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centro de documentação e informação desportiva de moçambique

Este blog tem como objectivo difundir a documentação de carácter desportivo

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Este blog tem como objectivo difundir a documentação de carácter desportivo

Ao ritmo da “locomotiva” e “canário”?

 

milagre-macome

 

À oitava jornada, campeão (Ferroviário de Maputo) e vice-campeão (Costa do Sol) batem-se na Engen Maputo Basket em seniores masculinos, num jogo entre as duas equipas mais “musculadas” financeiramente nesta prova.

É um jogo que desperta algum interesse pois, ano passado, Ferroviário de Maputo e Costa do Sol proporcionaram alguns jogos emocionantes e equilibrados nos play-offs da final da Engen Maputo Basket. E este equilíbrio estendeu-se a Liga Nacional de Basquetebol, na Beira, onde as duas equipas bateram-se bem na fase regular assim como nos play-offs das meias-finais, com o Ferroviário de Maputo a levar a melhor qualificando-se para a final.

Esta temporada, o Ferroviário de Maputo manteve a estrutura do ano passado para além de ter garantido a contratação de Hugo Martins, ex-Desportivo de Maputo, e Milton “Mitó” Caifaz, ex-Costa do Sol e com passagem pelo Imortal de Portugal onde foi campeão da 1ª divisão.   

Millton

 

Milagre “Mila” Macome assegura a manutenção de Orlando “Nando” Novela e Hermelindo “Mindo” Novela, dois jogadores que eram cobiçados pelo Ferroviário da Beira. Do plantel da época passada, transitam ainda Manuel “Mango” Uamusse, Dércio “Dado” Mula, Stélio Rodrigues, Octávio “Maguila” Magoliço e Pio “Lingras” Matos.
Detentores do troféu, os “locomotivas” da capital terão no Costa do Sol, uma vez mais, o seu adversário directo na luta pela revalidação do título.

Há, esta temporada, um Costa do Sol bastante focado na quebra da hegemonia do Ferroviário de Maputo. Após falhar ano passado a conquista da prova, caindo numa final em que deu bastante réplica, o Costa do Sol parte para esta temporada reforçado para fazer face a um adversário que tem dominado as provas da capital do país.

gordo

 

O conjunto de Miguel Guambe reforçou-se com Augusto “Gordo” Matos, actualmente a evoluir em Portugal sendo que irá integrar a equipa por alturas da Liga Mozal; Ivan Cossa, base que ano passado representou o Ferroviário da Beira; Amarildo Matos, ex-Desportivo; Asmilton Ribeiro, jovem poste que jogava na A Politécnica; e…Fernando “Nandinho” Mandlate, craque que há dois anos deixou o Ferroviário da Beira.

Nandinho, um dos melhores jogadores na sua posição e com grandes momentos no Maxaquene, está a treinar na equipa canarinha há sensivelmente duas semanas.
Espera-se que Nandinho volte aos grandes momentos a que nos habituou fazendo o público vibrar com o seu talento nato.

Na segunda linha nesta competição, vem o A Politécnica, uma equipa que poderá ressentir-se esta temporada do facto de ter perdido Edilson Tivane, base que se transferiu para o Ferroviário da Beira, e Asmilton Ribeiro para o Costa do Sol.
 
Quadro de jogos


Masculinos:


1ª jornada
Maxaquene       vs UP
Ferroviário “A” vs Ferroviário “B
A Politécnica     vs Matolinhas
Atlético              vs  Desportivo
 
2ª jornada
A Politécnica     vs Costa do Sol
Atlético               vs UP
Ferroviário “B”    vs  Matolinhas
Ferroviário “A”    vs Desportivo
 
3ª jornada
Matolinhas    vs UP
Desportivo     vs Costa do Sol
Ferroviário “A”  vs Maxaquene
Ferroviário “B”  vs A Politécnica
 
4ª jornada
Costa do Sol vs Matolinhas
Maxaquene  vs Desportivo
A Politécnica  vs Ferroviário “A
Atlético           vs  Ferroviário “B
 
5ª jornada
UP                 vs Costa do Sol
Matolnhas   vs  Maxaquene
Desportivo vs A Politécnica
Ferroviário “A”  vs Atlético
 
6ª jornada
Desportivo         vs Matolinhas
Ferroviário “A”   vs UP
Ferroviário “B”    vs Costa do Sol
Atlético                 vs  Maxaquene
 
7ª jornada
Costa do Sol   vs Maxaquene
UP                     vs  A Politécnica
Matolinhas      vs Atlético
Desportivo      vs  Ferroviário “B
 
 
8ª jornada
UP                    vs Desportivo
Costa do Sol    vs Ferroviário “A”
Maxaquene      vs   Ferroviário “B”
A Politécnica     vs Atlético
 
 
9ª jornada
Maxaquene   vs A Politécnica
UP                    vs   Ferroviário “B
Matolinhas     vs    Ferroviário “A
Costa do Sol    vs   Atlético

 

Fonte:Opais

Assembleia-geral da LMF marcada para 7 de Março

lmf

 

Inicialmente agendada para esta quarta-feira, 28 de Fevereiro, a assembleia-geral ordinária da Liga Moçambicana de Futebol (LMF) foi remarcada para 7 de Março, data em que será anunciado aos associados o novo modelo da prova.

Ainda sem dinheiro para viabilizar o Campeonato Nacional no actual figurino de todos contra todos em duas voltas,  a Liga Moçambicana de Futebol poderá, caso não consiga dinheiro dos parceiros, anunciar o regresso aos "regionais", ou seja, as equipas estão divididas por " séries" nas zonas  sul, centro e norte do país.

Ainda no dia 7 de Março, a Liga Moçambicana de Futebol irá realizar o sorteio do Moçambola 2019. Está prevista ainda a gala do Moçambola, na qual serão premiados os melhores de 2018.

 

Fonte:Opais

Sensacional Costa do Sol vs Ferroviário de Maputo na abertura da Engen Maputo Basket

MUCIPO

 

Jogo grande na abertura da Engen Maputo Basket em seniores femininos. Reedição das finais dos últimos quatro anos, duas das melhores equipas da actualidade na quadra do pavilhão da Universidade Eduardo Mondlane (UEM).

Ferroviário de Maputo e Costa do Sol defrontam-se, sexta-feira, às 18h00, em jogo de cartaz da primeira jornada da Engen Maputo Basket 2019, Campeonato da Cidade.

Um jogo a ser seguido com muita atenção, porquanto estamos em presença de duas das melhores equipas da actualidade no panorama do basquetebol feminino. Mais: duas equipas que mais contribuem com atletas para a selecção nacional.

Ainda na ressaca do título de campeão africano de clubes, o Ferroviário de Maputo quer certamente iniciar a defesa do título com vitória.

Do outro lado, estará um Costa do Sol que se reforçou para atacar todas as provas em que estará envolvido.

 

Fonte:Opais

Caló recorre à experiência para atacar objectivo

TEXTIL

 

O NOVO treinador do Têxtil do Púnguè, Carlos Manuel (Caló), disse a jornalistas na sua chegada, segunda-feira, à cidade da Beira, que vai dar prioridade aos jogadores com passagem pelo Moçambola no plantel que vai procurar construir dentro do escasso tempo que lhe separa do arranque da prova, a 30 de Março.

 

Fonte:Jornal Noticias

Moçambique revalida título centrado no “Mundial

volei sub 21

 

NO rescaldo daquilo que foi a prestação das selecções nacionais masculina e feminina de vólei de praia no Campeonato da Zona VI de Sub-21 , evento no qual sagraram-se vencedores, dirigentes, técnicos e atletas são unânimes em afirmar que o tempo é de festa. Porém, defendem que as “baterias” devem rapidamente estar viradas para a fase final do Campeonato Africano com o pensamento no Campeonato do Mundo.

 

Fonte:Jornal Noticias

Sílvia, Aquila, Carla e Deonilde campeãs da conferência “Jayhawk West”

moz girl

 

Moz girls on fire nos EUA. É um facto, que transpira o grande impacto em termos referenciais para o basquetebol indígena na terra do tio Sam: o Seward County Community College continua a ser talismã para basquetebolistas moçambicanas que se têm revelado determinantes nesta instituição.

Domingo, 24 de Fevereiro de 2019, foi dia para aferir e confirmar isso. Sílvia Veloso, Carla Covane, Bernardete Cuamba e Aquila Mucubaquire sagraram-se campeãs da conferência.  

Pois é: os números não mentem, estas têm marcado a diferença e ajudado (Jayhawk West) após o Seward County Community College vencer o Hutchinson Blue Dragons, por 77-69.

Para não variar, Silvia Amadeu Veloso deu cartas. A base liderou o Seward County Community College no prolongamento, marcando nove de seus 14 pontos nesta etapa levando as “Lady Saints” a um vitória de oito pontos.

Em 34 minutos na quadra, Veloso colectou ainda seis ressaltos defensivos garantiu sete roubos de bola e duas assistências.

A basquetebolista nascida na Beira teve um aproveitamento de quatro em oito lançamentos de campo, zero em dois lançamentos exteriores e seis lances livres convertidos em nove tentados.

Outrossim, destaque neste jogo para Carla Covane que arrancou um duplo-duplo: 15 pontos e 17 ressaltos dos quais dez ofensivos e sete defensivos nos 37 minutos em que esteve na quadra.

Covane registou sete em 18 lançamentos de campo, um em dois na linha de lances livres e quatro “turnovers”.

Seward County Community College também contou com o contributo de outra base moçambicana, no caso Aquila Mucubaquire que marcou 12 pontos aos quais junta a oito ressaltos (quatro ofensivos e igual número defensivos).  
Mucubaquire, que contabilizou 38 pontos, concretizou cinco em sete lançamentos de campo, dois em dois na linha de lances livres e zero em uns lançamentos exteriores.

Num jogo em que esteve 20 minutos na quadra, Bernardete Cuamba fez cinco pontos, uma assistência e um roubo de bola.
 Dois em cinco lançamentos de campo, um em dois na linha de lances livres e zero em um tiro exterior foram os registos de Bernardete Cuamba.

Destaque para Lexi Hernandez que contabilizou 17 pontos neste jogo. As “Lady Saints”, que ampliaram a sua série de vitórias para 22 jogos, melhoram o seu registo para 20-1 em jogo da conferência e 28-2 no geral.

O Seward County Community College venceu 50 partidas seguidas em casa e 42 jogos seguidos em casa contra adversários do Jayhawk.

Seward County Community College mostrou agressividade desde cedo e liderou em oito pontos no primeiro quarto e aumentou sua vantagem para 15 no segundo.
As “Blue Dragons” acertaram um tiro exterior, no segundo quarto, que permitiu reduzir para oito pontos a desvantagem ao cabo dos dois primeiros quartos: 36- 28.
O “conjunto” das moçambicanas não conseguiu abalar Hutchinson, que aproveitou o quarto período para fazer um parcial de 16/11 e empatar o jogo 62-62.

As moçambicanas irão jogar, sábado, com o vencedor do jogo Dodge City-Cloud County nos quartos-de-final do torneio “Region VI womens division one” no sábado às 19h00 de Maputo, na Hartman Arena

 

Fonte:Opais

Abel Xavier divulga quinta-feira convocatória dos Mambas

ABEL XAVIER (1)

 

O selecionador nacional de futebol, Abel Xavier, divulga na próxima quinta-feira a convocatória para o jogo com a Guiné-Bissau, referente a sexta jornada do grupo K de apuramento ao CAN -2019, no Egipto.

VENCER OU…VENCER


Faltam 26 dias para o jogo decisivo com a Guiné-Bissau de qualificação para o Campeonato Africano das Nações em futebol, que terá lugar no Egipto.


Só vitória interessa aos Mambas se quiserem se juntar aos melhores, facto que não acontece desde 2010, última vez em que disputaram a competição.


Para o embate decisivo, Abel Xavier vai divulgar a convocatória na próxima quinta-feira, dia 28.   

As escolhas de Xavier não deverão fugir da última convocatória. É dado adquirido que Clésio Baúque não fará parte dos convocados. O jogador do Istanbul da Turquia já viu duas cartolinas amarelas nesta campanha de qualificação.

Os convocados vão se juntar na próxima semana, antes de seguirem viagem para África do Sul, local onde irá decorrer o estágio pré-competitivo.


Os Mambas ocupam a terceira posição do grupo K com 7 pontos menos 1 em relação aos primeiros dois colocados, nomeadamente a Guiné-Bissau e Namíbia que contabilizam 8.

 

Fonte:Opais

Homenageado há 14 anos, falecido há cinco

MARIOCOLUNA

 

Fez ontem 5 anos que perdemos o Monstro Sagrado. Um grande futebolista e um patriota. Ele faria agora 84 anos. Felizmente, há 14 anos em Maputo, um grupo de bons amigos, decidiu “juntar forças” e homenageá-lo, pelos 70 anos de vida. Após alguns anos de mágoa no regresso ao país, entrevistado no final da cerimónia, com lágrimas nos olhos, Coluna afirmou: “estou limpo”!

A noite do dia 7 de Agosto de 2005, foi “dura” para Mário Coluna. Os pés firmes, a voz grossa de comando, já não eram os mesmos de outrora. Uma homenagem, no antigo Mini-Golf, fizeram chegar as lágrimas aos olhos do grande capitão, treinador dos Mambas e Presidente da Federação Moçambicana de Futebol. Houve então mesmo quem receasse pelo coração do Monstro, perante tantas surpresas.


No final da noite, ele tinha poucas mas elucidativas palavras:

- Estou limpo. Vocês sabem que sempre fui um patriota, sempre pensei em viver no meu país e algumas coisas não iam correndo bem. Agora, esta homenagem superou todas as expectativas. Não tenho palavras para descrever a minha gratidão. Só posso dizer que, em relação às mágoas que vinha referindo, estou limpo. Esta festa de reconhecimento limpou tudo. Estou feliz por ver toda esta nova família, unida à minha família mais chegada!
No seu discurso, um forte Khanimambo provocou aplausos.

EMOÇÕES AO RUBRO


De uma forma original e com Coluna a respirar saúde e a sentir-se feliz, Óscar Monteiro, Presidente da Comissão Coluna 70, sintetizou desta forma, a razão da homenagem:
- “Os grandes homens devem ser reconhecidos em vida, devem sentir o reconhecimento pelo que fizeram por todos nós”.

Qual terá sido então o ponto mais alto de uma cerimónia com tantas emoções para o septuagenário Mário Coluna? A entrada/surpresa na festa, das suas duas filhas a residirem no estrangeiro? A oferta do Mercedes Benz, zero quilómetros? Os 70 jogos de infantis com a sua “patente”? A exposição da sua vida e obra, ou as milhares de mensagens vindas de todo o Mundo, inclusive de Joseph Blatter, o então  Presidente da FIFA?


O jantar de encerramento foi de tão grandes emoções, que o Monstro chorou. Sobretudo quando entre as bailarinas, apareceram infiltradas na “passerelle” as suas duas filhas mais velhas, a residirem em Portugal.

Coluna, no centro de uma das maiores homenagens até hoje realizadas no país a um compatriota, resumiu assim o seu sentimento:
- Após muitas conquistas em inúmeros estádios pelo Mundo fora, esta é uma das mais importantes, por ser a vitória da gratidão e do coração.

A MONTANHA SAGRADA


25 de Abril de 1974. Acordos de Lusaka, Governo de Transição, Independência de Moçambique. É aqui que o passado e o presente de Mário Coluna se entrecruzam. Depois de (per)correr o planeta... a correr, depois de registar, com letras de ouro, a sua imagem de marca como “manda chuva”, na Europa e no Mundo, graças aos pés, mas sobretudo à cabeça que ditava a liderança por onde passava, finalmente a não enjeitada oportunidade de regressar e servir a sua Pátria.

Numa entrevista em Portugal, o Monstro já havia revelado uma mágoa que o acompanhou por toda a vida: a de não ter podido vestir, como jogador, a camisola da Selecção de Moçambique Independente. Viria mais tarde a ter o privilégio de ser internacional pela terra que o fez nascer, mas como seleccionador. Porém, antes disso, uma conquista irrepetível: a de primeiro campeão nacional, pelo Textáfrica.

Em tempo de “debandada” em direcção à ex-metrópole, Coluna cruzou os céus no sentido contrário. Para trás ficava a lógica do conforto, a segurança que o seu nome lhe permitia, criado com suor e sacrifício, granjeado numa das mais belas actividades: o desporto. O bichinho do amor à pátria e às origens, obrigou-o a regressar, de forma a contribuir para que os meninos da sua terra tenham esperança num sol mais brilhante

UM ESTILO EM EXTINÇÃO


Tudo nele era solene. O andar, o falar e até o comemorar. Ritmo morno, fala suave e lenta, mas incisiva. No interior das quatro linhas, funcionava como um GPS, uma placa giratória por onde o jogo passava, para ser pensado quanto à alternância para os flancos e aproveitamento dos espaços vazios.


Actuando pelo Benfica ou pela Selecção de Portugal, como meio-campista, passou a fazer parte de uma galeria de estrelas muito restrita, cabendo nela apenas jogadores como Eusebio, Didi, Beckenbauer, Platini, Ronaldo e Messi. Uma espécie em extinção. A sua importância para o desenvolvimento do desporto-rei, foi reconhecida pela Federação Internacional de História e Estatística do Futebol, um departamento da FIFA que incluiu o seu nome nos 100 melhores jogadores do Século.

O PATRIOTISMO TRANQUILO


- Por Óscar Monteiro
Este é o extracto de um texto lido na abertura da exposição alusiva aos 70 anos do Coluna.

Na história do nacionalismo, nós tendemos a falar dos momentos caracterizadamente políticos, como criação de partidos, de frentes, grandes acontecimentos políticos. Esquecemos outras fontes do nacionalismo e de momentos que incluíram sentimentos, emoções que aparentemente sem ligação com a política e o nacionalismo, mas que constituíram um pano de fundo no qual ele se desenvolve. Uma destas áreas é a do desporto. Nas nossas memórias estão Matateu e o seu valor simbólico, está Coluna e outros como Mário Wilson, Hilário, Vicente, Eusébio, Sheu e Costa Pereira.

NACIONALISMO SEM ÓDIOS


Era o tempo do Mundial de 1966. À medida que o campeonato decorria tomávamos, estranhamente, o partido da equipa portuguesa. A equipa tinha na altura se não erro sete dos nossos compatriotas entre moçambicanos e angolanos. Sempre me perguntei o que estávamos a aplaudir? A equipe de Portugal contra quem estávamos a lutar? Nossos conhecidos? Um nacionalismo sereno não tem ódios cegos.

Mas estas palavras só tem sentido nos dias de hoje, porque um homem, Mário Coluna as tornou exactas e verdadeiras quando, proclamada a Independência nacional, se veio juntar aos seus na Pátria libertada. Deixou um reconhecimento e um respeito permanente.


Mensagem da Comissão Organizadora

Monstro das Seis Colunas

1. Um nome, uma profecia


Os nomes, por vezes transportam consigo profecias. Mário Coluna, que em 20 anos correu o Mundo, a correr, trouxe do berço a sua imagem de marca: a “coluna” direita, o ar imperturbável, tanto dentro como fora dos relvados.

2. O disciplinador


Da mistura do sangue beirão do senhor José Maria Coluna, com o sangue machangana da senhora Lúcia Chibure, nasceu Mário Coluna. Pontual. Irritantemente pontual. Disciplinado e disciplinador; carregou às costas o Benfica e a Selecção portuguesa. A sua grande mágoa: não ter um dia podido jogar pela Selecção do seu país independente.

3. O nacionalista, patrão na era dos patrões


Foi “patrão” no tempo dos “patrões”. Desafiou a PIDE, mantendo contactos com os movimentos nacionalistas. O prestígio conquistado e as qualidades de treinador dentro do campo, fizeram com que a grossa braçadeira de capitão fosse a sua imagem de marca, mesmo quando actuou pela Selecção da Europa. Pelo Mundo, espalhou o seu perfume de líder, mas sempre com o pensamento na terra que o fez nascer.

4. O comandante


Na sua torre de comando, era a placa giratória por onde tudo passava, tanto no Benfica campeão europeu, como na Selecção portuguesa. Daí, o jogo saiu ´´descodificado´´, com alternância de flancos, ou aproveitamento dos espaços vazios. Não raras vezes, soltava a bomba, com veneno “letal”, que apenas dava aos guarda-redes a possibilidade de a irem buscar nu fundo das redes.

5. O Senhor FIFA


Foi uma ligação quase “on-line”. Assumia a Direcção da Federação Moçambicana de Futebol e de imediato os convites para altos “fóruns” continentais e mundiais começaram a chover. Do seu nome e prestígio, muito se tem beneficiado o nosso desporto.

6. O Pai extremoso


Lúcia e Isabel, as filhas mais novas, tardaram a vir ao Mundo para adocicar a vida do Monstro. Mas não se perdeu pela demora. Metade pai, metade avô, extremoso, Coluna recebe delas e da esposa, os carinhos e as atenções que tornam mais fácil enfrentar as duras tarefas que decidiu abraçar, em benefício do seu país.
Portanto…

Qual destes seis Colunas, mais merece ser homenageado? E como homenagear, numa só pessoa, “tantos colunáveis”?
Amigo Coluna, “mais velho”:

Depois de percorreres o Mundo e registares, a letras de ouro, a imagem de um “manda-chuva”, temos-te aqui, em carne e osso, a partilhares connosco os difíceis momentos da reconstrução desta nossa querida pátria.

Tu, Monstro, em 1975, indiferente à debandada em direcção à ex-metrópole, encetaste o caminho inverso, deixando para trás a lógica do conforto, que o teu nome garantiria. O sonho de ajudar os meninos da tua terra e terem um sol mais brilhante, uma bola para brincarem, falou mais alto.

O impressionante BI


Mário Esteves Coluna nasceu a 6 de Agosto de 1935, em Magude e faleceu em 25 de Fevereiro de 2014.


Começou a jogar a ponta de lança, no João Albasini e no Desportivo de Lourenço Marques, praticando também atletismo. Na Europa, actuou no Benfica, de 1954 a 70; fechou a sua carreira no Olympique de Lyon, em 1971.

Nas 16 temporadas na equipa principal do Benfica, participou em 677 jogos, num total de 59.702 minutos, marcando 150 golos. Foi 10 vezes campeão (55, 57, 60, 61, 63, 64, 65, 67, 68, 69). Venceu seis vezes a Taça de Portugal.


Foi bicampeão europeu pelo Benfica (61 e 62) e três vezes finalista vencido (63, 65, 68).

Actuou 60 vezes pela selecção portuguesa, tendo sido capitão em 21 jogos. O ponto mais alto foi o 3º lugar, no “Mundial” de Inglaterra, em 1966.

Como treinador: Orientou as equipas Sport Lisboa e Huambo, Textáfrica do Chimoio, Ferroviário de Maputo, Maxaquene, Desportivo de Maputo e Ferroviário da Beira. Foi seleccionador nacional de Moçambique e Presidente da FMF.

Distinções: Sete louvores da Federação Portuguesa de Futebol: Medalha de Ouro ao Mérito Desportivo, Medalha de Prata da Ordem do Infante D. Henrique (a mais alta condecoração portuguesa), pelo brilhante comportamento no Campeonato do Mundo de 1966. Louvor da Direcção-Geral dos Desportos, em atenção a toda a sua exemplar carreira desportiva, e Medalha Nachingweia.

 

Fonte:Opais

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