TENTATIVA INGLÓRIA
A segunda parte se inicia com uma tentativa inglória dos cabo-verdianos igualar a partida. Entraram com muita força e, por algum tempo, o reduto mais recuado dos “Mambas” estremeceu. Zé Luís, a pedra mais temida dos cabo-verdianos, atirou para a malhas laterais da baliza defendida por Ricardo Campos, após contra-ataque rápido e tabelinha com Garry, no interior da grande área, aos 58 minutos. A tempestade foi de pouca dura, pois, os “Mambas”, que regressaram para o jogo com o mesmo 11, restabeleceram-se pouco tempo depois. Josimar privilegiou, neste período, o flanco esquerdo e, com muito tecnicismo, invadiu a grande área para dar assistência aos seus colegas de ataque.
João Chissano substitui, aos 62 minutos, Sonito por Reginaldo, portanto um ponta-de-lança por um avançado. E não tardou, pois, Dominguez, em mais uma investida, penetrou na grande área e, após tirar um contrário, fez passe para Josimar que, do primeiro poste centrou para Reginaldo encostar o pé para o 2-0. Afinal João Chissano tinha feito a leitura certa, pois não passaram dois minutos para que Reginado cumprisse com a missão para a qual foi chamado do banco. E o público vibrou; Machava explodiu novamente, com apupos para os cabo-verdianos reduzidos à moleza. Daqui para a frente assistiu-se a um belíssimo espectáculo de parte a parte.
Cabo Verde lançou-se abertamente para ao ataque. Mas encontrou a devida resposta da defensiva e uma reacção ofensiva dos “Mambas” bastante impressionante. Porém, Mexer voltou a cometer uma “borrada”. Ao invés de despachar na zona de rigor, quis exibir a classe, só que a fotografia saiu lhe mal, e os cabo-verdianos ganharam mais um lance de bola parada.
O jogo ganhou mais ritmo à medida que caminhava para o fim, com os cabo-verdianos a acelerarem o passo, forçando a defensiva moçambicana à maior concentração. O treinador português Rui Águas fez algumas substituições. A entrada do médio-ofensivo Heldom e o artilheiro Djanini galvanizaram o ataque. Djanini, que entrou para o lugar de Odair, deu aviso com um remate, na boca da baliza, que saiu ligeiramente alto, aos 80 minutos.
Os “Mambas” ripostaram de seguida, com o “capitão” Dário Khan a desviar rasteiro de cabeça a um pontapé de canto batido por Dominguez, tendo o esférico saído quase a roçar o poste. Cabo Verde tentou outra vez chegar ao golo, com Cálu a atirar para as malhas laterais, aos 86 minutos. Nesta altura, os “Mambas” faziam a gestão de tempo, jogando de forma desinteressada, com mais circulação de bola, o que criou mais nervosismo aos cabo-verdianos. E renderam-se completamente. Aliás, Dominguez, em jeito de despedida, ainda chamou aos reflexos de Vozinha, com um remate para a defesa de recurso, isso já no período de compensação.O árbitro da partida, o egípcio Mohamed Farouk, fez um excelente trabalho. Esteve bem técnica e disciplinarmente.
FICHA TÉCNICA
COMISSÁRIO: Edwin Mmonwagotlhe, do Botswana.
INSPECTOR DE ÁRBITROS: Jean Claude Labrosse, das Seychelles
OFICIAL DA FMF: António Chambal
ÁRBITRO: Mohamed Farouk, auxiliado por Sherif Hassan e Amade Saher, do Egipto. O quarto árbitro foi também o egípcio Mohamed Marouf.
MOÇAMBIQUE: Ricardo Campos; Zainadine Júnior, Mexer, Dário Khan e Miro; Kito, Simão Mate, Momed Hagy, Josimar (Isac); Dominguez e Sonito (Reginaldo).
CABO VERDE: Vozinha; Carlitos (Heldom), Gégé, Varela e Stopira; Calú, Babanco e Sita (Cuca); Odair (Djanini), Garry e Zé Luís.
DISCIPLINA: Amarelo para Dominguez, por indisciplina.
SALVADOR NHANTUMBO
Fonte:Jornal Noticias