COSTA DO SOL, 0-FER. MAPUTO, 0: Quem lhes viu e quem lhes vê!

NEM o facto de o jogo ter sido à porta fechada justifica que Costa do Sol e Ferroviário de Maputo tivessem protagonizado uma má propaganda de futebol.
O empate a zero reflecte realmente o que se passou dentro das quatro linhas. Saudade daqueles tempos em que os “canarinhos” e “locomotivas” eram equipas tidas como temíveis, até nos apetece dizer “quem lhes viu e quem lhes vê!” Os primeiros minutos foram jogados a um ritmo lento, mas com algum ascendente por parte do Ferroviário de Maputo, que incomodava com maior perigo a baliza contrária. A situação mais vistosa foi protagonizada por Timbe, de livre directo, no entanto, houve mais força do que pontaria no remate.
Gradualmente o Costa do Sol foi acertando e aos 20 minutos passou a ter maior controlo da bola e a chegar mais vezes à baliza à guarda de Leonel, que passou a ter trabalho com algumas saídas importantes para evitar males maiores. Numa das suas intervenções mediu mal o tempo de saída dos postes e permitiu que Chiukepo metesse o pé entre ele e o defesa Jeitoso e tocasse na bola, sorte para os “locomotivas”, pois que esta não tomou a direcção da baliza. Até ao apito para o intervalo nada de especial aconteceu.
O jogo decaiu ainda mais de qualidade, com as equipas a falharem muitos passes e os jogadores a serem demasiadamente individualistas.
O Costa do Sol regressou para a segunda parte com os olhos postos na baliza. Num espaço de quatro minutos fez dois remates. Primeiro por David, de fora da área, e segundo por Chiukepo que de cabeça quase abria o marcador.
No banco Victor Pontes, treinador do Ferroviário, demonstrava o seu descontentamento pela postura dos seus jogadores que se exibiam desinspirados a atacarem e a defenderem. A má actuação dos “locomotivas” poderia ter sido castigada com um golo de Chiukepo, mas faltou-lhe arte e engenho para violar as redes à guarda de Leonel. Os “canarinhos” atacavam mas não marcavam e quase sofriam um golo numa jogada de contra-ataque. Tchictho chega atrasado, por uma unha negra, diga-se, à bola, após cruzamento de Manucho. Arlindo Silvano realizou um trabalho aceitável.
FICHA TÉCNICA
ÁRBITRO: Arlindo Silvano, auxiliado por Arsénio Marrengula e Pedro Justino. Quarto árbitro: Samuel Chirindza.
COSTA DO SOL: Gervásio; James, Dário Khan, Campira e Dito; Manuelito, Alvarito, Manuelito II e David (João Mazive); Chimango (Paulo) e Chiukepo (Rodrigues).
FER. MAPUTO: Leonel; Solomon, Chico, Jeitoso e Edmilson (Belo); Tchitcho, Timbe, Andro (Danito Parruque) e Diogo (Henriques); Luís e Manucho.
Ivo Tavares
Fonte:Jornal Noticias