Preparação da Selecção inicia finais de Janeiro
A SELECÇÃO Nacional de Hóquei em Patins começa a preparar-se para o Campeonato do Mundo do Grupo “A”/França 2015 em finais de Janeiro próximo.De acordo com Nicolau Manjate, presidente da Federação Moçambicana de Patinagem (FMP), o facto de o Mundial ter início dois meses antes do que tem sido habitual obriga que os trabalhos iniciem bem mais cedo. Sublinhe-se que em 2013, aquando do Mundial de Angola, a equipa moçambicana iniciou a preparação em Abril, tendo o evento começado em Agosto.
“Vamos arrancar com a nossa preparação em finais de Janeiro, que decorrerá até as vésperas do Mundial. Numa primeira fase os treinos decorrerão no Pavilhão do Estrela. Será uma preparação com jogadores que actuam no país. Além do treino de equipa a preparação será sustentada com a realização das competições internas e com torneios internacionais que efectuaremos com equipas da África do Sul”, referiu.
ESTÁGIO NA ESPANHA
Numa segunda fase de preparação, que em princípio deve acontecer em princípios de Maio, o combinado nacional efectuará um estágio na Espanha, segundo fez saber Nicolau Manjate.“Nós já solicitámos a activação dos protocolos que existem com a Espanha, um dos países que cooperam connosco. É nossa intenção fazer o estágio na Espanha e creio que é isso que vai acontecer”, disse.
JOVENS SERÃO LANÇADOS
Nicolau Manjate revelou que alguns jovens serão lançados no Mundial.“O nosso maior trabalho é interno. Queremos cumprir com o nosso programa de competições internas e retomar os intercâmbios com a África do Sul. Portanto, queremos continuar a potenciar os jovens que estão a surgir. E já no Mundial devo dizer que pelo menos dois desses jovens que já estiveram no Mundial anterior mas que não jogaram serão lançados”, sublinhou. Acrescentou que os jovens Kevin Pimentel, Momed Buanar “Dino” e Félix Gomes “Felzinho”, que integraram a convocatória para o Mundial de Angola-2013, não chegaram a jogar mas, no entanto, desta vez podem ser apostas sérias.
PROCURA-SE SELECCIONADOR
Confirmado o afastamento de José Querido do cargo de seleccionador nacional, a Direcção da FMP está no mercado à procura do seu sucessor. “É um dado adquirido que José Querido não estará à frente da Selecção no Mundial. Estamos numa fase de identificação do novo treinador. Existem vários candidatos mas não posso adiantar os nomes”, revelou.
“NÃO ESTIVEMOS BEM NO ZÉ DÚ”
O presidente afirmou que a participação no Torneio Zé esteve muito aquém do esperado, embora defenda que o Misto de Maputo apresentou-se desfalcado diante de verdadeiros gigantes do hóquei mundial.
“Acho que numa participação em certame da envergadura do Torneio Zé Dú tudo poderia acontecer, se se atender que participam os melhores jogadores do mundo. Naturalmente que quando entramos em prova esperamos por uma boa participação. Mas não deixo de lamentar. Mesmo tendo em conta que a equipa não estava completa a nossa participação esteve muito aquém do esperado”, afirmou.
Contudo, o dirigente encontra pontos positivos no desaire da equipa maputense. “Mas também não deixo de reconhecer que foi um momento para ganharmos rodagem. Os jogadores pouco utilizados na Selecção Nacional tiveram oportunidade de disputar um torneio internacional e ganhar outro tipo de experiência”, enfatizou, ajuntado que o hóquei moçambicano tem o dever de corrigir este fracasso, “o sétimo lugar que ocupamos no último torneio exige de nós muita responsabilidade. Conservamos o título de sermos a melhor selecção africana e teremos que estar preparados para dar de tudo para melhorar a nossa classificação”.
Questionado sobre se o mau desempenho no “Zé Dú” não teria tirado brilho ao bom-nome que o hóquei moçambicano granjeia a nível mundial, o dirigente respondeu:
“Eu não olharia as coisas por esse prisma. É verdade que os resultados não enganam e são um indicador claro que a nossa participação não foi das melhores, mas o importante é que todos nós tenhamos um momento de reflexão e dentro dos parâmetros reverter a situação. Estou convicto que vamos dar uma boa resposta já no Mundial. Estamos a nos preparar bem do ponto de vista organizativo para que nada falte. Acredito que com o grupo unido, imbuído de espírito competitivo e de responsabilidade podemos voltar atingir uma posição prestigiante”, avançou.
MAIS DE 150 TALENTOS SOBRE RODAS
O lançamento das escolas de formação foi o objectivo número da FMP no ano que está prestes a findar. Sobre este projecto Nicolau Manjate faz uma avaliação positiva.
“O hóquei passou a ser de novo das crianças, com o lançamento das escolas de formação. Fico feliz por saber que conseguimos atingir o principal objectivo estabelecido para este ano. Devo dizer que neste momento temos um número de praticantes superior a 150 crianças nas categorias de formação a competirem”, frisou.
O dirigente máximo da patinagem moçambicana defende que o sucesso é o resultado do engajamento da família da modalidade. “Este ano as atenções estiveram viradas para competição interna, com especial cuidado para as escolas. Sempre defendi que os frutos que colhemos devem ser resultado do que fazemos internamente e é isso que pretendemos: termos um hóquei com alicerces cada vez mais sólidos”, comentou.
Manjate fez referência às escolas do Desportivo, Ferroviário, Estrela Vermelha e da Federação, que trabalha em parceira com a Universidade Eduardo Mondlane através da Escola Superior do Desporto, como exemplo de sucesso, força e vontade.
IVO TAVARES
Fonte:Jornal Noticias