FER. MAPUTO, 0-MAXAQUENE, 2: Depois do sufoco veio a tranquilidade
UMA vitória de sacrifício. Esta é uma das frases que se pode usar para qualificar o triunfo do Maxaquene sobre o Ferroviário, por 2-0, na tarde de sábado, no Estádio da Machava.
O Maxaquene soube sofrer nos primeiros minutos, altura em que o Ferroviário esteve claramente por cima do jogo.
O primeiro sinal de perigo foi dado por Lewis que, aproveitando um mau passe de Whisky, atirou de primeira com a bola a ser desviada para canto. Na sequência do canto, Jair ficou perto de marcar. A turma "locomotiva" arrancava a todo o vapor e dava mostras que queria resolver o jogo o mais cedo possível. Os "tricolores" estavam completamente atados, não conseguiam sair daquela pressão ofegante. Face a este cenário corria sérios riscos de sofrer um golo. Ficou muito perto de acontecer quando Diogo assiste na perfeição, mas o remate fraquinho de Chadreque saiu à figura de Simplex.
O Ferroviário dava espectáculo, enquanto o Maxaquene procurava sair para o contra-ataque, mas fazia-o de forma atabalhoada. Esclarecido em campo estava Diogo. Num lance de génio tirou do caminho um adversário e desferiu um remate em arco. A bola levava selo de golo e só uma intervenção de outro mundo de Simplex impediu que tal acontecesse. O guarda-redes dos “tricolores” aplicou-se tanto para evitar o golo que acabou saindo lesionado do lance.
Mas no futebol por vezes acontecem coisas que o próprio diabo desconfia. É que contra a corrente do jogo e quando nada fazia prever que o Maxaquene chegasse e logo através do marcador menos improvável, Butana apareceu muito bem de trás para a frente, Whisky fez-lhe um endosse bem temperado, Butana tira Germano do caminho e com um toque de cabeça e com mais toque subtil de cabeça introduz a bola no fundo da baliza. Estava feito o 1-0 aos 20 minutos.
Os comandados de Victor Pontes acusaram e de que maneira o golo sofrido. Tiveram uma quebra de rendimento da noite para o dia. Eram incapazes de sair com a bola jogável. Só através de bolas bombeadas para Lewis que perdia sucessivamente no duelo com Zabula e Nito. Aliás o zambiano era como um bife na sanduíche para a dupla "tricolor".
O Maxaquene estava mais perto do 2-0 do que o Ferroviário do empate. Foi nesta toada, sinal mais para os treinados de Chiquinho Conde, que chegou o intervalo. De salientar que o forte calor que se fazia sentir levou que o árbitro interrompesse a partida por um minuto para os jogadores beberem água.
Na etapa complementar a partida caiu de ritmo. O Ferroviário parecia ter desistido do jogo nem a entrada de Maurício para o ataque surtia efeitos práticos. Mas para animar o jogo, eis que Isac decide pegar na bola, arrancar em velocidade para o meio e fazer um passe de ruptura para Luckman, este ante a saída de Germano tira-o do caminho e rematou, na tentativa de desviar a bola, o defesa Belo acaba introduzindo-a na própria baliza. Transcorridos 62 minutos não restava mais nada a Victor Pontes que não fosse arriscar tudo.
Fez entrar Barrigana e Timbe, jogadores criativos, no entanto o problema dos verde-e-brancos persistia. Não conseguiam construir o jogo. É certo que com os minutos a passarem a ansiedade tomava conta dos jogadores que elaboravam o seu jogo mais com coração do que com a cabeça. Foi o Maxaquene a ficar perto do 3-0 quando Lukcman teve um falhanço incrível à boca da baliza.O árbitro da partida, José Maria Rachide, e seus auxiliares realizaram um bom trabalho.
FICHA TÉCNICA
ÁRBITRO: José Maria Rachide; auxiliado por João Nhatuve e Carlos Guambe. Quarto árbitro: Filimão Filipe.
FER.MAPUTO: Germano; Calima (Barrigana), Vasil, Jeitoso, Chico e Belo; David (Timbe), Chadreque (Maurício); Jair, Diogo e Lewis.
MAXAQUENE: Simplex; Butana, Nito e Zabula; Wisky (Nelsinho), Moniz, Mayunda, Okhan e Rachide; Isac e Luckman (Michel).
DISCPLINA: Amarelo para Whisky, Butana e Moniz
IVO TAVARES