HÁ barulho na Federação Moçambicana de Atletismo (FMA). Em causa está a suposta incompatibilidade do mandato do presidente da agremiação, Shafee Sidat, com as funções de agente-FIFA e a conjecturada suspensão do secretário-geral, Paulo Sunia, devido ao comportamento pouco ortodoxo.
Na verdade desde que Shafee Sidat tornou-se presidente da FMA surgiram alas na agremiação. Um grupo presumivelmente encabeçado por Paulo Sunia, que se auto-intitula “família de atletismo”, provocou ruptura, alegadamente porque o novo líder da modalidade não é pessoa do atletismo.
O facto faz com que uma parte do elenco de Shafee conspirasse contra ele, na tentativa de afastá-lo da FMA, tendo como base o facto de ser agente-FIFA, o que é supostamente incompatível com as funções de presidente de uma federação.
Outra ala da agremiação, a mais fiel a Shafee, optou por isolar Paulo Sunia, um secretário-geral acusado de ser orquestrador da queda do actual presidente. Na sequência disso, de forma tácita, Sunia viu as funções de secretário-geral “diluírem”, tornou-se ilegítimo, apesar de ser legal.
Shafee acusa Sunia e outras pessoas ligadas ao atletismo e ao seu elenco de perseguição, tudo com o objectivo de lhe verem fora da FMA, alegadamente por incompatibilidade, situação que o presidente da FMA não teme em ceder.
“Se acharem que sou incompatível, estou aberto a deixar o meu lugar à disposição, sem qualquer problema. Estou no atletismo por atletismo, mais nada. Não tiro qualquer proveito disso”, avança Shafee Sidat.
Vai mais longe ao afirmar que “se não estiverem satisfeitos comigo podem arranjar outra pessoa, que pode fazer melhor para a modalidade. Não tenho nada a perder, até porque isso não constitui problema para mim”.
Em relação à suspensão de Sunia, adiantou que este não chegou a ser suspenso, pelo contrário auto-exclui-se no colectivo de direcção, que em muitas ocasiões não participa dos seus encontros, dando como exemplo, a última deslocação do secretário-geral à província do Niassa sem dar qualquer informação e sem qualquer autorização.
Paulo Sunia, por sua vez, afirma que em nenhum momento sabotou Shafee Sidat e nunca levantou a questão da sua incompatibilidade, pelo contrário é a Lei do Desporto que o coloca numa situação dúbia.
Vai mais longe, acrescentando que enquanto não lhe for notificado segundo os trâmites legais, ainda continua secretário-geral da FMA, até porque nem verbalmente ainda lhe foi dada qualquer informação.
“Agora acabo de voltar do Niassa, onde fui fazer a minha campanha (não explicou os propósitos e nem o conteúdo da referida campanha) já estou em Maputo, e vou me inteirar da situação. Vou procurar os meus homens para sentarmos e vermos o que se passa, o que está bem ou mal”, avançou.
Quais são os seus homens? Questionámos. “É a família do atletismo: Eu estou com a família de atletismo, porque sou homem da modalidade”, disse.
Fonte:Jornal Noticias