Correia legitimado presidente da Comissão
CONTRA todas as expectativas, Assembleia-Geral do Desportivo de Maputo, que teve lugar na manhã de sábado, não foi electiva, dado que Danilo Correia, assim como alguns sócios, recuou da decisão de se candidatar a presidente da colectividade, optando pelo cargo do presidente da Comissão de Gestão.
Danilo Correia justificou a sua repentina decisão pelo facto de ter constatado muitos problemas no Relatório de Contas do clube do quinquénio 2010-2015, apresentado pela Direcção encabeçada por Michel Grispos e também pela sua crítica e pouco clara em que a colectividade se encontra.
Todos os sócios concordaram com a sua decisão, tendo de seguida o votado com unanimidade para presidente da Comissão de Gestão por três meses, até à próxima Assembleia-Geral que, em princípio, terá lugar em Maio para a eleição dos novos órgãos sociais.
A referida Comissão de Gestão será constituída por cinco pessoas, Danilo Correia, como presidente, mais quatro sócios. Um deles é Edson Manhiça, um dos mais antigos do clube.
Os restantes três elementos, Correia prometeu anunciá-los oportunamente, tendo avançado com os seus perfis. “Um deve ser uma pessoa com capacidade financeira ou para buscar financiamento. Outro terá de ser um abalizado na matéria jurídica, ou seja, um jurista, sendo que o último será necessariamente de ser uma pessoa que conhece profundamente o clube”, frisou.
Neste último elemento, Michel Grispos foi proposto para fazer parte da Comissão, mas declinou.
Segundo Danilo Correia, nestes três meses da Comissão de Gestão a prioridade é recuperar financeiramente a colectividade, através de angariação de patrocínios de forma que todas as modalidades e escalões estejam em movimento. Recuperar a mística do clube, para que este fique próximo dos adeptos.
O candidato aproveitou a ocasião para agradecer a todos os membros da Comissão de Gestão pelo trabalho abnegado e desinteressado que têm vindo a realizar desde Dezembro, com vista à recuperação do clube.
Correia afiançou que quando chegou ao clube, em Dezembro, a situação era ainda mais lastimável, com os trabalhadores e atletas desalentados, sem conhecer o seu futuro, com o agravante de serem devidos três a quatro meses de salários.
Disse que a situação tem vindo a ser paulatinamente superada. Avançou que, quanto aos atletas, teve de procurar um por um, modalidade por modalidade, à excepção de hóquei que nunca parou de trabalhar.
Danilo Correia sublinhou ainda que neste momento o Desportivo não tem patrocinador, mas aguarda a resposta da mCel e de outras empresas da praça solicitadas para o efeito. A dívida para com os salários é de três milhões e quinhentos mil meticais, sendo que o orçamento ideal para suprir todo o défice seria de 52 milhões de meticais só para este ano.
“Desportivo é um clube que está na sala de reanimação”, atirou Correia, que foi aposta unânime dos sócios num acto que descreve como de “coragem”.
Fonte:Jornal Noticias