DEOLINDA NGULELA, treinadora e atleta da equipa sénior feminina do Costa do Sol e “capitã” da
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Selecção Nacional, é cara mobilizadora de mudanças no relacionamento entre treinadores e na melhoria da qualidade de treinamento, sendo ela mesma que tomou a iniciativa da realização, no último sábado, do “workshop” entre a classe.
A atleta disse que a iniciativa visa sobretudo aprender um do outro e abandonar tudo que constitui distração, nomeadamente intrigas e acusações mútuas que, por exemplo, são comuns entre treinadores e árbitros, passando para a reflexão ou diálogo para a busca de soluções.
“A ideia é concentrar-se naquilo que é a nossa modalidade, que gostamos e que está a morrer por coisas que nos distraem, e dizer vamos acordar e melhorar o basquetebol; o que podemos fazer ou trazer para que a modalidade possa melhorar. É fácil olhar outras pessoas, para federação, associação e o Governo, mas em nenhum momento nós, entanto que treinadores, que somos um elo muito importante da modalidade, fazemos a reflexão interna para reverter a situação em que o basquetebol hoje se encontra”, lamentou.
Deolinda garantiu que há pessoas que podem trazer conhecimento e outros que querem aprender, mas que não têm oportunidade ou espaço para tal, porque nada existe planificado.
“Acho que havia muita necessidade de se fazer isto. Faz-se muito na Europa na América. O facto de tu saberes o que eu estou a fazer em termos tácticos não implica que vais parar a minha equipa, porque no fundo tu podes parar a minha jogada, mas não podes parar o meu jogador. Então, o que eu pretendo é saber por que é que tu defendes melhor que eu; o que tu fazes que eu não faço, como tu atacas melhor que eu”, ressaltou, frisando que, com a iniciativa, é possível corrigir alguns aspectos na maneira de fazer as coisas.
Ngulela disse mais adiante que se inspirou no professor português Jorge Araújo, um dos especialistas na área que já esteve algumas vezes em Moçambique, mas por pouco tempo.
“Mas eu sempre questionava…são pessoas que vêm por um e dois dias, com outra experiência, outra visão, outra realidade. E queria criar uma coisa que correspondesse à nossa realidade, isto é, entre pessoas que vivem o dia-a-dia do basquetebol moçambicano. Nós temos que nos organizar primeiro internamente e depois ir à busca de soluções, e assim a ligação torna-se mais fácil”, observou.
TEMAS ESTRATÉGICOS
A capitã da Selecção Nacional assegurou que mais temas e diversificados serão debatidos nos próximos tempos, pois a ideia não é só falar da parte técnica, porque há várias componentes que complementam esta área.
“Por exemplo, a relação treinador/jogador, treinador/dirigente, média/treinador, o comportamento do treinador, portanto vários temas que nunca foram discutidos. A gente aponta o dedo para os outros, mas não faz essa reflexão interna. Há guerrinhas no basquetebol entre treinadores e árbitros porque não há esse diálogo. Se calhar não nos etendemos dentro do campo e vamos sair desse cenário para fora do campo e dialogarmos para melhor nos entendermos no campo”, ressalvou
.
Sem deixar promessas, Deolinda Ngulela falou da necessidade de a reflexão acontecer a nível provincial, senão nacional.
“Eu sou queria dar o pontapé de saída. Daqui vamos à procura de parceiros de modo a levar este debate para as províncias.
Fonte:Jornal Noticias