O MAXAQUENE perdeu alguns jogadores de renome, com destaque para o nigeriano Luckman, que, com o artilheiro Isac, constituíam uma dupla de ataque invejável.
Os “tricolores” não conseguiram reter o avançado, ou seja, responder às exigências do jogador para a renovação do contrato. O nigeriano havia assinado contrato de um ano pelos “tricolores” e tinha mais um de opção. Porém, o atleta elevou a fasquia em relação às condições para a renovação do contrato e numa altura que é alvo da disputa entre alguns dos grandes clubes do Moçambola. Para já, há três “colossos” que disputam o passe do atleta, entre eles a Liga Desportiva de Maputo, que tem vindo a dominar o mercado interno de jogadores.
“Luckman não deverá continuar porque está a exigir condições que o Maxaquene não pode oferecer e acabou viajando para o seu país sem ter havido entendimento. Portanto, tinha um ano de contrato e outro de opção, sendo que está livre”, esclareceu o vice-presidente para a área de futebol, Samuel Maibasse.
Para além de Luckman, cuja saída está confirmada, o artilheiro Isac e o “central” Nelson são alguns dos melhores jogadores “tricolores” que estão a sofrer pressão dos “colossos” do Moçambola. Isto acontece numa altura em que o Maxaquene se ressente também da fuga de atletas também preponderantes, casos do “central” Moniz, do meio-campista Rachide, entre outros ainda com vínculo contratual com o clube e sob processo disciplinar.
…E TENTA RECOMPOR-SE
Apesar de algumas perdas de vulto, o Maxaquene tenta recompor-se para manter os níveis sobre os quais se apresentou na última temporada futebolística em que falhou por pouco o título ao derrapar já na última etapa do Campeonato Nacional de Futebol, o Moçambola.
Sem abrir-se completamente, em virtude das negociações ainda em curso com alguns jogadores e as dúvidas que prevalecem sobre as possíveis contratações, e sobretudo para não despertar atenção dos seus principais adversários, Maibasse revelou que o seu clube constatou que a perda do campeonato deveu-se a algumas situações anormais que perturbaram o percurso vitorioso, ou seja, a trajectória retumbante dos “tricolores” já na etapa final do campeonato, nomeadamente a suspensão do guarda-redes Simplex e do “central” Zabula, bem como do respectivo técnico (Chiquinho Conde). Aliado a isto, a equipa ficou despida dos principais jogadores que constituíam o eixo da defesa também na fase crucial do campeonato acometidos por doenças. São eles Mayunda, Nelson, Moniz e Bernardo, para além do meio-campista Michael. Por isso, Whisky teve de ser adaptado à defesa.
“Ficámos com o sector defensivo destruturado. Antes destas situações estávamos em primeiro lugar, dai que não atribuímos culpa nem a equipa técnica e muito menos aos jogadores. Por isso vamos continuar a trabalhar com a mesma equipa. Houve também jogadores que acabavam de ascender à equipa principal que, em virtude dessa situação, tivemos que apostar neles, casos de Talapa e Bruno, e isso influenciou o nosso estilo de jogo”.
Mas para já está confirmado o regresso do guarda-redes Guirrugo, com contrato de mais um ano e que havia sido emprestado a ENH de Vilankulo. Para além de Simplex, o Maxaquene contará com Basílio. Aliás, com Simplex suspenso até Junho de 2016, o Maxaquene terá de apostar nestes dois guarda-redes, visto que Sozinho está em dúvida.
No sector defensivo, estão garantidos Bernardo, Nito, Nelson, Bruno e Zabula (também suspenso até Junho); no meio campo Ockan (nigeriano) e Talapa; no ataque Isac, Mauro e Tobias.
Sem revelar nomes, Maibasse disse, adiante, que o Maxaquene identificou quatro reforços importantes internamente, dois estrangeiros (um nigeriano e ganês) e conta ainda com três jogadores para a experiência provenientes da II liga, ou seja, dos campeonatos provinciais.
“Ainda não decidimos, em termos contratuais, nada em relação aos estrangeiros, mas apreciamos os vídeos e só tomaremos a nossa posição à sua chegada, no princípio do ano que vem”, afiançou.
Entretanto, o Maxaquene terá um plantel de 27 jogadores, sendo quatro dos quais vindos dos escalões de formação.
Para além dos “desertores” com processo disciplinar, o Maxaquene tem alguns jogadores com contratos válidos, mas que não conseguiram garantir qualidade no banco na época finda, nomeadamente Loló, Faz e Madonado. Estes poderão ser dispensados. Porém, face à dúvida em relação ao regresso ou não dos “foragidos”, a direcção “tricolor” prefere mantê-los.
Aliás, o Maxaquene concluiu que deve ter um banco de qualidade, sendo que os reforços identificados devem estar à altura de conferir à equipa uma diversidade de opções em cada sector.
“Vamos ter um leque de jogadores que permitam uma forte competitividade entre jogadores do mesmo sector”, anotou.