DOIS golos de belo efeito, mas sofridos, apontados por Júnior na segunda metade do jogo salvaram a honra do 1.º de Maio que já tinha sido posta em causa quando a turma visitante se tinha adiantado no marcador.
Júnior, um avançado de estatura mediana, pouco lutador mas calculista nas intenções de golo, devolveu a alegria aos espectadores que aos poucos iam abandonando as bancadas, uma vez que a equipa da casa estava a perder e com uma actuação descolorida que não dava indicações de virar o resultado.
Este jogo valeu pela segunda parte na qual as equipas alteraram os seus xadrezes iniciais e marcaram golos.
Na primeira parte, as duas colectividades estiveram completamente apagadas, transparecendo que teriam firmado "um acordo de não agressão" muito por culpa dos intérpretes dos esquemas tácticos traçados.
Apesar disso, a formação visitante mostrou uma ligeira capacidade de organização táctica e técnica durante os primeiros quarenta e cinco minutos. Jogou rente à relva, procurando explorar no máximo as brechas do seu adversário para canalizar o seu jogo ofensivo, pecando no entanto, na falta de pontaria dos seus ataques.
Aliás, os três remates que os avançados da ENH fizeram à baliza contrária foram defendidos com segurança por Dinho, o guarda-redes do 1.º de Maio
O primeiro sinal de perigo aconteceu aos oito minutos. Júnior falha uma soberba oportunidade de violar a baliza contrária. Recebeu um cruzamento do lado esquerdo, teve tempo para parar o esférico e encher o pé para fazer um remate certeiro, mas acabaria por disparar para as “nuvens”.
Com o nulo no marcador, os três conjuntos recolheram aos balneários. Na etapa complementar, a ENH apareceu mais afoita e destemida para se adiantar no marcado. Aos doze minutos, Kingongo gelou o campo dos “locomotivas”, ao abrir o activo. Este golo veio numa altura como um prémio para justificar a melhor equipa em campo.
Perante o seu público, os jogadores do 1.º de Maio sentiram o peso na consciência. O treinador Zulu fez três substituições rápidas para potenciar o sector atacante. Tirou Onélio, Eurico e Whea, e para os seus lugares entraram Danilo, Muassano e Mário, respectivamente.
A equipa acordou e tentou incomodar muitas vezes a defensiva contrária com ataques persistentes. Como fruto dessa actuação, Júnior restabeleceu a igualdade aos trinta e quatro minutos numa jogada de insistência.
Os locais acreditaram que podiam fazer mais, o público pressionou os jogadores. Já sobre o minuto quarenta e cinco, Júnior voltar a marcar na sequência de um pontapé de canto. Este golo representou uma machadada final de uma vitória efusivamente festejada no meio de um aparato policial bem reforçado na sequência dos incidentes da semana passada entre o Ferroviário local e Liga Desportiva.
O trabalho da equipa de arbitragem chefiada por Filimão Filipe é incontestável. Acção disciplinar: Vermelho para Eurico da ENH já no banco, por ter contestado a decisão do árbitro com palavras injuriosas. Amarelo para Sergito.
1.º DE MAIO: Dinho; Agenor, Friday, Marcos, Beto; Rodrigues, Eurico (Muassano), Nelson, Onélio (Danilo); Júnior e Whea (Mário).
ENH: Abdul; Sergito (Paninga), Moses, Gonçalves (Jorge), Filipe; Kingongo, Eurico (Paulo), Cândido, Kadri; Abílio e Matlombe.
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Fonte:Jornal Noticias