Júbilo, recados e ambição na recepção ao Ferroviário
CENTENAS de pessoas entre dirigentes, associados, adeptos e população em geral receberam na noite de domingo último com manifestação de alegria, no Aeroporto Internacional da Beira, a equipa do Ferroviário da capital provincial de Sofala, que no dia anterior ergueu, pela terceira vez, a Taça de Moçambique/mcel, depois de bater o seu homónimo de Maputo, por 1-0.
O avião que transportava a comitiva dos ‘’locomotivas’’ pousou a placa cerca das 23:00 horas. Mal o ‘‘pássaro’’das Linhas Aéreas de Moçambique pisou o solo beirense, a avalanche apossou-se dos presentes, gritando e entoando cânticos de júbilo por esta conquista.
A satisfação atingiu o seu apogeu quando a comitiva apareceu na porta do avião, primeiro com o ‘’capitão’’Maninho a erguer a taça e, depois, a saída dos restantes elementos, o que criou até uma certa emoção por parte de alguns dos mais sensíveis de tanta alegria.
RECADOS
Após a recepção apoteótica, os vencedores da Taça de Moçambique/mcel foram envoltos em abraços por parte dos dirigentes, adeptos, familiares e singulares que para lá se deslocaram para “in loco’’ presenciarem a chegada dos ‘’heróis’’ do ‘’Chiveve’’. Foi naquele instante que muitos presentes foram abraçar e carregar alguns jogadores, intercalando este acto com alguns ‘’recados’’ tanto para os seus ídolos como para a direcção no sentido de tudo fazerem para que na próxima época o Ferroviário não se contente apenas por chegar, mais uma vez, na final da Taça e, quiçá, voltar a vencê-la.
‘’O Ferroviário da Beira já é adulto. Não pode continuar a contentar-se apenas por estas coisinhas, embora esta seja uma competição de realce. Vamos lutar para outros voos’’, gritavam alguns presentes. Efectivamente, os ‘’locomotivas’’ beirenses tiveram uma ascensão nas últimas épocas. No ano de 2012 foi vice-campeão nacional mas na segunda prova mais importante do país, a Taça de Moçambique, acabou sucumbindo nas meias-finais. Já no ano seguinte, isto é, 2013, a proeza foi novamente dos beirenses ao posicionar-se entre os dois primeiros, suplantado apenas pela Liga Muçulmana que foi campeã nacional. Acto contínuo, o Ferroviário de Lucas Bararijo foi novamente a Maputo bater o Chibuto na final e levou a taça para as bandas do ‘’Chiveve’’.
Na época futebolística que acaba de terminar, o Ferroviário da Beira cedeu um lugar do conquistado ano passado tendo ocupado a terceira posição tendo sido ultrapassado pela Liga, campeão e pelo Ferroviário de Nampula, vice. Já na Taça, o combinado da capital provincial de Sofala foi, mais uma vez, o ‘’rei’’ nesta competição ao vencer nesta edição de 2014 o seu homónimo de Maputo por escasso 1-0, numa final empolgante que teve lugar sábado no Estádio Nacional Zimpeto.
AMBIÇÃO
O Ferroviário da Beira já vem tendo mérito próprio nas últimas épocas mas ainda não saboreou o ‘‘canecão’’ de vencedor do campeonato nacional no escalão maior. Assim, desde os últimos anos a esta parte, a preocupação da direcção tem sido de apetrecho da equipa principal na esperança de atacar o ceptro do futebol nacional, mas a sorte tem sido madrasta quedando-se entre os primeiros três lugares. No final da época passada e depois da conquista da Taça de Moçambique/mcel, os ‘’locomotivas’’ definiram como prioridades para época que findou, ganhar a Taça e, também, o Moçambola. Entre as vozes que se pronunciaram sobre esta ambição figura a do presidente da Assembleia-Geral do clube e igualmente director dos CFM-Centro, Cândido Jone.
Homem do desporto, Jone, que também já foi presidente de direcção dos ‘’locomotivas’’ da Beira, era no domingo um dirigente cuja satisfação extravasava a conquista da taça, pois, segundo ele, ‘’agora já chega, importa ter mais ousadia e atacar o Moçambola’’. ‘’O sucesso não pode cingir-se apenas na Taça de Moçambique/mcel. Temos que ser mais audazes e atacarmos o Moçambola. E o Ferroviário é capaz disso’’, ambicionou aquele dirigente. Tal como Cândido Jone, a massa associativa, jogadores, adeptos e amantes do desporto-rei, sobretudo afectos às cores ‘’verde-e-branca’’ também sentem esta ‘’ imperiosa necessidade’’ de vencer o Moçambola porque, segundo eles, condições humanas e materiais existem.
ANTÓNIO JANEIRO
Fonte:Jornal Noticias