1.º DE MAIO, 1 - FERROVIÁRIO DE NAMPULA, 0: “Bons sinais” descarrila locomotiva
O Ferroviário de Nampula foi castigado pela forma como encarrou o ilustre desconhecido. Talvez porque não encarou o adversário com respeito e frontalidade e quando se deu conta de que o 1.º de Maio desceu para o relvado para discutir os três pontos em disputa já era tarde demais. Sabendo do arcaboiço do seu adversário, o 1.º de Maio esmiuçou uma estratégia táctica para empurrar a locomotiva ao seu reduto mais recuado e por conseguinte obrigá-la a cometer erros na zona de rigor. Assim se explica a derrota.
Quando Ainade Hussene apitou pela primeira vez no relvado dos “locomotivas” de Quelimane não foi necessário um estudo mútuo. A equipa da casa atirou-se com tudo e todos contra o adversário, que ainda pensava que estava diante de uma equipa que distribui pontos. Como corolário dessa actuação, aos sete minutos da etapa inicial o 1.º de Maio teria se adiantado no marcador mas Nelson, que depois receber o passe de Mamudo ficou com o guarda-redes contrário frente-a-frente, foi fazer o impossível, um remate frouxo e para o lado.
A formação locomotiva sacudiu a pressão e equilibrou a partida. Exibiu grande capacidade táctica e técnica, com os jogadores a desbobinarem um futebol bonito e com o esférico rente à relva. Todavia, não acertava com a baliza contrária devido à teia defensiva montada.
Aos catorze minutos Mamudo falhou uma grande oportunidade de fuzilar as malhas defendidas por Rodrigues. Com a baliza à sua mercê disparou para as nuvens. Jogando em casa o 1.º de Maio estava endiabrado e aos trinta e dois minutos Beto foi carregado em falta à entrada da grande área. Chamado a cobrar, o mesmo Beto obrigou a Rodrigues a aplicar se a fundo para desviar a rota do esférico.
Contra todas as expectativas, aos trinta e oito minutos o 1.º de Maio abriu o activo no campo do Ferroviário, para o gáudio dos espectadores, que lotavam por completo o recinto. Na sequência de uma jogada de resposta, ao meio da rua, Beto bombeou o esférico, este ganhou muita altura. Nem o guarda-redes, nem jogadores e muito menos os espectadores alguma vez imaginariam que aquele remate daria em golo, mas a bola acabou anichando-se no fundo da baliza defendida por Rodrigues após uma tentativa desesperada de blocar o esférico.
Com este resultado chegou o intervalo. A segunda metade iniciou com os visitantes a carregarem no acelerador, obrigado o adversário a defender-se com unhas e dentes. Massava e Avelino, no ataque, foram dois mosqueteiros que deram muito trabalho ao guarda-redes Dinho, ao ensaiarem remates à meia distância. Dinho, diga-se, foi o grande obreiro, pela inviolabilidade da baliza por si defendida, uma vez que nalguns lances os seus defesas eram batidos, mas lá estava ele para defender golos certos.
A partida ganhou mais alento ainda depois de os dois técnicos mexerem os xadrezes iniciais das suas equipas. Enquanto os visitantes pretendiam maior agressividade no ataque, fazendo entrar Calton e Eboh, os “locomotivas” instalaram uma muralha de ferro na defensiva. O treinador da equipa da casa mandou os seus jogadores para tirarem todos os caris para que a locomotiva não chegasse ao Porto dos Bons Sinais. Quando o juiz principal apitou pela última vez a vitória do 1.º de Maio foi exuberantemente festejada.
Ainade Ussene realizou um trabalho aceitável.
FICHA TÉCNICA
Ainade Ussene, coadjuvado por Arsénio Marrengula e Paulo Justino. A quarta árbitra foi Antónia Bangueiro.
ÁRBITRO:
ACÇÃO DISCIPLINAR: Amarelo por derrube a adversário para Gervásio, do Ferroviário de Nampula, e Eurico, do 1.º de Maio
1.º DE MAIO: Dinho, Friday, Agenor, Marcos (Muassano), Beto, Eurico, Nelson, Mamudo, Chime (Sabir), Onélio e Cherife (Djerry).
FERROVIÁRIO DE NAMPULA: Rodrigues, Samito (Daudo), Ernesto, Gervásio, Dondo, Hipólito, Paiva, Kalanga, Massava (Eboh), Avelino (Calton) e Carvalho.
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Fonte:Jornal Noticias