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centro de documentação e informação desportiva de moçambique

Este blog tem como objectivo difundir a documentação de carácter desportivo

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Gonçalves arrasa antecessores e faz história 22 anos depois

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Luís Gonçalves entra para história dos mambas ao vencer pela primeira vez em 22 anos, os três primeiros jogos como selecionador nacional.
Substituiu o português Rui Caçador, e dele se esperava salvação dos maus resultados, mas o máximo que Arnaldo Salvado conseguiu foi levar os Mambas a um 3? lugar na Taça COSAFA de 1997.

Foi trocado em 1999 por Euroflim da Graça, que de Graça só mesmo o nome porque tudo que se viu foram derrotas. No 1? jogo diante do Gana (1-0), depois com os Camarões pelos mesmos (1-0).

O pico foi logo no 3? jogo, em que Euroflim quase fez história pelas piores razões, mas Tico-Tico evitou vergonhas maiores, apontando o golo de honra na humilhação por 6-1 diante dos Camarões de Patrick Mboma, no mítico Estádio da Machava.

Para encontrar a pior derrota dos Mambas é preciso fazer um “flash back” e voltar até o ano de 1980, ano em que esta “cravada” a derrota dos Mambas diante do Zimbábwé por incríveis 6-0.

Em Maio de 1999 Salvado regressou, e na sua reestreia venceu o 1º jogo contra o Botswana (2-0), mas voltou a perder com a Eritreia e com a Nigéria por uma bola sem resposta em ambos jogos.

Um ano depois, em 2000, foi a vez de Augusto Matine. O português nascido em Moçambique, teve uma estreia para esquecer, ao perder por 3-0 diante dos Bafana Bafana, na COSAFA CASTLE.

Matine reergueu os Mambas, e no 2º jogo venceu por 2-1 a antiga Swazilandia, mas no 3º jogo que foi diante do mesmo adversário (Swazilandia), não foi para além de um empate a uma bola.
Em 2003, depois de orientar os Mambas de 1993 a 1995, o Russo Victor Bondarenko regressou aos Mambas. Na sua restreia, “Bondas” como é tratado pela media internacional, bateu o Lesotho, na marcação de grandes penalidades 5-4.   

Em boa forma seguiu-se a vitória por uma bola sem resposta diante da Burkina Faso. Quando tudo parecia estar a correr as 1000 maravilhas, os mesmos “les Etalons” aplicaram uma derrota pesada aos mambas (4-0).

Era preciso reaquecer a equipa, e sem medo, Artur Semedo, assumiu o desafio ainda em 2003. Semedo foi substituído em 2007, e para o seu lugar foi colocado o holandês Mart Nooij.

O técnico começou com um empate diante do Senegal, mas seguiram-se momentos de glória, com vitórias diante do Seycheles (2-0), do Zimbabwé (5-4) nas penalidades depois de um empate a zero, e do Burkina Faso por 3-0.

Cinco anos depois, em 2011, chegaram os maus resultados, e o barco de Nooij afundou. A rota da escolha dos treinadores foi parar na terra de Shakpear, a Alemanha, e lá foi escolhido Guert Enguels.

Enguels prometeu muito com as vitórias tanto na estreia como no 2º jogo, que foi diante das Comores, 1-0 e 4-1 respetivamente, mas fez muito pouco, ao iniciar um ciclo trágico de derrotas no seu 3º embate, em que perdeu 3-0 com a Namíbia.

Aquele que queria revolucionar os Mambas tal como outro compatriota seu, Friedrich Engels (bastante predisponível a revoluções), fez 19 jogos, empatou cinco, ganhou seis e perdeu oito jogos.

Qual revolução qual que, em 2013 depois de ser arrasado por 6-1 diante da Guine Conacri, pautou por comportamentos, no mínimo, diferentes, ao não regressar a Maputo para o adeus formal a Moçambique.

Depois da “fuga” de Engels, chegou a vez dos interinos. João Chissano foi chamado a ocupar o cargo de selecionador de forma interina. Estreou-se com uma derrota (1-0) diante do Egypto, venceu o Malawi (1-0), e no 3º jogo perdeu 3-1 com a Zâmbia.

Chissano foi afastado em 2015 e seguiu-se outro interino. A Federação Moçambicana de Futebol escolheu Hélder Muianga, ou simplesmente Mano-Mano que estreou-se com a goleada diante do Seycheles por 5-0.
Era mais um começo efusivo, nada novo, mas festejou-se como tal. Voltou a bater “os Piratas” de forma convincente (4-0), mas no 3º, quando estava perto de garantir seu lugar na história, perdeu com as Maurícias (1-0).

Seguiu-se a passagem “supersónica” do Croata Boris Pulsic. Este técnico orientou apenas por duas vezes os Mambas. Uma na derrota diante da República Democrática do Congo (1-0), e na outra derrota contra a Namíbia (3-0).  

Tal como todos outros técnicos, foi afastado pelos maus resultados e deu lugar a Abel Xavier em 2016. Ouviu-se gritos de jubilo, mas alguns sussurros de desconfiança, afinal, o “loirinho” era quase que desconhecido como técnico.

As desconfianças ganharam forma com a derrota na estreia diante do Gana por 3-1. No jogo de recepção aos “The Black Star”, o resultado foi um empate sem abertura de contagem.

A lufada de ar fresco, a primeira vitória de Abel Xavier, só chegou no 3º jogo, diante do Ruanda por 3-2, curiosamente, os mesmos números com os quais Abel Xavier se despediu do comando dos Mambas, diante do Madagáscar.

Foi preciso esperar mais de 22 anos, para que se fizesse historia, e sob batuta de Luís Gonçalves, ao vencer os três primeiros jogos à frente dos Mambas. Se isso não é o suficiente, acresce-se (no topo deste bolo) o facto dos Mambas ainda não terem sofrido nenhum golo ao seu comando.

O português venceu por duas vezes as Maurícias (1-0) e (2-0) respetivamente, e a última vitória foi diante do Quénia por 1-0, na qual Amâncio Canhemba, disse “sim” ao apelido “Neymar”, ao partir os rins de dois defesas antes de arrumar a bola no fundo da “gaveta”.

Neymar” tem 23 anos, mas a selecção nacional de futebol existe oficialmente desde 1976, já venceu 106 jogos, empatou 80 e perdeu 133, e por isso, quer Amâncio quer Gonçalves, ainda podem fazer muito mais.   

 

Fonte:Opais