O DESPORTIVO afundou ainda mais o seu vizinho e arqui-rival Maxaquene ao vencê-lo, por 1-0, em partida mais aliciante da décima jornada do Moçambola-2014 realizado na noite de sábado no Estádio Nacional do Zimpeto.
Esta é a quarta derrota consecutiva dos “tricolores”, sendo três no Moçambola e uma na Taça de Moçambique, por sinal frente a este mesmo adversário de sábado, pelo que os “alvi-negros” têm motivos para se vangloriarem por se superiorizarem por duas ocasiões num espaço bastante curto de aproximadamente 15 dias. O Ferroviário de Maputo também trilha maus caminhos nesta prova. Ontem, em pleno Estádio da Machava, perdeu diante da HCB, por 2-3, depois de ter estado a vencer ao intervalo, por 2-1.
O Ferroviário de Quelimane, por seu turno, foi derrotado em casa pelo Têxtil do Púnguè, por 1-0, enquanto o Desportivo de Nacala parece ter acordado daquele sono profundo do início da temporada, batendo o Ferroviário de Pemba, por 1-0. Mesmo com alguns jogos adiados em virtude da participação da Selecção Nacional nas eliminatórias para o CAN-2015, a Liga Muçulmana continua líder destacado com 20 pontos contra 18 da HCB, com vantagem para os “muçulmanos” que têm menos dois jogos que o seu corrente mais directo.
O Maxaquene continua com 17, os mesmos do Ferroviário de Nampula, mas com este última a ter ainda dois jogos por realizar. Na zona da despromoção, mas com jogos a menos, estão o Ferroviário da Beira, Estrela Vermelha com nove pontos cada e o Ferroviário de Pemba com oito. Na próxima jornada teremos o sensacional Ferroviário-Costa do Sol.
MAXAQUENE, 0-DESPORTIVO DE MAPUTO, 1 - GOLO… CLÁSSICO!
UM golaço de Geraldo (Desportivo) no decurso do minuto 22 arrumou com as contas de um “clássico” bem disputado na noite de sábado no Zimpeto entre os vizinhos e arquirivais da baixa da capital do país.
Jogo grande da 10.ª jornada e que não enganou aos que por ele tanto esperaram. A partida começa com as duas formações a atirarem-se para frente sem qualquer timidez, até porque a palavra de ordem para ambos os lados era vencer, para continuar a acalentar os objectivos traçados para a temporada.
Nuns primeiros minutos de equilíbrio e muito jogo no meio-campo (os dois treinadores optaram por povoar esta zona do terreno, ambos utilizando 4X5X1 alternado com 4X4X1X1) parecia que o Maxaquene era a equipa mais adulta, quando Burramo desferiu um remate na zona frontal para uma enorme defesa de Wilson, para pouco depois Maurício ver o seu tiro sair caprichosamente ao lado.
A estas alturas o Desportivo pecava no sector defensivo onde os centrais amiúde atrapalhavam-se, mesmo em situações de bola aparentemente controlada. Não se pode considerar contra a corrente do jogo, mas foi numa altura em que o Maxaquene mantinha um ligeiro ascendente que se registou o momento da noite.
O ataque “alvi-negro” é encetado da esquerda com Lalá a deixar o esférico na zona frontal onde Geraldo, depois de galgar alguns metros, desfere um portentoso remate que só foi parar no ângulo superior da baliza à guarda de Simplex que não teve quaisquer hipóteses para suster o tiro, era o 1-0, um grande golo, um momento mágico no “clássico”.
Depois do golo, o Desportivo passou a ser “senhor” do jogo e obrigou os “tricolores” a baixarem as linhas e a cometerem muitas faltas. Entretanto, contra a corrente do desafio, o empate quase surgia nos instantes finais do primeiro tempo, quando Sidique “ofereceu” (entenda-se, fez mau alívio) a bola a Burramo que se deslumbrou, permitindo a intervenção do atento Wilson que ficou dono do esférico.À beira do intervalo, fica a sensação de ter havido um penálti de Fanuel sobre Maurício, mas Dionísio Dongaze deixou passar.
No reatamento entrou melhor o Desportivo que quase dilatava por intermédio de Jojó, mas Simplex descobriu a intenção do avançado “alvi-negro”, detendo o remate. Daí em diante os dois técnicos optaram por fazer substituições que não surtiram os efeitos desejados.Houve um ligeiro ascendente do Maxaquene que procurava o empate, mas sem incomodar a baliza “alvi-negra”, que se manteve inviolável, mesmo naquele lance (última jogada do encontro) em que Vling deixou-se antecipar por Wilson.
Dionísio Dongaze podia ter feito melhor, mas não é dele que Chiquinho Conde pode se queixar da quarta derrota consecutiva (terceira no “Moçambola”) e segunda perante o Desportivo num intervalo de duas semanas.
SÉRGIO MACUÁCUA
Fonte:Jornal Noticias