Queremos fundo de apoio ao desporto
GESTORES desportivos e antigos praticantes defendem a imperiosa necessidade da criação de um Fundo de Apoio ao Desporto que preste apoio aos clubes à escala nacional sem discriminação.
Este pedido foi manifestado recentemente em Quelimane pelos gestores desportivos, antigos praticantes e adeptos de futebol durante o lançamento da candidatura de Manuel Chang, um dos concorrentes à presidência da Federação Moçambicana de Futebol.
Os desportistas pediram a Manuel Chang, caso vença a eleição, para interceder junto do Estado para que o país tenha um Fundo de Apoio aos Clubes. Para o presidente da Mesa da Assembleia-Geral do Clube 1.º de Maio de Quelimane, Pio Matos, não se justifica que empresas públicas como, por exemplo, a Electricidade de Moçambique, Linhas Aéreas de Moçambique, as operadoras de telefonia móvel e outras continuem a discriminar os clubes do centro e do norte, direccionando o apoio apenas para o Costa do Sol ou Maxaquene.
“O dinheiro que essas empresas canalizam ao Costa do Sol ou Maxaquene ou outro clube é do povo; então como é dado a uns e negado a outros?”, questionou Pio Matos para depois indagar os mecanismos que as empresas públicas usam para justificar esse dinheiro do povo.
Ainda segundo Pio Matos, o apoio ao desporto é uma questão de políticas públicas claramente definidas e transparência nos apoios que serão, eventualmente, canalizados aos clubes.
Quim Monteiro, desportista e amante de futebol, afirma que as referidas empresas não ostentam o nome de Maputo, mas sim de Moçambique, pelo que todo o apoio deve ser dado sem discriminação para desenvolver o desporto à escala nacional. “Quando se dá a uns e outros não, está-se a criar um fosso abismal no desenvolvimento do desporto, em geral, e o futebol, em particular; afinal quem é mais Moçambique nesta pátria”, questionou para depois apontar a corrupção na arbitragem como sendo um dos maiores problemas que mancha o futebol.
Aliás, como diria Alfredo Ramos, empresário e dirigente do Benfica de Quelimane que actualmente os maiores protagonistas do futebol já não são os jogadores, mas sim os árbitros.
Quim Monteiro corroborou com Ramos e questionou as razões que levam a Comissão Nacional de Árbitros de Futebol (CNAF) a nomear árbitros de Maputo para apitarem jogos nas províncias para prejudicar os locais. “A nível das províncias há árbitros de futebol de craveira nacional e internacional, mas estão a ser excluídos da arbitragem. Porquê?”, questionou, uma vez mais, para depois pedir ao candidato Manuel Chang para, caso vença as eleições, faça reformas profundas na CNAF para desalojar as pessoas que já não gozam da confiança dos futebolistas.
Entretanto, Jorge Chicoco, antigo futebolista do Ferroviário de Quelimane, afirmou que a Selecção Nacional deve ser o espelho do país real. Segundo explicou, se nas províncias não houver um trabalho de fundo em termos de formação, o resultado vai reflectir-se na prestação das selecções nacionais.
Fonte:Jornal Noticias