EMPATE NO “CLÁSSICO” DO ZIMPETO
O DESAFIO entre o Maxaquene e o Ferroviário de Maputo, o mais convidativo da 21.ª jornada, terminou sem abertura de contagem para a frustração dos adeptos de ambas as equipas, porque queriam ver as respectivas equipas vencer para não perderem ainda mais campo em relação às formações da frente da tabela classificativa, sobretudo depois do triunfo do líder, a União Desportivo do Songo, no sábado.
Este nulo acabou prejudicando mais os “locomotivas” de Maputo, se se considerar que caiu do terceiro para o quarto lugar, trocando desta forma o posicionamento com o Ferroviário de Nampula, que em Maputo venceu o Estrela Vermelha, por 2-1. O Ferroviário de Nampula soma 38 pontos, agora com mais um que o seu homónimo de Maputo. A União Desportiva do Songo continua a fazer uma caminhada bem consistente rumo ao título. A solidez do combinado do Songo ficou evidente com a vitória sobre o Clube do Chibuto, por 2-0. Os liderados de Artur Semedo somam 42 pontos e mantêm a vantagem de três pontos sobre o Ferroviário da Beira, que continua a exercer uma forte pressão, visto que venceu o Desportivo de Nacala, por 2-1. Se no topo o cenário se manteve intacto, na base houve alteração, com o Desportivo de Maputo a cair para o último lugar, depois de perder no Niassa com Desportivo local, por 1-0. Os “alvi-negros”, orientados pelo ex-seleccionador nacional, João Chissano, parecem mesmo condenados à despromoção. Nota ainda para a vitória do Costa do Sol, em casa, frente ao Chingale, por 2-0. O Ferroviário de Nacala venceu o 1.º de Maio de Quelimane, por 1-0.
Eis os jogos da próxima jornada (22.ª): Desportivo de Maputo-1.º de Maio de Quelimane; ENH de Vilankulo-Desportivo do Niassa; Clube do Chibuto-Liga Desportiva de Maputo; Desportivo de Nacala-União Desportiva do Songo; Chingale-Ferroviário da Beira; Ferroviário de Maputo-Costa do Sol; Ferroviário de Nampula-Maxaquene e Estrela Vermelha-Ferroviário de Nacala.
MAXAQUENE,0-FER.MAPUTO,0: Espectáculo manchado pela ausência de golos
SALVADOR NHANTUMBO
O FERROVIÁRIO de Maputo e o Maxaquene protagonizaram um espectáculo que pecou pela ausência de golos. Mas a verdade manda dizer que os “locomotivas” mereciam mais pela capacidade ofensiva e qualidade de jogo que demonstraram, sobretudo na etapa complementar, durante a qual os “tricolores” estiveram mais tempo a defender do que a atacar.
Sem perder o fio de jogo que caracterizou a sua actuação, na primeira parte, os “locomotivas” foram mais ousados na segunda, com um ataque em bloco, que lamentavelmente não produziu golos, porque Guirrugo e a defensiva “tricolor” não o permitiram, para além de que faltou sorte aos treinados de Carlos Manuel (Caló).
Fruto da sua organização ofensiva, o Ferroviário de Maputo encostou, durante o primeiro quarto da contenda, o Maxaquene, que ainda procurava se ajustar no terreno, tendo inicialmente experimentado algumas dificuldades para atravessar o meio-campo do adversário.
Porém, as suas jogadas morriam à entrada da grande área, tendo ensaiado alguns remates fora da área, mas que saíram desenquadrados. Diogo, que actuava junto à zona, tentou desequilibrar a defensiva “tricolor” à procura de espaço para encher o pé esquerdo, mas não conseguiu lograr os seus intentos.
Foi nesse período que os “locomotivas” tiveram, em Luís, a grande oportunidade de visar a baliza de Guirruigo. Mastayle, encostado à esquerda da grande área, centrou para o “veterano” e “capitão” “locomotiva” desviar para a defesa do guarda-redes “tricolor”.
O Maxaquene, que foi por algum tempo mero espectador, despertou já no decurso do segundo quarto, com algumas saídas mais pela direita, onde Butana procurava explorar o corredor, apoiado por Manuelito. Mas teve pouco êxito, pois o esquerdino Edmilson soube antecipar algumas jogadas nascidas daquele extremo.
Entretanto, a primeira jogada vistosa, aliás o lance com selo de golo, teve como protagonista o “capitão” Paíto que, de fora da área, obrigou Leonel a uma defesa de recurso. Numa outra saída “tricolor”, pela esquerda, Paíto foi à linha de fundo cruzar com intensidade para Butana, de primeira, rematar, forçando Leonel a esticar-se para a afastar o esférico com a palma da mão para canto. O lateral direito do Maxaquene ainda foi às alturas desviar de cabeça para o lado.
A primeira parte termina com o Maxaquene na mó de cima e ninguém teria ficado espantado se os comandados de Chiquinho tivessem saído ao intervalo a ganhar.
Como na primeira parte, o Ferroviário entrou a pressionar, explorando sobretudo o seu corredor direito, donde as jogadas fluíam para a zona da finalização, ora por Elísio ora por Maurício, que se confundia mais com um ala do que ponta-de-lança. Aos 50 minutos, Elísio cruzou para o primeiro poste, Luís cabeceou rasteiro e o esférico rasgou a boca da baliza sem ninguém para a emenda. Diogo desdobrou-se à procura de espaço para remate, mas encontrou barreiras.
Com melhor posse e circulação de bola, o Ferroviário encostou o Maxaquene ao seu último reduto, mas não encontrava caminho para o golo. Em mais um centro pela direita, Gito falhou a colocação ao ganhar uma sobra no interior da pequena área. De seguida, Elísio, com um cruzamento em falso, quase traiu Guirrugo, mas este foi à altura de sacudir a bola com a palma da mão para posterior alívio.
FICHA TÉCNICA
ÁRBITRO: Aurélio Mabote, auxiliado por Baltazar Hilário e Cláudio Macamo. O quarto árbitro
foi José Maria Rachid.
MAXAQUENE: Guirrugo; Butana, Bernardo, Nito e Zabula (Mayunda); Whisky, Manuelito (Massaua), Bruno e Paíto (Danilo); Luckman e Isac.
FER. MAPUTO: Leonel; Elísio, Mambucho, Jeitoso e Edmilson; Carlitos, Gito, Diogo e Mastyle (Paulo); Luís (Miamy) e Maurício.
DISCIPLINA: cartão amarelo para Butana.
Fonte:Jornal Noticias