LIGA, 5 - DESP. NACALA, 0: Rajada de golos abate forasteiros
OLHANDO para os primeiros 30 minutos, em que a Liga teve dificuldades para fazer um remate sequer à baliza contrária, era muito difícil prever que no final dos 90 o resultado fosse de 5-0 a seu favor. Muito ficou a dever-se a uma segunda parte de luxo, em que, diga-se, houve apenas uma equipa em campo.
Mas, conforme foi referido, a Liga enfrentou grandes dificuldades para furar o bloco defensivo do Desportivo de Nacala. As jogadas ofensivas eram bastante denunciadas, facto que denunciava a missão defensiva dos visitantes, que tinham tempo de sobra para organizar o seu sector mais recuado.
Por outro lado, os nacalenses faziam uso do contra-ataque para chegar à baliza de Milagre. Diga-se que o faziam de forma mais objectiva e aos 23 minutos quase colhiam frutos. Scander, bem desmarcado, ganha terreno e já dentro da grande área remata à malha lateral. Pedia-se mais do médio dos nacalenses, na medida em que estava em boa posição para rematar com sucesso.
As dificuldades dos comandados de Litos em causar apuros junto à baliza contrária eram notórias e só através de um tiro potente de Kito, aos 31 minutos, de fora da área, é que se deu o primeiro sinal de perigo. David foi obrigado a fazer uma defesa arrojada, cedendo um pontapé de canto que viria a ser fatal, já que foi da marca do quarto círculo que nasceu o golo da Liga. Neymar, aos 33 minutos, aproveitou uma defesa incompleta de David para colocar os anfitriões em vantagem.
A Liga animou-se, passou a ter mais espaço para atacar, tirando proveito do facto de os pupilos de Arnaldo Ouana terem subido no terreno à procura do golo do empate. Zicco por duas vezes ficou perto do golo, mas a terceira foi de vez. O malawiano cabeceou certeiro e dilatou a vantagem para a equipa da casa. Estavam jogados 46 minutos, o primeiro dos dois minutos de compensação.
De realçar que a primeira parte ficou manchada pelo comportamento violento dos adeptos do Desportivo de Nacala, que sem razão protestaram contra a equipa de arbitragem, tendo danificado uma das redes de protecção do campo da Liga. Por mais que tivessem razão nas reclamações (não é o caso) não se justifica este comportamento extremamente violento.
A verdade é que a Liga não se intimidou com essas atitudes. Aliás, regressou para a segunda parte a todo o gás e no espaço de 17 minutos fez três golos. O primeiro apontado por Liberty, aos 53, na sequência de um bom trabalho de Eusébio pela esquerda, e aos 56 por intermédio de Zicco, outro de cabeça, e Andro, aos 61. Um autêntico bombardeamento de golos que tirou interesse duma partida da qual se esperava uma maior réplica da turma de Nacala, a julgar por aquilo que tem feito neste início do campeonato. Gito e Zé ainda tiveram nos pés a oportunidade de fazerem o tento de honra, mas tiveram perdidas clamorosas.
O árbitro do encontro, Samuel Chirindza, esteve bem no ajuizamento disciplinar e técnico.
FICHA TÉCNICA
ÁRBITRO: Samuel Chirindza, auxiliado por Baltazar Hilário e Salomão Filipe. Quarto árbitro: Luís Jumisse.
LIGA: Milagre; Kito, Gildo, Chico e Eusébio (Naftal); Momed Hagy, Liberty, Manuelito e Andro (Nando); Neymar e Zicco (Jerry).
DESP. NACALA: David; Idrissa, Isaías, Joa e Kikito; Sanito, Maninho (Zé), Essien e Scander (Zinho); Gito e Faizal.
DISCIPLINA: Amarelo para Neymar e Gildo.
IVO TAVARES
Fonte:Jornal Noticias