ENH FC, 1 – MAXAQUENE, 2: O regresso de Chiquinho Conde!
OS amantes do futebol residentes na considerada capital turística da província de Inhambane conviveram sábado com o passado, dois anos depois, com o antigo técnico principal de Vilankulo FC, Chiquinho Conde, que, liderando o Maxaquene, brindou os seus fãs como uma vitória frente ao ENH FC por 2-1.
Os adeptos do Maxaquene não só puxaram pela sua equipa que precisava dos três pontos para melhorar a sua classificação na tabela classificativa, como também, de modo particular, tirou saudades da maneira efervescente como Chiquinho Conde espevitava os seus pupilos para um bom desempenho.
O jogo começou com os donos da casa a carregarem no acelerador, pois, mais do que fechar a época com a “chave de ouro” em casa depois de duas derrotas consecutivas fora de portas, ENH precisava da vitória para homenagear de melhor forma Muzarafo King, filho do seu presidente, que morreu carbonizado na madrugada daquele sábado em casa dos pais. Muzaraf, 16 anos de idade, foi eleito melhor marcador no torneiro de pesquisa de talentos promovido pelo VFC, ao marcar 30 golos em 18 jogos e pela façanha já tinha sido inscrito na equipa dos juvenis do VFC, “marlins” de futuro e já tinha sido referenciado por um dos colossos do nosso futebol.
Como querer vingar a morte do muito talentoso, os pupilos de Boris Pucic entraram com dentes cerrados com o intuito de intimidar o seu opositor, uma intenção que não passou de simples exibições de músculos, pois, as trocas de bolas e mudanças constante de flancos não passavam de “quadradinho”, a actual dança dos jovens, já que Maxaquene repelia todas as investidas dos anfitriões.
A clarividência do Maxaquene, que tinha o seu técnico a jogar também fora das quatro linhas, ia se contabilizando quando Nito, num corte de mestre, tira o pão da boca quando Sergito, depois de limpar a zona, dispara o seu remate e devolvido pelo pé deste central que naquela tarde chegava para todas encomendas.
Aos doze e dezoito minutos, Sande e Kampira, também não tiveram arte nem engenho para a gizar a baliza à guarda de Sozinho. Sande chutou à figura de Sozinho e Campira teve medo da perseguição de Butana e atirou para fora depois de penetrar na pequena área. Este era o momento mais alto da equipa da casa que tinha apoio incondicional do público. Aliás, estava na tribuna de honra, um espectador especial, Presidente do Conselho da Administração, Omar Mitȃ,que pela primeira vez quis ver a sua equipa que já está a preparar-se uma Assembleia-Geral. Mitȃqueria ver o nível de competitividade da sua equipa, vale a pena investir um pouco mais no próximo ano ou não.
Se calhar foi o facto do ENH entrar para o jogo a contar com o patrão na bancada que tudo que quis fazer não saia e como quem não marca está sujeito a sofrer como se diz na gíria desportiva, a primeira vez que o Maxaquene subiu marcou, foi aos 20 minutos e Lukman recebeu um passe de Isac e colocou no ângulo muito distante de Guirugo. Vinte minutos depois, os “tricolores aumentam a vantagem novamente por Lukman que, como “diabo à solta”, foi buscar a bola lá atrás, apanhou uma auto-estrada e à entrada da área, disparou para um frango de Guirugo que foi apupado pelo público.
No segundo tempo o ENH reagiu e aos 49 minutos reduz a desvantagem por Kingongo que acabava de entrar. Com este golo, o ENH reanima-se e parte para as hostilidades, mas tudo sem perigo, pois, os cruzamentos de Moses e Kampira passavam em frente da pequena área onde nem Eurico e muito menos Sande chegavam para emendar a trajectória da bola até que Luís Jumisse deu por terminado o jogo com a vitόria sem apelo, nem agravo de Chiquinho Conde no seu regresso à Vilankulo onde trabalhou dois anos e meio ao serviço do Vilankulo FC.
FICHA TÉCNICA
ÁRBITRO: Luis Jumisse, auxiliado por Célio Mugabe e Teófilo Mungoi. Quarto árbitro: Salvador Cumbe.
ENH FC:Guirugo, Kampira, Ali Kadri, Filipe e Sergito, Abílio, Moses, Gonçalves (Valdo) Matlhombe, (Betinho), Sande (Kingongo) e Eurico.
MAXAQUENE:Sozinho, Nito, Nelson, Butana, Mayunda, Bruno, Danilo, Bernardo, Whisk (Okhamen), Lukman (Lolo) e Isac.
ACÇÃO DISCIPLINAR:Dois cartões amarelos para Isac (Maxaquene) e Abílio (ENH).
Golos:Lukman aos 28 e 42 minutos (Maxaquene) e Kingongo aos 49 minutos (ENH)
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VICTORINO XAVIER
Fonte:Jornal Noticias