Liga conquista mais uma Supertaça
A LIGA Desportiva de Maputo conquistou ontem mais uma Supertaça, a primeira prova oficial e que marca a abertura da nova época futebolística, derrotando pela segunda vez consecutiva o Ferroviário da Beira, desta vez por 1-0.
O embate, presenciado por um número considerável de assistentes, teve lugar no campo do Afrin, na Machava, Município da Matola. No ano passado, a Liga superou este mesmo adversário, vencedor da Taça de Moçambique, na lotaria de grandes penalidades, depois do 1-1 ao fim do tempo regulamentar e no prolongamento.
Para além de colocar frente-a-frente as duas melhores equipas da época passada, entanto que vencedoras das duas principais provas futebolísticas nacionais, o embate serviu de termómetro para avaliar o nível de preparação dos representantes nacionais para as competições africanas ao nível de clubes, nomeadamente a Liga dos Campeões Africanos e a Taça da Confederação Africana de Futebol (Taça CAF).
Salientar que a Supertaça passou desde ontem a ostentar o nome de um dos ícones do futebol moçambicano e internacional que o país viu nascer, o malogrado Mário Esteves Coluna. A viúva Isabel Coluna teve, por isso, o mérito de dar o pontapé de saída do jogo e liderar a cerimónia de distribuição de prémios. Aliás, foi das suas mãos que a taça foi entregue à Liga Desportiva de Maputo.
Quanto ao jogo, importa dizer que a campeã nacional foi bastante inteligente. Sem ser soberbo, jogou no erro do adversário, aproveitando ao máximo os deslizes dos “locomotivas” que actuaram abertamente ao ataque e sem contemplações. Foi por essa via que, na melhor chance, marcou por intermédio de Kito, aos 35 minutos da primeira parte, e depois ganhou maior confiança, controlando os passos do seu oponente e jogando de forma mais objectiva.
Mesmo sem ser excelente, o Ferroviário da Beira entrou de forma atrevida e tomou, em grande parte da primeira parte, a iniciativa de jogo, daí que tenha sido a equipa que mais vezes chegou ao ataque. Teria marcado, mas foi muitas vezes encontrado em situação irregular, embora, nalguns lances, tenha havido dúvidas sobre a decisão do trio de arbitragem.
Numa incursão pela esquerda do ataque, Reinildo, o jogador mais rápido dos “locomotivas” do Chiveve, foi travado em falta quando queria penetrar na grande área, tendo Samuel Chirindza feito vista grossa. O jogo corria no seu primeiro quarto do tempo regulamentar. E o lance mais vistoso do golo veio mesmo do “capitão” Maninho que, um pouco descaído à direita do ataque, tentou colocar os seus companheiros do ataque em posições mais privilegiadas para finalizar. Experimentou os reflexos de Milagre, forçado a esticar-se para afastar o esférico para canto.
Nesse período, a Liga arrancou alguns lances de bola parada, mas foi menos clarividente na articulação, com algum nervosismo à mistura, daí que tenha passado maior parte do tempo quase a defender-se do que a atacar.
Jogou num ritmo um pouco lento, denunciando dessa forma as suas incursões e, como consequência, teve dificuldades de sair para o ataque, sobretudo pelo corredor central, onde Paíto e Fabrice travaram muita luta e apoiavam o jogo ofensivo da equipa beirense. Contudo, a Liga soube vigiar a zona de rigor, com Gildo e Chico a não darem espaço a Jacob e Dário, posicionados à frente da grande área da Liga.
E foi em contra-ataque, após ganhar a bola no miolo, que o esférico chegou a Jerry, que, descaído à esquerda do ataque e sem espaço de manobra, centrou para entrada da grande área, tendo Kito encostado o esférico com muito jeito para beijar o ângulo superior direito. Foi um tento contra a corrente do jogo e que moralizou a Liga para o resto do jogo.
Fonte:Jornal Noticias