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É quase um dado adquirido que Moçambique irá participar nos Jogos do Rio, que arrancam a 5 de Agosto, com oito atletas, de acordo com as palavras do presidente do Comité Olímpico de Moçambique, (COM) Marcelino Macome. Destes apenas quatro entram por via directa enquanto os outros irão através da bolsa de solidariedade olímpica: Joaquim Lobo e Mussa Tualbudine, na canoagem 1000 metros, e Kurt Couto, no atletismo 400 metros barreira, enquanto o judoca Marlon Acácio, foi um dos escolhidos na quota africana para participação nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
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Ainda que não tenha conseguido a sonhada qualificação directa, Marlon irá competir nos 81kg, juntando-se ao grupo os nadadores Igor Mogne e Jannah Sonnenchein. O Comité Olímpico de Moçambique esperava ainda que Rady Gramane, no boxe, que também estava na rota, pudesse ter mesma sorte que a de Marlon.
Numa breve conversa com “O Pais”, Marcelino Macome mostrou-se crítico na ausência de investimentos no desporto nacional tendo dito que “Um pais que define como objectivo colocar atletas nos jogos olímpicos deve investir no desporto em geral, e não só em modalidades colectivas como é o caso de futebol e basquetebol, onde somos sempre rapidamente eliminados. Nós tivemos que arcar com todas as responsabilidades para colocar os atletas nacionais em competições que qualificam para os jogos olímpicos, o que nos castigou os bolsos, pois é sabido que o desporto é caro”, afirmou.
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Mais adiante, o “eterno” Presidente do COM referiu que há atletas que se qualificaram para os Olímpicos sem qualquer apoio do Governo e nem mesmo assim foram reconhecidos. Para Macome os atletas que chegam aos jogos olímpicos deveriam merecer outro trato, porque lidam com os melhores do mundo, a elite desportiva nas mais diversas modalidades.
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Sobre as esperanças que o país detinha em relação aos atletas bolseiros, parece não ter passado disso. Dos seis que beneficiaram de bolsa de solidariedade olímpica nenhum conseguiu marcas para chegar ao Rio 16 e competir em Agosto. Muito recentemente, o ex-bolsista Alberto Mamba, conhecido pelo seu forte potencial nos 800 metros tentou sua sorte a título individual no mundial. Mamba, lembre-se, abandonou a bolsa de solidariedade olímpica depois de se ter queixado várias vezes de falta de apoio no Quénia, onde vivia as custas da bolsa, entretanto ignorado pelas autoridades desportivas nacionais. O corredor estava a 10 décimos de alcançar os mínimos olímpicos. Creve Machava, que esta no Senegal, também tentou a sorte em provas europeias.
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Apesar das projeções negativas, o número de atletas que o país coloca nesta edição dos Jogos Olímpicos de Verão no Rio de Janeiro será superior ao que esteve nas últimas olimpíadas, em Londres, subindo de três para oito. Atletismo, Judo, Natação e Canoagem são as modalidades que colocam nomes naquele evento mundial. E será pela primeira vez na história, que a canoagem moçambicana marca presença nos Jogos de Verão, depois que a dupla Joaquim Manhique e Mussa Tualbudine conseguiu a qualificação directa.
Muito recentemente o embaixador do Brasil em Moçambique, Rodrigo Soares, garantiu que os Jogos Olímpicos vão decorrer num ambiente de total segurança, com a mobilização de 85 mil profissionais. A vila olímpica que vai receber a maior parte dos 17 mil atletas que participarão da prova já foi inaugurada.
Fonte:Opais