Chingale vai jogar no Songo
O CHINGALE prevê realizar os seus jogos referentes ao Moçambola da presente época no campo emprestado do Clube da União de Songo no Estádio 27 de Novembro devido à incapacidade financeira para a reabilitação do recinto de jogos do campo do Desportivo da cidade de Tete.
O facto foi quarta-feira revelado ao nosso Jornal por uma fonte da direcção daquela colectividade que por estas alturas se encontra empenhada à procura de parceiros para a disponibilização de recursos financeiros para a reabilitação de raiz do campo do Desportivo que ficou com a relva e piso completamente danificados em Dezembro último aquando do espectáculo musical do cantor Matias Damásio.
“Estamos com poucos fundos próprios a tentar reajustar o solo e lançar a relva, mas devido a avarias constantes da máquina que puxam a água directamente do rio Zambeze, o trabalho está muito demorado e tudo indica que não vamos conseguir ter o campo à altura dos primeiros jogos do Moçambola pelo que equacionamos a realização dos mesmos no campo emprestado da União de Cahora Bassa”, disse.
Para além da obra do campo do Desportivo de Tete, o Chingale já tem as portas abertas do seu lar onde estão acomodados cerca de 22 elementos recrutados para a formação do plantel para a época futebolística deste ano que está prestes a arrancar
O treinador principal do Chingale de Tete, Abdul Omar, que confirmou o facto apontou que vai ser um pouco complicado a equipa treinar num campo pelado e realizar jogos no relvado para além de uma série de conjunturas técnicas e organizacionais que poderão deitar abaixo as expectativas que foram anteriormente definidas.
“Nós como equipa técnica, fora do problema de campo, temos uma boa equipa para ombrear com qualquer adversário de gabarito no Moçambola, porque a nossa aposta é trazermos alegria aos nossos adeptos e simpatizantes”, disse Abdul Omar.
O timoneiro dos “canarinhos” do Zambeze afirmou que a equipa vai entrar no Moçambola a pensar nos lugares cimeiros, porque para além de contar com jogadores jovens e possantes, contratou algumas figuras de renome no futebol nacional como é o caso de Chana, Pelotão, entre outros que no meio dos jovens vão transmitir a sua experiência e ajudar o Chingale a amealhar pontos de jornada em jornada.
“Alguns jogadores, embora com uma idade um pouco avançada, foram contratados para com a sua experiência combinar com os jovens jogadores que pela primeira vez militam nos jogos de alta competição do futebol moçambicano”, repisou Omar.
O treinador do Chingale, que diz não temer de nenhuma equipa no Moçambola, referiu que o principal problema que apoquenta a direcção do seu clube é o distanciamento que a colectividade está a enfrentar por parte dos dirigentes do partido e do Governo a todos os níveis na província, situação que contribui negativamente para a evolução do clube.
Em finais do ano passado, segundo o treinador do Chingale, uma alta individualidade do Executivo provincial abordado para conceder um apoio para a “poule” de apuramento recusou-se categoricamente a ajudar o clube, alegadamente porque a colectividade já possui dinheiro suficiente para a sua sustentabilidade.
“Eu fazia parte da delegação que se dirigiu a essa individualidade a pedir ajuda e depois desta resposta ficamos automaticamente órfãos e sem ninho para a nossa protecção e o milagre veio de algumas personalidades que se simpatizaram com o clube e deram-nos uma mão que nos possibilitou que realizássemos as deslocações a Chimoio no jogo com Textáfrica e à Beira com o Sporting local”, afirmou Abdul Omar.
Relativamente aos reforços, Abdul Omar disse que o maior reforço foi a manutenção da equipa principal que conseguiu ascender ao Moçambola e outros novos jogadores dos clubes Achawa e Futebol Clube de Moatize e dois estrangeiros, sendo um guarda-redes de nacionalidade malawiana e um ponta-de-lança do Gana.
As inscrições ainda estão abertas e, segundo Abdul Omar, ainda se espera nos próximos dias a chegada de alguns jogadores zimbabweanos que demonstraram o seu interesse em jogar para o Chingale onde o vice-presidente do Clube de Chingale, Stiven Causendo, já está a efectuar os contactos para o prosseguimento dos trâmites legais em conformidade com os dispostos impostos pela estrutura máxima que regula o futebol moçambicano.
Entretanto apesar de alguns aspectos organizacionais um pouco por acertar, a equipa técnica do Chingale afirma que durante a primeira semana de treinos de adaptação dos jogadores, os indicadores são positivos e dentro das próximas duas semanas vai decorrer o processo selectivo dos jogadores para se formar a equipa principal do clube.
“Dizer que estamos satisfeitos, pois a direcção tratou de criar condições para encontrar os jogadores em conformidade com o nosso pedido e pelos toques que estamos a realizar nesta segunda semana de treinos já estamos a identificar bons talentos, o que nos deixa à vontade e afirmarmos que temos homens para a batalha vitoriosa no Moçambola”, assegurou Omar.
Nos primeiros dias de Fevereiro, o Chingale vai apresentar a equipa aos sócios, dirigentes, adeptos e simpatizantes num jogo programado com uma equipa que milita no Campeonato Nacional do Zimbabwe.
“Para além da nossa massa associativa, vamos igualmente convidar a direcção do Conselho de Administração da empresa Hidroeléctrica de Cahora-Bassa, (HCB) um dos nossos brilhantes parceiros, o Clube União de Cahora-Bassa, entre outros amigos do Chingale”, concluiu Abdul Omar, treinador principal do Clube dos Desportos do Chingale em Tete.
BERNARDO CARLOS
Fonte:Jornal Noticias