Abel Xavier efectuou várias alterações da equipa que fez o primeiro jogo e perdeu diante do Madagáscar, nomeadamente a entrada de Franque, Raúl, Nanani, Kamo Kamo e Chico, para os lugares de Guirrugo, Mexer, Telinho, Isac e Mano, este último lesionado e não podendo mais dar seu contributo a selecção nacional no torneio da Cosafa.
Outra alteração foi do capitão: se na jornada inaugural Jeitoso tinha a braçadeira, desta vez foi Edmilson e comandar a equipa.
Abel Xavier justificou estas alterações com as seguintes palavras: “na minha equipa não há lugares cativos e só joga que está bem e que mostra serviço nos treinos”.
Entrou bem o combinado nacional que queria, desde logo chegar ao golo e num canto da esquerda, Dayo cabecea para fora, mesmo em boa posição.
Depois foi se jogar sem convicção, com medo do adversário, tanto de um como do outro lado, sem jogadas dignas de realce, durante cerca de 25 minutos, até que Youssouf, aos 32 minutos, de meia distância, tentou surpreender Franque com um remate, mas sem perigo.
A displicência moçambicana notou-se quando Dayo galgou terreno pela direita e cruzou para a área, mas nem Luís e nem Kamo Kamo acertaram com a baliza, mesmo estando em boa posição.
A noite caía e a iluminação do Seshego Stadium não ajudava aos artistas dentro das quatro linhas, pois era deficiente e causava dificuldades para passes longos.
Mas os Mambas ainda conseguiram marcar primeiro, na cobrança de um canto, cobrado por Kamo Kamo, com conta, peso e medida, para a cabeça de Jeitoso, que saltou mais alto e abriu o activo. Era a festa no banco se suplentes e na classe dos jornalistas moçambicanos, já que de apoio mesmo, não estavam lá mocambicanos.
Estava bem melhor o combinado moçambicano que não deu espaço de manobra para os comorianos, já que voltou a marcar a entrada do intervalo, por Luís Miquissone, que aproveitou a desatenção da defensiva contrária.
O intervalo chegava com o 2-0 a prevalecer para o lado dos moçambicanos.
Luís Miquissone e o golo de mestria
Na segunda parte e sem nenhuma substituição feita, a equipa continuva a carburar da mesma forma, embora já sem a intensidade ofensiva exigida.
Ao quarto de hora da segunda parte, minuto 60 do jogo, Luís Miquissone teve nos pés a oportunidade de bisar, mas perdeu tempo esperando por ajuda, quando podia sozinho, galgar terreno, entrar na área e facturar. E quando o apoio chegou, Kamo Kamo rematou para defesa a dois tempos de Hassani.
Na resposta, Jeitoso quase era batido por um contrário, mas conseguiu fazer a mancha, evitar o remate fatal e na recarga, teve que ser Franque a salvar os Mambas de sofrer o primeiro golo.
Depois foi Cremildo, também a evitar que as Comores reduzissem a desvantagem, quando importunou Youssouf no momento do remate. O perigo rondava a baliza de Franque.
Mas o melhor estava reservado para Luís Miquissone, o melhor em campo, que depois de uma cavalgada de Kamo Kamo, que não conseguiu marcar à primeira, por ter sido importununado por um contrário, permitiu a Miquissone, de longe, rematar forte para o fundo das malhas. O guarda-redes comoriano ainda tentou defender, mas o remate levava muita força.
Estava quase tudo acertado nos Mambas, desde a defesa, o meio campo e o ataque. Mas a baliza continuava sendo o cancro para Abel Xavier. Franque, por duas vezes, quase deitava uma nódoa na boa exibição dos Mambas, quando primeiro defendeu difeituoso o remate de Mohamed e depois a fazer uma saída falsa, na cobrança de um canto que só não deu em golo porque o cabeceamento saiu por cima.
Abel Xavier foi fazendo substituições para refrescar a equipa, já que vencia confortavelmente por três bolas sem resposta. Kamo Kamo, Kambala e Dayo cederam seus lugares a Danilo Loló e Isac, respectivamente.
Nos minutos finais, foi só gerir o tempo, controlar as jogadas do adversário e, de vez em quando, tentar espreitar uma jogada ofensiva.
O jogo terminou com a vitória dos Mambas, que assim sonham com a passagem à fase seguinte da prova, onde podem defrontar a África do Sul.
Melhor em Campo para Luís Miquissone
Apesar da sua altura não permitir muitos golos de cabeça, tendo em conta a pujança dos defensores adversários, Luís Miquissone marcou dois golos, sendo o segundo e último do combinado moçambicano, de antologia, do meio da rua, que dificultou a defesa ao guarda-redes contrário.
Miquissone jogou e fez jogar, na parelha que fazia com Dayo, na direita, e Kamo Kamo, na esquerda, tendo sido o mais inconformado e o mais letal dos Mambas. Que o digam os defensores comorianos que tiveram que correr muito para travar o avançado moçambicano, que acabou convencendo a organização a nomeá-lo melhor jogador do jogo.
Fonte:Opais