DESP. NACALA, 0 - FER. NACALA, 0: Emotivo, mas sem golos
SOMOS forçados a iniciar esta crónica com um reparo à organização do jogo quanto à questões de segurança. Neste caso, o Desportivo ignorou deliberadamente, com a particularidade de a partida ter tido um espectador especial, o governador da província de Nampula, Victor Borges.
Por esse motivo o portão que dá acesso ao parque de estacionamento para viaturas protocolares, e pelo qual dirigentes e jornalistas acedem ao interior do recinto, ficou bloqueado, forçando que o governante entrasse para o campo da Bela Vista 15 minutos depois do início da partida.
Com uma moldura humana a encher por completo o campo da Bela Vista, que colocava frente-a-frente arqui-rivais de Nacala, estava em jogo o resultado final, que poderia complicar a permanência de uma das equipas na prova.
O Desportivo de Nacala entrou a pressionar o seu adversário e, aos três minutos, Simba, assistido por Odilo, não conseguiu rematar para o fundo das malhas à guarda de Jonas, por culpa de Bheu, que no momento oportuno fez um corte para canto.
Mais solicitado, o guardião interveio em diversos lances para evitar o golo do Desportivo, que, até aos 15 minutos, já merecia um golo. Somente aos 27 minutos o Ferroviário respondeu, num lance em que o atacante Elías tentou um “chapéu” a Valério, que, até à altura, era um mero espectador.
O Desportivo continuava inconformado e continuou a pressionar o adversário, sendo que, aos 32 minutos, na sequência da marcação de um pontapé de canto, apareceu Simba a atirar para defesa segura de Jonas.
O lance mais vistoso surgiu na cobrança de um livre apontado por Manecas. Elías encostou a cabeça, mas a bola encontrou a pronta resposta de Valério, que num gesto acrobático desviou o esférico com a mão para canto.
No reinício da partida, pese embora com alguma monotonia, o Ferroviário entrou mais pressionante, escondendo a sua aparente apatia do primeiro tempo, e não tardou muito tempo para ameaçar a baliza de Valério, por duas vezes consecutivas, aos 50 e 53 minutos.
O empate estava fora das pretensões das duas equipas. Os dois bancos técnicos entenderam, e muito bem, virar as suas atenções para acções ofensivas, daí que, do lado do Desportivo, Antero Cambaco fez entrar Coutinho e Gito. Do lado do Ferroviário, Sérgio Faife colocou em campo Norberto e Tchitcho.
Foi a partir destas duas alterações que se começou a assistir no campo lotado da Bela Vista um jogo muito emotivo e espectacular, com as duas equipas balanceadas ao ataque, sendo que aos 70 minutos Elias rematou contra o poste direito de Valério. O Desportivo de Nacala respondeu com uma jogada combinada, que terminou com um cruzamento de Joa, mas Jonas antecipou ao toque final de Gito, aos 77 minutos.
O golo teimou por não surgir em ambos os lados, mas o maior pendor ofensivo pertenceu ao Desportivo. Gito, que acabava de entrar, assistiu a Simba, mas mais uma vez Jonas defendeu. Dois minutos depois o Ferroviário responde, com Marufo a rematar rente à trave de Valério. E assim terminou a partida, igualada sem golos.
A arbitragem de José Maria Rachide não sofre qualquer tipo de contestação.
FICHA TÉCNICA
ÁRBITRO: José Maria Rachide, auxiliado por Joaquim Meirinho e Cláudio Macamo.
DESP. NACALA – Valério; Kikito, Idrissa, Lordio e Joa (Isaías); Essien, Maninho e Miterland; Simba, Odilo (Gito) e Emmanuel (Coutinho).
FER. NACALA – Jonas; Tony, Silva, Bheu e Pai; Marufo, Manecas (Tchitcho) e Abu; Chelito (Armindo), Stélio (Norberto) e Elias.
ACÇÃO DISCIPLINAR: amarelos para Bheu, do Ferroviário, e Odilo, do Desportivo.
LUÍS NORBERTO
Fonte:Jornal Noticias