Explosão de alegria na Machava!
A SELECÇÃO Nacional de futebol arrancou uma exibição espectacular para uma vitória convincente frente a Cabo Verde numa tarde que, apesar de cinzenta, não impediu para que o incansável público apoiante e simpatizante dos “Mambas” acorresse em massa para o místico Estádio da Machava, com o “vermelho”, símbolo” da equipa de todos nós, quase a preencher todas as bancadas da catedral.Machava explodiu perante a ostentação dos “Mambas” diante dum adversário que, a prior, é visto como o principal candidato à transição, na série, no qual desfilam também a potente Zâmbia e Níger.
O combinado nacional teve uma postura que superou as expectativas e os receios que rodeavam os menos crédulos, sobretudo porque os “Mambas” consentiram empate diante do adversário mais acessível do grupo, o Níger, em pleno Estádio Nacional do Zimpeto. O Cabo Verde, cujo favoritismo lhe foi conferido desde o arranque da fase de grupos depois da excelente prestação na fase de qualificação ao Mundial do Brasil, foi posto à prova no inferno da Machava. A brilhante exibição dos “Mambas” diante dos cabo-verdianos chegou a recordar o período áureo dos “Mambas”, durante o qual “Machava” se transformou num inferno de qualquer que fosse o adversário. A história repetiu-se, pois Cabo Verde foi chamado à rendição, perante um futebol de luxo e condimentado com todos pormenores técnicos e tácticos, desde do ponto de vista colectivo e individual.
Jogando abertamente ao ataque, com uma entrada fulgurante e destemida, os “Mambas” assumiram muito cedo as rédeas de jogo, com um futebol ajustado e apoiado, com uma excelente circulação de bola e boa movimentação das pedras no terreno. Diga-se, em abono da verdade, que o seleccionador nacional, João Chissano, acertou no onze inicial e isso se reflectiu numa produção de jogo acima da média e que acabou provocando um certo nervosismo aos cabo-verdianos, pressionados logo à partida.
Experimentaram muitas dificuldades, com Dominguez a dar impulso ao ataque, ora mudando de flancos e se necessário recuando, confundindo sempre o adversário, abrindo desse modo espaços para as movimentações para o ataque. Jogando um pouco encostado à direita do ataque, na primeira parte, e trocando de flanco com Josimar que actuava no extremo esquerdo, Dominguez chamou Sonito sempre que fosse oportuno e este, usando da sua postura física, deu algum trabalho aos “centrais”, mas teve melhor espaço de manobra, dai que não tenha conseguido cumprir com a sua principal missão entanto que ponta-de-lança. Mas deu o baralho necessário, obrigando a defensiva a grandes intervenções. De vez enquanto assistiu-se às subidas de Zainadine Júnior e Miro para os flanqueamentos, embora pouco acertados, mas que galvanizavam a acção ofensiva pela direita e esquerda do ataque.
No miolo, Simão Mate e Momed Hagy foram excelentes nas coberturas e recuperações de bola, fazendo cortina necessária para impedir o avanço cabo-verdiano pelo corredor central e dando início às jogadas de ataque. Houve algumas dificuldades em termos de transições, sobretudo na primeira parte, mas os “Mambas” detinham maior posse de bola e apenas faltou um pouco de velocidade no arranque para o ataque, o que obrigou Dominguez a usar da sua capacidade individual e polivalência para dar arranque às jogadas de ataque que levaram perigo junto à baliza de Vozinha.
Contudo, Cabo Verde foi mais cuidadoso de ponto de vista defensivo, razão pela qual os “Mambas” só conseguiram arrancar a primeira jogada mais vistosa de ataque aos 37 minutos. Dominguez cobriu o livre a castigar falta sobre si pela esquerda, colocando o esférico no primeiro poste, donde apareceu Mexer a desviar de cabeça, mas a bola foi afastada da trajectória da baliza para fora. Os cabo-verdianos beneficiaram igualmente de um livre, mas mal cobrado, à passagem do minuto 42. Este lance antecedeu o momento mais esperado pelos moçambicanos.
Sonito, de costas voltadas aos “centrais”, é solicitado e sem espaço de manobra vira-se para a esquerda e faz tabelinha com Kito, que se desmarca para fazer o golo que colocou os “Mambas” em vantagem no marcador, aos 43 minutos. Machava explode de alegria e numa altura que faltavam poucos minutos para o intervalo. Mas esses poucos minutos criaram alguma inquietação, com Mexer a querer testar um pouco da sua segurança e mestria junto à zona de rigor. Porém, a permitir a intervenção adversária e provocar alaridos sem necessidade. Mesmo assim, os “Mambas” foram ao intervalo a vencer.
Fonte:Jornal Noticias