O PRESIDENTE da Liga Moçambicana de Futebol (LMF), Ananias Couana, desafiou os clubes participantes no Moçambola a investirem mais nos recursos humanos (formação) e nas infra-estruturas (campos de qualidade).
Falando na gala em homenagem aos novos campeões nacionais, aquele dirigente afirmou que: "queremos desafiar a todos os clubes a melhorarem ainda mais a sua organização a vários níveis, investindo continuamente nas infra-estruturas e na capacidade do saber fazer dos seus gestores".
Para Couana, o Moçambola deste ano, que terminou sábado, foi de superação de vários desafios. "Nos campos, assistimos com entusiasmo o empenho dos jogadores e treinadores. Foi essa dedicação que permitiu que superássemos o mínimo de quinze golos estabelecido no regulamento de competições para a atribuição do prémio de Melhor Marcador. Há vários anos que o melhor marcador do Moçambola não atingia a cifra de dezassete golos, como sucedeu a uma jornada do término da prova esta época.
Também nos congratulamos pela presença massiva do público nos recintos que acolheram as partidas do campeonato, facto que voltou a comprovar a qualidade do trabalho que os clubes estão a fazer a vários níveis".
O presidente da LMF destacou, igualmente, o crescente sentido de "fair-play" por parte dos adeptos, demonstrando que o futebol é um espaço de amizade e confraternidade e de enriquecimento do vasto mosaico cultural moçambicano.
Contudo, mostrou-se preocupado com a existência ainda de alguns focos violência nos campos de futebol, principalmente nos que acolhem o Moçambola.
"Continuamos a notar com muita preocupação a persistência de alguns focos de violência, caracterizados por actos de vandalismo em protesto à actuação do trabalho dos árbitros. O facto de no campeonato que hoje encerramos termos registado apenas um caso isolado no Estádio Municipal de Lichinga, que o clube foi obrigado a jogar à porta fechada, não nos pode abalar e nos esquecermos de prosseguir com o nosso trabalho junto das nossas claques para que a violência deixe definitivamente de fazer parte do glossário do nosso futebol".
Apesar da crise económica que abala o nosso país, Couana acredita que a prova vai continuar a merecer a devida atenção por parte dos patrocinadores.
"Queremos renovar o nosso compromisso de continuar a procurar formas de viabilizar o Moçambola e tornar a LMF sustentável. Para a edição, que ora termina, para além dos tradicionais parceiros, contámos com o inestimável apoio da Zap Moçambique, que assumiu o pacote das transmissões televisivas dos jogos e o nome da prova".
O presidente da LMF lembrou a UD Songo que para o ano lhe aguarda uma árdua tarefa de representar o país na Liga dos Campeões Africanos, competição na qual o Ferroviário da Beira deixou uma boa imagem este ano.
“Permitam-me relembrar a família do Songo do gigantesco desafio que tem pela frente, de representar com brio o futebol moçambicano na Liga dos Campeões Africanos.
Um desafio que se tornou ainda maior depois da brilhante participação do Ferroviário da Beira, que escreveu o seu nome na história do futebol africano, ao atingir pela primeira vez os quartos-de-final. A prestação do Ferroviário da Beira comprovou o talento do jogador moçambicano e a sua capacidade de competir ao mais alto nível e deixou bem claro que quando nos organizamos, devidamente, podemos ultrapassar todas barreiras”, sublinhou.
Para Couana, não existe maior segredo no futebol que a organização. “O Ferroviário da Beira organizou-se a vários níveis e orgulhou todo o país pela sua brilhante exibição, não consentindo qualquer derrota em solo pátrio”.
CONCURSO PARA TRANSMISSÕES TELEVISIVAS
Num outro desenvolvimento, Ananias Couana falou da preparação da época 2018, anunciando que a LMF já abriu um concurso público internacional para a selecção de empresas ou canais para a transmissão televisiva dos jogos, num processo que se espera seja escolhida uma instituição que garanta a salvaguarda dos interesses supremo dos clubes.
Em relação ao calendário, Couana vincou que a sua elaboração vai merecer atenção especial, tendo em conta que será um ano que a Selecção Nacional será chamada a intervir nas eliminatórias de qualificação ao CAN-2019, para além dos jogos das equipas nacionais nas Afrotaças e na Taça de Moçambique.
“Neste propósito, vamos dialogar com os vários agentes do futebol, sobretudo as associações provinciais de futebol, Federação Moçambicana de Futebol, treinadores, entre outros”, prometeu.
Fonte:Jornal Noticias