À ENTRADA da oitava jornada do Moçambola, o HCB era a única formação que ainda não havia perdido pontos em casa. Os “hidroeléctricos” haviam ganho todos os três jogos efectuados diante do seu público, mas no domingo foram travados pelo Ferroviário de Maputo, que arrancou um nulo em Songo.
O resultado castiga de certa forma as duas equipas. O HCB ficou ainda mais longe do pelotão da frente com 10 pontos e o Ferroviário de Maputo perdeu a oportunidade de alcançar a liderança. Destaque ainda para a Liga Desportiva que vergou o Ferroviário de Nampula, recuperando, consequentemente, a liderança, dado que o Maxaquene, até então líder, empatou sem golos na deslocação ao terreno do Desportivo de Nacala.
HCB, 0-FERROVIÁRIO DE MAPUTO, 0: CRISE DE PONTARIA NOS “HIDROELÉCTRICOS”
A TURMA do HCB, treinada por Artur Semedo, entrou no jogo a pressionar a toda à largura do terreno ao seu adversário.
Os “hidroeléctricos”, que vinham de um mau resultado em Nacala na jornada anterior, estavam ávidos em vencer e entrou com se fosse uma flecha a arrumar logo muito cedo a carruagem “locomotiva” na sua área defensiva. Como resultado desta pressão, aos oito minutos Luís fez um remate perigoso na área que saiu a escassos centímetros da baliza do Ferroviário.
Os pupilos de Victor Pontes jogavam sob pressão pois o adversário não dava muitos espaços para pensarem no seu jogo, o que lhe fez com que errassem muito nos passes.
Na passagem dos 25 minutos, novamente Luís recebe a bola de Payó, corre até à linha de fundo do extremo esquerdo, corre junto à linha passa por Jeitoso e Edmilson larga a bola para Rogério que só pela frente tinha apenas Germano não conseguiu fazer o melhor senão chutar fraco e directamente para as mãos de Germano.
Aos 35 minutos, o Ferroviário acordou e começou a disputar a partida já em pé de igualdade com o adversário mas devido as cautelas providenciadas pelo técnico Artur Semedo, Diogo, Jair e Lewis não encontraram caminhos para violar a baliza de Samito.
Com o HCB na mó de cima o tempo correu e terminou a primeira parte com o nulo a prevalecer, e veio a etapa complementar do desafio com o HCB ainda a encostar cada vez mais a “locomotiva” para a sua zona mais recuada.
Os jogadores do Ferroviário tentaram o seu máximo, mas não encontraram brechas para a sua penetração senão cada vez mais empenhados para defesa dos ataques do adversário que não estava satisfeito com o resultado.
Luís, a sempre principal máquina dos “hidroeléctricos”, correu o suficiente e fez jogar os seus colegas só que estes não encontravam a calma suficiente para encostar a bola no fundo da baliza “locomotiva”.
O pequeno do HCB, por sua conta, enviou três remates que obrigaram Germano a defesas apertadas. O jogo terminou com o nulo, sendo que a turma da casa empatou por culpa própria.
A arbitragem de Aníbal Armando foi bem conseguida.
FICHA TÉCNICA
HCB: Samito; Aguiar, Rogério, Rodger, Mucuapel, Tony, Cremildo, Payó, Luís, Banda e Mauro. Jogaram ainda Cris e Kelo.
FERROVIÁRIO DE MAPUTO: Germano; Edmilson, Jeitoso, Maurício, Chadreque, Chico, Manucho, Lewis, Diogo, Jair, Calima. Foram usados Mwandro e Timbe.
ACÇÃO DISCIPLINAR - amarelos para Payó da HCB e Chadreque do Ferroviário de Maputo.
BERNARDO CARLOS
LIGA DESPORTIVA, 1-FERROVIÁRIO DE NAMPULA, 0: ESCASSO PARA TANTAS OPORTUNIDADES!
ESTE foi de certa forma um jogo com sentido único, ou seja, com a Liga Desportiva a tomar as rédeas dos acontecimentos, mas com muitas falhas na finalização.
Para aquilo que foi o volume do jogo, oportunidades criadas e qualidade de futebol praticado, a Liga foi superior.
Porém, as duas formações jogaram de forma aberta e sem medo de arriscar o que tornou o espectáculo um tanto ou quanto emotivo. O Ferroviário não se inferiorizou, apenas respeitou o adversário.
A Liga privilegiou a circulação de bola, jogando com alguma paciência até encontrar os caminhos que davam à baliza “locomotiva”.
Para tal, teve de se socorrer da técnica e habilidade de Liberty, Neymar, Washington, Kito ou Telinho, que tudo faziam para confundir a defensiva do Ferroviário.
Os “locomotivas” optaram um futebol directo, dado que jogando rente à relva eram manifestamente inferiores.
Até ao intervalo só deu Liga Desportiva, mas o primeiro lance digno de realce só surgiu aos 19 minutos, quando Andro isolou Neymar, à entrada da área, que atirou ao lado. Dois minutos volvidos, Gildo cabeceia para uma defesa apertada de Pinto.
A Liga mandava e o Ferroviário de Nampula cedo percebeu que uma mínima desconcentração no sector recuado seria perigosa, daí que tenha baixado as linhas. Todavia, não conseguiu evitar o golo de Telinho aos 37 minutos. O avançado “muçulmano” surgiu isolado na área para finalizar com êxito um cruzamento milimétrico de Washington.
O Ferroviário acordou depois do golo e, aos 40 minutos, Paiva rematou perigosamente ao lado. Foi-se ao intervalo. No reatamento o jogo ficou mais aberto, a Liga subjuga o adversário e abre várias frentes de ataque, mas nada resultava.
De longe, Washington tentou a sua sorte, mas o seu tiro foi defendido por Pinto para canto, que na sequência do mesmo Telinho aparece nas costas dos “centrais” para cabecear, escandalosamente, por cima. Num lance idêntico, aos 69 minutos, Gildo cabeceou ao lado.
O 2-0 teimava em aparecer, sendo que aos 78 minutos Nando decide fazer uma jogada individual que culmina com um remate que sai ligeiramente por cima.
O Ferroviário tentou dar réplica, mas o guarda-redes Milagre respondeu com uma boa defesa. O 1-0 prevaleceu. Vitória merecida para a equipa da casa.
FICHA TÉCNICA
ÁRBITRO: Ainad Ussene, auxiliado por Célio Mugabe e Teófilo Mungói. O quarto árbitro foi António Munguambe.
LIGA DESPORTIVA: Milagre; Chico, Gildo, Eusébio, Liberty, Kito, Hagy (Imo), Telinho (Nando), Andro; Neymar (Sunde) e Washington.
FERROVIÁRIO DE NAMPULA: Pinto; Kalanga, Hipo (Massava), Paiva (Burramo), Skaba (Avelino), Dondo, Foster, Gervásio, Samito, Vivaldo e Daudo.
DISCIPLINA: Amarelo para Skaba (Fer. Nampula).
SÉRGIO MACUÁCUA
Fonte:Jornal Noticias