidas como favoritas, casos da Zâmbia, a própria África do Sul, o Zimbabwe, este que nem sequer passou da fase preliminar, enquanto os zambianos e sul-africanos entraram, tal como os “Mambas”, a partir dos quartos-de-final. Aliás, a conquista do título pela Namíbia foi um facto inédito, para além de que os namibianos se notabilizaram entanto que selecção que veio da fase preliminar, portanto não era favorita.


PRESSIONAR E DOMINAR


Com uma entrada empolgante, a Namíbia deu-se ao luxo de assumir o protagonismo do jogo e obrigou, logo de início, os “Mambas” a tomarem cautelas defensivas com um jogo bastante fluido e objectivo, e que esteve assente num meio-campo criativo e flancos muito produtivos. Foi assim que, muito cedo, houve necessidade de desdobramento de esforços, sobretudo pelas alas, para anular as frequentes investidas que visavam alimentar a dupla de ataque constituída por Peter Shalulile e Benson Shilongo. Esta dupla criou calafrios, tanto no jogo aéreo, como na exploração de remates fora da área, aproveitando a sua excelente condição física e o seu tecnicismo. Aliás, vendo-se impossibilitados de perfurar o reduto moçambicano, a partir da zona frontal, Ronald Ketjijere e Wangu Gome, os responsáveis pelas iniciativas ofensivas a partir do miolo, optaram por aberturas para os flancos, donde partiam fogosos cruzamentos de Petrus Shitembi e Deon Hotto para a zona de rigor.



Com um meio-campo menos produtivo - Momed Hagy e Ussama não assumiram o papel que lhes cabia de mobilizar as jogadas de ataque com a clarividência necessária para assistir, tanto as alas, bem como Luís e Isac, os homens mais adiantados da turma moçambicana.


Mesmo assim, houve algum esforço e algumas iniciativas que levaram algumas bolas para Luís e Isac, mas estes estavam muito bem vigiados, portanto não tiveram espaço para grandes manobras. Tiveram de recuar para a ir buscar o jogo e só desta forma conseguiram, por poucas vezes, levar algum perigo à baliza defendida por Virgil Vries.


A primeira jogada de vulto dos moçambicanos acabou saindo de um pontapé de canto cobrado por Kito. Ussama apareceu no segundo poste a cabecear para o lado contrário, mas Isac não saltou o suficiente para desviar o esférico.


O jogo foi ganhando interesse com as duas equipas a jogarem abertamente ao ataque e, com um futebol progressivo e directo, os namibianos tentaram, ainda no primeiro quarto da contenda, com remates fora da área, surpreender César Machava, mas os tiros saíram desenquadrados.


O jogo ganhou equilíbrio à entrada do segundo quarto, com os meio-campos de ambas as partes a fluírem com jogadas bem construídas. As duas equipas tentaram dar alguma emoção ao jogo, mas quem se saiu melhor foi a Namíbia, enquanto os “Mambas” não acertavam plenamente nas combinações, perdendo a batalha no esforço visando transpor o último reduto dos namibianos.


A Namíbia foi, à mistura com futebol directo e objectivo, privilegiando a circulação de bola, mas explorando acima de tudo os flancos. E tornou-se muito perigosa à entrada do segundo quarto, a baliza moçambicana na tentativa de encontrar a resposta dos seus “postes”, nomeadamente Shalulile e Shilongo, que não davam tréguas à defensiva moçambicana no jogo aéreo. Aliás, fruto do seu empenho, os namibianos chegaram ao golo aos 35 minutos. Cruzamento do lado esquerdo e a bola chegou a Hotto, que aproveitou a desconcentração da defensiva moçambicana e com muito jeito colocou o esférico no fundo das malhas.


João Chissano, seleccionador nacional, não teve outra opção que procurar conferir mais consistência ao meio-campo pouco produtivo e tirou o capitão Momed Hagy, metendo no seu lugar Gildo, já no último quarto da primeira etapa.



E a resposta dos “Mambas” apareceu já na ponta final da primeira parte, quando Luís foi às alturas antecipar-se do guarda-redes namibiano e viu o esférico a ser desviado já na boca da baliza por um defensor namibiano. E foi o mesmo Luís que fez uma excelente assistência a Isac, mas o desvio do artilheiro moçambicano tomou direcção errada, porque a bola vinha com alguma velocidade, quando faltava apenas um minuto para o fim da etapa inicial, Luís foi ainda a tempo de arrancar um remate, mas que saiu muito alto.


Os “Mambas” tentaram imprimir maior velocidade na segunda parte, mas continuaram a acusar fraca mobilidade no miolo e as iniciativas de jogo de ataque continuaram escassas. Mesmo assim, procuraram os caminhos para a baliza namibiana e Kito obrigou o guarda-redes Vries a uma defesa de recurso no primeiro quarto.


Os “Mambas” cresceram ligeiramente no jogo, tentando explorar igualmente os flancos, mas as suas investidas foram anuladas. Os namibianos souberam controlar os movimentos ofensivos da equipa nacional e anularam muitas vezes as suas jogadas. Voltaram à carga e controlaram novamente o jogo.


E eis que a Selecção Nacional é novamente apanhada em contrapé em mais uma jogada flanqueada e rápida. A bola foi metida para a zona de rigor. César Machava saiu dos postes para o alívio, mas a bola voltou para a posse dos namibianos, tendo Hotto feito uma colocação em jeito e anichar o esférico nas malhas desguarnecidas. Era o segundo da sua autoria aos 75 minutos.



Os “Mambas” tentaram correr atrás de prejuízo e com algumas mutações no xadrez chegaram próximo da baliza namibiana. Diogo ainda tentou fazer o golo de honra, através de um livre, mas Vries defendeu. A Namíbia não parou, continuou na mó de cima e só não conseguiu alargar a vantagem graça às intervenções do guarda-redes César Machava.


O combinado moçambicano lutou que se cansou sem no mínimo conseguir o golo de honra.


FICHA TÉCNICA


ÁRBITRO: Hamada Nampiandraza, de Madagáscar, auxiliado por Gilbert Lista, das Seychelles, e Souru Phatsoane, do Lesotho.


MOÇAMBIQUE: César Machava; Norberto (Diogo), Chico, Gerson e Edmilson, Momed Hagy (Gildo), Kito, Ussama e Parkim (Witness), Luís e Isac.


BOTSWANA: Vries, Haoseb, Mwedihanga, Katjiukua e Gebhardt, Shitembi (Stephanus), Ketjijere, Gome e Hotto, Shalulile (Isaacks) e Shilongo (Keimwine).

DISCIPLINA: Cartões amarelos para Kito e Denzil Haoseb.


SALVADOR NHANTUMBO


Fonte:Jornal Noticias