DERROTA ESTAVA LONGE DAS NOSSAS EXPECTATIVAS
A GOLEADA frente às Ilhas Comores levantou vozes discordantes sobre a estratégia desenhada pela equipa técnica para este embate, no qual o adversário passeou a sua classe e marcou golos a seu bel-prazer.
Depois de marcar um golo nas Comores, reduzindo a desvantagem para 1-2, os “Mambinhas” foram simplesmente triturados em casa, com a derrota por 0-3. Perder por 1-5 não é dignificante, sobretudo quando a equipa admite uma goleada em casa.
O técnico dos “Mambinhas” reconheceu a mediocridade na actuação da turma moçambicana, salientando que o desempenho e o resultado registado nas Comores elevaram os níveis de confiança e conferiram favoritismo à turma da casa, que só precisava de marcar um golo e não sofrer para transitar.
“Merecíamos outra sorte pelo jogo que fizemos nas Comores. Não temos maus jogadores, para além de que o guarda-redes que alinhou nas Comores é o mesmo que desta vez nos surpreendeu pela negativa. Jogámos mal em todos os sectores, talvez a ansiedade e nervosismo tivessem tomado conta dos jogadores, por ser a primeira vez que jogavam pela Selecção Nacional e diante do seu público. Tivemos ainda o azar da lesão do nosso melhor jogador em campo, o médio-ofensivo Jerry. Portanto, estivemos mal em todos os aspectos”, lamentou.
Aliás, comparando os dois jogos, Nelinho disse que a disparidade entre as situações de cada um leva à conclusão de que algo estava mal.
“Sofremos, nas Comores, o primeiro golo a três minutos do fim da primeira parte e o segundo aos 16 da segunda. Tivemos mais oportunidades e concretizámos uma. Aqui sofremos logo aos 14 minutos e o nosso desempenho agravou-se na segunda parte. Penso que o factor psicológico pesou muito nos jogadores, tentámos controlar, mas também não tínhamos muitas opções no banco, isto porque a dada altura a CAF decidiu alterar o limite das idades para 2000/2001, quando antes o limite era para jogadores nascidos em 1999”, comentou.
“Já vínhamos trabalhando com jogadores que nasceram em 1999, porque é com esta faixa etária que inicialmente devíamos participar nos Jogos da CPLP, que tiveram lugar em Julho último, em Cabo Verde. Porém, a organização alterou, já faltando um mês para os Jogos, o limite das idades para 2000/2001. Tivemos, por isso, de dispensar alguns jogadores e montarmos uma nova equipa. De um total de 25, seleccionámos 18 para os Jogos da CPLP e o mesmo grupo foi submetido a exames médicos, por indicação da CAF, para o apuramento real das idades, devido à frequência de falsificação das idades nas selecções de sub-17”, contou.
O seleccionador dos sub-17 realçou que a participação nos Jogos da CPLP foi decisiva quanto à preparação da equipa, sendo que serviu de rodagem para os jogadores.
“Fizemos quatro jogos na CPLP, dos quais ganhámos apenas um, frente a Timor-Leste (3-2), para o apuramento do penúltimo e último lugares. Perdemos com Cabo Verde (0-2), Brasil (2-4) e São Tomé (2-4). Esses jogos foram cruciais para a nossa preparação, porque nenhum desses jogadores tinha experiência internacional e numa altura em que tínhamos pela frente a eliminatória com as Comores”, observou.
Fonte:Jornal Noticias