“As mãos que me aplaudiram são as mesmas que hoje me apedrejam”
É seguramente uma biblioteca viva pouco frequentada e aproveitada no Chiveve e no país. Fonte de informação ainda útil para a história do futebol moçambicano, Belmiro Manaca Dias, nos provectos 76 anos de idade, o responsável pela presença, pela primeira vez, de Moçambique numa fase final do CAN (Egipto-86), metafórico no esquecimento em que diz estar, sente-se amargurado por não poder dar aos outros o que a escola alemã lhe ensinou.
Há factos que nem o tempo e muito menos o ser humano podem apagar. Por muito que não se dê importância, a verdade factual é que para a história contemporânea do futebol moçambicano, o ano de 1986 é seguramente um marco primordial da história das poucas presenças de Moçambique nas fases finais da maior festa futebolística africana. Se as datas comemorativas de Moçambique são anualmente celebradas, acontece porque os grandes Homens deste país, engajados nas suas diversas frentes, lutaram para tornar a pátria no que é hoje. E os homens do desporto, para o caso o futebol, não fugiram à regra!
A jovem nação moçambicana ainda rejubilava dos feitos da sua independência quando onze anos depois, isto é, em 1986, o país – mergulhado numa crise estrutural – se dá a conhecer ao mundo, através do futebol, quão aglutinador que é!
E esta primeira qualificação ao primeiro Campeonato Africano das Nações, mérito dos jogadores, teve um rosto: Belmiro Caetano Manaca Dias.
Gilberto Guibunda/Mac
Fonte:Desafio