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centro de documentação e informação desportiva de moçambique

Este blog tem como objectivo difundir a documentação de carácter desportivo

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LIGA,0-APR, 0: Comprometedor!

 

NÃO foi animadora a estreia da Liga Desportiva de Maputo na Liga dos Campeões Africanos. O empate caseiro a zero bola com o APR do Ruanda soube a derrota e  compromete de que maneira o apuramento do campeão nacional para a próxima eliminatória.

 

Apesar de na segunda parte ter se visto mais Liga, ficou a impressão de que devia ter feito mais para vencer. Permitiu que os ruandeses tivessem bola e a circulassem a seu bel-prazer durante um bom período, sobretudo nos primeiros 15 minutos em que, simplesmente, não houve Liga quando se pedia que entrasse a todo gás à procura do golo.

 

Por isso não causou estranheza que os primeiros remates à baliza, embora sem perigo, pertencessem  ao APR. A Liga denotava muitas dificuldades para desenhar as jogadas de ataque. Era visível a falta de sincronia entre os jogadores, aliado a alguma ansiedade em se querer chegar o mais rapidamente possível à baliza contrária. O certo é que todas as tentativas do campeão nacional caíram em saco roto. Em 15 minutos de jogo ainda não tinha sido capaz de fazer um remate à baliza quando se pedia que fosse a equipa mais perigosa na condição de anfitriã.

 

A equipa ruandesa, por seu turno, demonstrava maior ritmo, algo natural já que o campeonato daquele país vai a meio enquanto o nacional (Moçambola) só arranca no próximo mês. Mas para gáudio dos presentes no campo do AFRIN, na sua maior parte moçambicanos, a Liga assentou o seu jogo a partir dos 20 minutos, passou a ter mais bola,  a circulá-la melhor e acima de tudo começou a rematar à baliza, algo que ainda não tinha acontecido. Destaque para o bom trabalho individual de Kito que “disparou” um pouco ao lado do poste depois de tirar um oponente do caminho. Este lance transmitiu motivação e confiança e um minuto depois foi a vez de Liberty ver um remate seu, que levava fogo, ser desviado por um defensor.

 

A Liga crescia a cada minuto e as jogadas de ataque sucediam-se as catadupas. Ora pela direita, ora pela esquerda o representante nacional na “champion league” acercava-se da baliza de Olivier. O público queria gritar golo, sentia que este momento estava perto, até chegou a fazê-lo quando Washigton cabeceou certeiro, no entanto o árbitro namibiano julgou que Manuelito, que faz o passe, jogou a bola já fora das quatro linhas. No minuto seguinte a bola podia mesmo ter se anichado na baliza de Olivier numa jogada em que Telinho, rapidíssimo, passou por um defesa e só com guarda-redes rematou cruzado mas sem a devida força.

 

Apesar da excelente resposta da Liga, após um primeiro quarto de hora para esquecer, o resultado não se alterou na primeira parte. Alguns adeptos nas bancadas pediam a entrada de Jerry. “Precisamos de uma referência no ataque.

 

Jerry é o homem certo”, gritava o público. Cá para nós, podia ser uma aposta válida para uma equipa que em casa tinha a obrigação de fazer mais. Substituir o defesa direito Mustafa, que praticamente não sobe, fazendo cair Kito (que estava no meio campo)  para essa zona, um jogador que conhece bem esses terrenos (tem sido assim nos “Mambas”) daria com certeza um maior cunho atacante à campeã nacional. Litos assim não entendeu. Fez regressar o mesmo onze e a segunda parte começou praticamente com duas jogadas claras de golo, uma para cada lado.

 

Primeiro Issa para o APR e na resposta Telinho com tudo para fazer golo chutou ao lado. Tarde desesperada para o número 4 da Liga. Ao contrário de Manuelito que teve um momento de inspiração ao desferir um remate cá do meio da rua, levava selo de golo, mas Olivier impediu com categoria. Aos 61 minutos Litos cedeu ao pedido dos adeptos, fez entrar Jerry para o lugar de Telinho numa clara tentativa de chegar ao golo, mas foi o APR a criar perigo através de uma jogada rápida de contra-ataque bem conduzida por Jamal que culminou com um remate de Michel por cima.

 

O empate era negativo e Litos lançou perto da meia hora Andro e Zicco, duas unidades de ataque. Foi desta dupla, que já perto do final, surgiram duas situações que poderiam ter resultado em golo. Andro, de cabeça, obrigou Olivier a fazer a defesa da tarde, quando o público já preparava para fazer golo. Na sequência dessa estupenda defesa, a bola sobra para Zicco que é derrubado em falta na grande área. Houve motivo para grande penalidade. O juiz namibiano que esteve bem em todo jogo falhou nesse lance.

 

Foi dos pés que Liberty que surgiu a última situação de golo. Um remate bem chegado ao poste, mas estava lá o keeper com uma palmada a evitar que a Liga saísse de campo com uma vantagem nem que fosse pela margem mínima.

 

FICHA TÉCNICA

ÁRBITRO: Leston Namgombe, auxiliado por Isasicar Boois e Christaf Vries. Quarto árbitro: Gottcuer Mateus.

LIGA: Milagre; Chico, Mustafa (Andro), Gildo e Eusébio; Momed Hagi, Washigton (Zicco), Liberty e Kito; Manuelito e Telinho (Jerry).

APR:  Olivier; Michel, Albert, Empy e Ismail; Jean, Jaric, Erme (Jamal) e Ewagi; Michel e Issa (Adrien).

DISCIPLINA:Amarelo para Michel, Ismail, Olivier (APR) e Eusébio (Liga).

 

IVO TAVARES

 

 

Fonte:Jornal Noticias