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centro de documentação e informação desportiva de moçambique

Este blog tem como objectivo difundir a documentação de carácter desportivo

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Ferroviário de Maputo goleia na estreia

 

O FERROVIÁRIO de Maputo estreou-se ontem no Moçambola-2016 goleando, no Estádio da Machava, o Desportivo de Nacala por 3-0, em partida atrasada referente à primeira jornada.

 

Noutro jogo também em atraso e referente à mesma ronda a Liga Desportiva de Maputo foi travada também na estreia, em Tete, pela União Desportiva do Songo, com um empate sem abertura de contagem. Este empate tem sabor de vitória para a equipa do Songo, que passou a liderar a prova isolada com cinco pontos, tendo como directos perseguidores o Costa do Sol, ENH e Ferroviário, todos com quatro pontos. 

 

O Moçambola prossegue no fim-de-semana que se aproxima com a realização da terceira jornada, na qual o destaque vai para o embate entre o Ferroviário da Beira e Desportivo de Maputo no Chiveve.

 

FER. MAPUTO, 3 - DESP. NACALA, 0 - Ressuscitou e arrasou…!

 

O FERROVIÁRIO de Maputo teve de repensar no seu jogo para dar a volta a um cenário que o vulgarizou durante uma primeira parte improdutiva e ao fim da qual o Desportivo de Nacala merecia ter saído a vencer pelo menos por uma bola.

 

Os nacalenses acabaram pagando a factura cara pelos desperdícios nalguns lances com selo de golo, todos registados na etapa inicial da contenda, resultantes de uma actuação ousada e excepcional e aproveitando-se do mau momento em que os “locomotivas” atravessaram quase em todos sectores, nomeadamente desinteligências do eixo central à defensiva, uma fraca mobilidade no meio-campo e clarividência no sistema ofensivo.

 

Detalhadamente, dizer que Calima e Jeitoso, que faziam a dupla de “centrais”, foram muitas vezes encontrados em contrapé, enquanto os laterais Elísio e Edmilson não conseguissem travar a progressão dos nacalenses pelos corredores direito e esquerdo, respectivamente. Por via disso, Romão e Adebayor, que faziam a dupla de ataque, apareceram em posições privilegiadas de atirar, muitas vezes solicitados por Ramudua, que fazia a ala direita, mas sem atinar com a baliza.  

 

Já no miolo os “locomotivas” não tinham mobilidade suficiente para catapultar o ataque. Talvez a opção por dois médios defensivos, nomeadamente Timbe e Sassi, tenha influenciado para isso, enquanto Diogo e Jair acusassem algumas dificuldades para fazer a diagonal pelas alas esquerda e direita, face à pressão que os nacalenses empreendiam à entrada do seu último reduto, com uma defesa que se revelou tão compacta até à altura que sofreu o primeiro golo. Assim, nem o “capitão” Luís, muito menos o apático Miamy, tiveram espaço de manobra na frente do ataque. Perdiam-se entre a defensiva nacalense e muito menos conseguiam segurar o esférico nalgumas tentativas ensaiadas com apoio de Diogo e Jair, também indolentes. Aliás, as jogadas do Ferroviário morriam à entrada da segunda metade dos nacalenses. 

 

Portanto, o favoritismo do Ferroviário acabou sendo reduzido ao fracasso e foi por algum tempo vulgarizado perante a capacidade técnica e táctica dos nacalenses, que, com colocações rápidas e projectadas em profundidade para as pedras mais soltas, surpreenderam os “locomotivas”.

 

Foi perante estas fragilidades que o Desportivo se notabilizou, aparecendo de forma subtil próximo à baliza defendida por Germano, com passes mais precisos e rápidos. E por sinal os nacalenses foram os primeiros a dar o aviso à navegação, quando Ramudua centrou de direita para o isolamento de Romão, mas sem ângulo suficiente para enganar Germano, aos 22 minutos.  

 

Foi o princípio da tremedeira no reduto “locomotiva”, uma vez que, de seguida, Adebayor não acertou na tentativa de remate de primeira, depois de desenhar um belo “chapéu” a Jeitoso. A bola foi para as nuvens.

 

O Ferroviário só reagiu já no último quarto da primeira metade, primeiro quando Luís, junto da linha limite da pequena área, pela direita, e depois de tirar um pela frente, fez passe atrasado para Jair atirar. Mas não o fez e sua tentativa de colocar a bola para Miamy foi anulada. Porém, teve nota assinalável naquele remate devolvido pelo poste, aos 44 minutos. Os quatro minutos de compensação ainda deram susto aos “locomotivas”, numa altura que engendravam algumas saídas acertadas. Mas por duas vezes quase foram encontradas em contra-pé em contra-ataques rápidos. Para além daquele tiro bem direccionado de Ramudua, que provocou susto. A bola quase beijou o travessão.

 

A segunda parte arranca com o protagonismo “locomotiva”, que ia sendo fortalecido pelas alterações feitas no xadrez. Mas antes disso Miamy, após uma combinação entre Luís e Jair, foi projectado para a finalização e ofereceu o esférico ao guarda-redes Brayd. Logo de seguida aconteceu o golo que iria desnortear os nacalenses. Diogo foi chamado a cobrar um pontapé de canto e a bola foi pra si devolvida, tendo cruzado novamente para Jeitoso saltar alto e colocar a bola de cabeça no fundo das malhas.

 

Era o 1-0, aos 50 minutos, que mudou a história do jogo a favor dos “locomotivas”. Os nacalenses ficaram desnorteados e foram empurrados para o seu reduto. Mas reagiram de vez em quando. Ramudua veio de novo à carga, solicitando a intervenção de Adebayor, com um centro para o remate. Simulou que deixava a bola para um companheiro que nem viu e a bola rasgou a boca da baliza aos 65 minutos.

 

E o Ferroviário não brincou com serviço. Edmilson subiu pelo corredor esquerdo. Já no meio-campo nacalense cruzou com mestria para Luís cabecear para defesa incompleta de Brayd. Sassi fez a emenda para 2-0, aos 70 minutos. Os nacalenses tentaram redimir-se, com Adebayor a fazer o esférico beijar o travessão depois de tirar dois pela frente, aos 74 minutos.

 

Daqui, a equipa da casa relaxou o suficiente, enquanto o adversário, já totalmente desnorteado, ia atrás do prejuízo. Mas não conseguiu, porque Luís matou o jogo naquele lance que o baixinho Gito, lançado para o ataque na segunda parte, mostrou serviço. Rasgou o meio-campo nacalense um pouco pela direita e centrou para o “capitão” fazer o 3-0, para o fim do sonho nortenho.

 

José Maria Rachide, um árbitro por excelência, deixou a equipa jogar e foi mais pedagógico do que repressivo. 

 

FICHA TÉCNICA

 

ÁRBITRO: José Maria Rachide, auxiliado por Domingos Machava e Carlos Manuel. O quarto árbitro foi Ema Novo.

 

FERROVIÁRIO DE MAPUTO – Germano; Elísio, Calima, Jeitoso e Edmilson; Timbe, Diogo (Muandro), Sassi e Jair; Luís (Eric) e Miamy (Gito).

 

DESPORTIVO DE NACALA – Brayd; Tawanda, Rasta, Tawinha e Mitter; Délcio, Ramudua, Bello (Zidane) e Daúdo (Zé); Romão (Cota Ndenga) e Adebayor.

 

SALVADOR NHANTUMBO

 

Fonte:Jornal Noticias