Até na revolta estamos contigo
Porque injustamente tidos como os promotores da sonegação e omissão de que tem sido alvo a única campeã olímpica de Moçambique, esta semana rebuscamos a expressiva crónica publicada pelo enviado do “desafio” aos Jogos Olímpicos de Beijing, em 2008, ano que marcou a retirada de Lurdes Mutola das luzes da ribalta e da alta roda do atletismo mundial, narração que tem a graça e a prerrogativa de prever e pressagiar um fim que não queríamos para ninguém, muito menos para Lurdes.
Também inabaláveis arautos da verdade, ajuntamos a última aproximação do “desafio” à Campeão Olímpica dos 800 metros de Sydney-2000, apenas para exteriorizar a nossa sempre vontade de estar ao lado de uma figura que nos cala fundo e que nos enternece a alma. Foi precisamente mês passado quando o jornalista Raimundo Zandamela se encontrava a cobrir a Taça Cosafa na África do Sul, tendo o aludido querido ter o raro privilégio de entrevistar Lurdes Mutola, conforme vem ilustrada nesta segunda história.
Mas tudo isto vem a despropósito do último desabado da nossa Menina de Ouro no auditório do Centro Cultural da Universidade Eduardo Mondlane, pela qual é Doutora Honoris Causa, que gerou, compreensivelmente, uma sucessão de sentimentos e descarga de emoções numa alocução em que, já desacordada e desavinda com tanta ingratidão, incluiu o Semanário “desafio” no rol dos que a desconsideravam, com um irónico “desafio ainda existe?”
Existe e a desconsideração nunca acontecerá, até porque a história deste Jornal se confunde com a história de Lurdes, sendo por isso mesmo que relevamos o momento de desopressão da Campeã, mas não nos inibimos de comparecer a este espaço com os factos que nos ilibam perante estas circunstâncias perfeitamente insignificantes e toleráveis da parte de quem vêm.
Contigo estamos Lurdes, neste singular arrebatamento contra os agentes desta ingratidão anunciada.
Fonte:Desafio