A DIRECÇÃO da Federação Moçambicana de Boxe (FMBoxe) levanta uma série de irregularidades no processo eleitoral marcado para 24 do mês em curso e, por via disso, sugere o adiamento da data do escrutínio para que os vícios (de forma) possam ser sanados.

Em conferência de Imprensa convocada na manhã de ontem para expor as irregularidades, o vice-presidente da FMBoxe, César Mufanequiço, apontou a violação dos estatutos da federação e da Associação Internacional de Boxe Amador (AIBA) como principais vícios que enfermam o processo.

No tocante aos estatutos da FMBoxe, Mufanequiço fala da violação do artigo 18, que preconiza a marcação das eleições a faltar no mínimo 30 dias para o acto, o que não aconteceu. A FMBoxe só recebeu o comunicado no dia 1 deste mês.

“A nossa inquietação é a realização das eleições no dia 24 deste mês. À luz dos estatutos da FMBoxe, mais concretamente artigo 18, as eleições são convocadas com um mês de antecedência. Recebemos a carta no dia 1, o que viola as normas”, disse, acrescentando que tentativas de contactar o presidente da Mesa da Assembleia-Geral, Hélder Mangujo, para o saneamento desta irregularidade não têm sido frutíferas.

Por outro lado, o comunicado que marca as referidas eleições está desprovido de carimbo e logotipo da FMBoxe, o que viola flagrantemente os estatutos e a Lei do Desporto.

“Temos dificuldades de falar com o presidente da Mesa da AG. Toda a semana passada, domingo incluído, fizemos de tudo para termos um encontro com ele, sem sucesso”, realçou.

Em relação à violação dos regulamentos da AIBA explicou: ”A AIBA preconiza que os candidatos devem preencher formulários (à disposição da FMBoxe) e enviá-los para a sua aprovação. Acontece que nenhum dos que já se predispuseram a serem candidatos o fez. Esses formulários são enviados faltando 30 dias para as eleições, nos termos do artigo 37 dos estatutos da AIBA. As eleições devem ser reconhecidas dentro do país e no plano internacional pela AIBA”, sublinhou.

Esclareceu que “esses critérios de elegibilidade são inovações daquele organismo, por ter constatado que grande parte dos seus filiados (federações) tem problemas sérios de coordenação e de dirigismo. A AIBA pretende saber quem está a concorrer. Há ou não conflitos de interesses, entre outros. Tudo para os candidatos ou futuros dirigentes não entrarem em choque com os estatutos daquele órgão”, reforçou.

“Estamos a ver pessoas a concorrerem para presidente da FMBoxe, mas nem sabemos se preenchem os requisitos de elegibilidade ou não, até porque aqui na FMBoxe ninguém se aproximou de nós ainda, ou seja, ninguém formalizou a candidatura até ao momento”, vincou César Mufanequiço.

“Eles (candidatos) devem aproximar-se da FMBoxe ou solicitarem os formulários por e-mail e nós iremos enviá-los para preencherem para posteriormente mandar-se para a AIBA. Podem enviar pessoalmente ou através da federação, só assim é que as eleições serão consideradas válidas”, sintetizou.

Salientar que as eleições da FMBoxe têm três candidatos, nomeadamente o presidente em exercício, Benjamim Uamusse (Big-Ben), Gabriel Júnior, apresentador de televisão e político, e Nicks Esculudes, actual presidente da Associação de Boxe da Cidade de Maputo.

Fonte:Jornal Noticias